O início do sonho europeu | Convocatória da seleção nacional para o Euro 2024

Oito anos depois da histórica conquista lusa em França, a seleção prepara-se para voltar a caminhar rumo ao sonho europeu que, desta vez, vai deslocar a ambição portuguesa até à Alemanha.

Esta terça-feira, o selecionador nacional Roberto Martinez anunciou a lista dos 26 jogadores que integrarão a armada portuguesa rumo à reconquista do título europeu.

Os eleitos foram: Diogo Costa, Rui Patrício e José Sá; Ruben Dias, António Silva, Gonçalo Inácio, Pepe, Danilo Pereira,  Nuno Mendes, Diogo Dalot, João Cancelo e Nelson Semedo; Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Vitinha, João Palhinha, João Neves, Rúben Neves e Otávio; Cristiano Ronaldo, Rafael leão, João Félix, Gonçalo Ramos, Diogo Jota, Francisco Conceição e Pedro Neto.

Seleção de Portugal jogadores William Carvalho Vitinha Gonçalo Ramos
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Posto isto, há que analisar e, sobretudo, perceber as escolhas de Roberto Martinez para a competição que se avizinha.

No que diz respeito às escolhas para defender a baliza portuguesa, já era expectável a chamada destes três nomes. Estes que têm sido os habituais nomeados pelo treinador nas últimas convocatórias, juntam qualidade e experiência para assumir a responsabilidade em qualquer tipo de ocasião. O outrora salvador da seleção, Rui Patrício, perdeu lugar para Diogo Costa que, ainda assim, em grandes torneios ainda não foi capaz de assumir o mesmo papel decisivo que Rui Patrício havia conquistado. Apesar disso, o guardião do Porto deve ser a escolha natural para a titularidade durante a competição. Nada de polémico por aqui.

Passando para o setor defensivo, as potenciais surpresas surgem pela ausência de jogadores como Raphael Guerreiro, Toti Gomes e principalmente Nuno Santos. O lateral do Sporting tem feito uma época excepcional ao somar seis golos e 16 assistências em todas as competições, ainda assim, mesmo podendo encaixar perfeitamente no sistema utilizado pela seleção, acabou por não merecer a chamada de Roberto Martinez.

Um setor que, apesar dessas tais ausências, como um todo não traz qualquer tipo de preocupação. O centro da defesa está assegurado entre a experiência de Pepe e Rúben Dias e a juventude de Gonçalo Inácio e António Silva, podendo contar também com Danilo Pereira em determinadas ocasiões. Já as laterais acabam por ficar marcadas pela polivalência de João Cancelo e Diogo Dalot que se podem juntar a Nuno Mendes e Nélson Semedo em qualquer um dos corredores.

Diogo Dalot Portugal jogadores
Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

Apesar da ausência de Guerreiro e Nuno Santos, a exclusão dos atletas referidos anteriormente era quase impensável num cenário que fizesse jus à continuidade das últimas convocatórias.

Olhando para o miolo do terreno, começam a emergir mais dúvidas e questões em relação às escolhas do selecionador. Não pela presença óbvia de Bruno Fernandes, Bernardo Silva, João Neves ou Palhinha, mas sim pela chamada de Rúben Neves e Otávio face à exclusão de atletas como Matheus Nunes, Pote ou Florentino.

O campeão inglês e o campeão português, principalmente, foram renegados para a emancipação de atletas que acabam por atuar num contexto inferior e secundário. Isto não quer dizer que os atletas que atuam na Arábia não possuam valor ou qualidade, mas sim que, face ao contexto, e supondo que não se apresentam como naturais titulares, a inclusão de jogadores com mais ritmo e rigor competitivo seria, à partida, algo mais benéfico para o conjunto luso.

Ainda assim, o selecionador nacional acabou por optar pela continuidade de atletas que já se encontram mais enquadrados na lista e no esquema da seleção.

Vitinha Otávio na seleção
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Por fim, chegamos ao setor mais ofensivo do terreno, o ataque. Setor este que, à semelhança de outros terrenos, combina também a experiência e a longevidade com a irreverência da juventude.

Ao contrário de Rúben Neves e Otávio, a adição de Cristiano Ronaldo à equação não é posta em causa pelo contexto, pois, no que diz respeito à sua posição, o próprio continua a assumir-se como um dos jogadores mais importantes para o conjunto, ao contrário dos dois médios. 53 golos e 10 assistências na temporada atual, juntando à incontornável figura e história que o capitão representa, fazem de Ronaldo uma escolha óbvia atualmente, mesmo que essa questão tenha sido posta em causa anteriormente.

A disputa pela posição de ponta de lança dar-se-á novamente com Gonçalo Ramos que, mesmo que não tenha feito a época ideal em França, continua a ser uma presença indiscutivelmente útil e viável para a ofensiva lusa. Depois, para além da evidente inclusão de Rafael Leão e João Félix, existia ainda espaço para mais três nomes que se mostravam como as principais dúvidas na antevisão à convocatória. Os três eleitos acabaram por ser Diogo Jota, Pedro Neto e Francisco Conceição. Os primeiros dois seriam escolhas indiscutíveis em qualquer momento de forma saudável, contudo, as recentes lesões de ambos abrem a porta ao risco associado a essas questões. Ainda assim, saudáveis, qualquer um deles representa uma forte adição ao conjunto.

Já Francisco Conceição, competia com atletas como Trincão, Jota Silva e Ricardo Horta, mas acabou por ser mesmo o “espalha-brasas” portista a conquistar a última vaga para a Alemanha. Um jogador de características diferenciadas e que pode, sem qualquer tipo de dúvida, ajudar a equipa em diversos momentos da competição.

Francisco Conceição Portugal seleção Sub-21
Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

Assim sendo, Roberto Martinez distribuiu desta forma, a realmente importante, os bilhetes para a viagem com destino à Alemanha. A comitiva lusa parte rumo ao Euro no dia 12 de junho mas, até lá, ainda vai disputar três amigáveis de preparação em solo nacional.

Caso o sonho se torne realidade, e a campanha termine com um final feliz, a seleção das quinas só regressa a Portugal no dia 15 de julho. Até lá, vão-se somando as expectativas de um povo perante um desfecho positivo da competição que, agora, já sabe quais serão os principais protagonistas da mesma.

Guilherme Terras Marques
Guilherme Terras Marques
Orgulhoso estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, vê no futebol e na sua cultura uma paixão. É apenas mais um jovem ambicioso que sonha fazer do jornalismo desportivo a sua vida. Escreve com o novo acordo ortográfico

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