Durante o sonho olímpico, uns adormeceram e outros acordaram…

Quem acordou?

Brasil! A verdade seja dita: ontem jogou e muito! Fazendo jus à qualidade do elenco que convocou para estas olimpíadas. Atrevo-me até a dizer que se jogar sempre assim, a medalha de ouro está já a li ao virar da esquina. Depois de ontem é legítimo sonhar! O Brasil acordou e acordou todo o Mundo, agora só não pode voltar a adormecer. Praticou um jogo inteligentíssimo como já não se via há alguns anos. Excelente jogo coletivo em termos ofensivos, declaradamente expôs as fragilidades da equipa Dinamarquesa: as debilidades do lado direito da defesa; e as dificuldades em defender um jogo curto, com tabelas rápidas, e cruzamentos no chão ou a meia altura. O Brasil percebeu que o seu maior argumento futebolísticos (a execução técnica em velocidade com a bola no chão, priveligiando as ações coletivas) seria o suficiente para destronar o maior argumento futebolístico da Dinamarca (o futebol longo e aéreo com as linhas defensivas demasiado baixas e demasiado estáticas). As entradas do Wallace e Luan para o onze inicial, bem como o menor individualismo de Neymar e suas constantes combinações com Douglas Santos na esquerda, deram outra face criativa ao futebol do Brasil. A Dinamarca deu a iniciativa do jogo ao adversário, com a estratégia de apenas defender. Tal e qual como muitas equipas dão o rebuçado aos meninos do Barcelona, que se divertem a saboreá-lo. Arriscou demais – inclusive a qualificação. Sorte a sua que o Iraque não foi capaz de vencer a África do Sul. Aos Brasileiros já se livraram de um peso nas costas, que o diga o Neymar, o Renato Augusto, Gabriel Jesus e Gabigol, que foram muito criticados nos jogos anteriores. Agora, resta sonhar… acordado!

Neymar quer dar o ouro olímpico ao seu país
Neymar quer dar o ouro olímpico ao seu país

Colombia! Embora tivesse empatado os outros dois jogos a duas bolas cada, não havia convencido. Ontem, beneficiou do fato da Nigéria estar já apurada na primeira posição, ter feito alguma rotatividade e demonstrarem alguma displicência em termos competitivos. Acredito que a Nigéria sabendo que haveria um baixa possibilidade de defrontar o Brasil nas quartas-de-final abordou o jogo no ‘deixa ver o que dá’! Já a Colômbia marcou os seus dois golinhos habituais e convenceu em termos defensivos. Demonstrou, inclusive, uma consistência defensiva ainda não vista perante uma Nigéria decepcionante em termos ofensivos. A Colômbia precisava de um jogo deste nível e uma vitória esclarecedora, sobretudo após a vitória convincente do Brasil e para mostrar que estão prontos para defrontar um dos sérios candidatos ao título olímpico. Creio que acordaram a tempo e certamente que irão com tudo para cima da canarinha! Se ainda não for, poderão já comprar a viagem de volta a casa para 14 de Agosto, pois a “amarelinha dourada” não será mais do que uma miragem ou um sonho perdido no sono.

Alemanha! Os alemães depois de estarem a perder com a República da Coreia e México, conseguiram manter-se (d)espertos e garantir dois pontos que lhe valeram a classificação. Acordar contra as Ilhas Fiji poderia não ter sido suficiente. Os 10-0 aos “amadores” fijianos é daqueles resultados que se têm de dividir por 5 e ainda assim dar umas palmadas na cara e atirar água fria para que se mantenham acordados. Portugal será osso difícil de roer! Sobretudo se dão a vantagem como deram aos Coreanos e Mexicanos. Portugal trata a bola e os momentos do jogo de uma forma diferente. Os lusitanos não vieram para entreter o torcedor brasileiro. E, para quem esteve dormindo durante o Europeu Sub21 de 2015 – que é o torneio que classifica as 4 equipas participantes para os JO do Rio de Janeiro, não viu Portugal “espetar” a chapa 5 aos alemães nas meias-finais do torneio. Então a Alemanha que se cuide, pois se ainda sonha com dar a possibilidade de desforra dos 7 a 1 ao Brasil terá que se manter acordada. Sèrge Gnabry e Max Meyer estão a ser os timoneiros desta armada. Nils Petersen foi o coroado já esperado da goleada às Ilhas Fiji (já se sabia que um marcaria 5 golos, só não se sabia qual!).

Paulo Sousa
Paulo Sousahttp://www.bolanarede.pt
Um português residente no Brasil. Vive com intensidade e aprendeu a não ter medo de escolher. Ama e trabalha com o Futebol, que colide com alguns dos seus valores morais. Futebolísticamente interessa-se por assuntos polémicos e desmistificar ideias não sustentadas em fatos. Inconformado, contagia-se pelos porquês que o levam a amadurecer.                                                                                                                                                 O Paulo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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