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Reflexões a fazer antes do Euro 2025 Feminino | Portugal

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O empate diante da Nigéria, longe de entusiasmante, travou uma sequência negativa de quatro derrotas pesadas de Portugal. O resultado nunca seria o mais importante e, pelas características do jogo, a exibição também não o era. Ainda assim, ficam pontos a refletir naquele que é um dos momentos mais instáveis do futebol feminino em Portugal.

Depois de anos a crescer a pulso e de forma sustentada, de baixo para cima, as Navegadoras estão num hiato competitivo. A divisão B da Liga das Nações é demasiado acessível, como ficou provado no penúltimo ciclo competitivo, mas a nata da nata é ainda um passo demasiado grande para manter coerente a competitividade.

Neste percurso, Francisco Neto procurou dotar de Portugal de outros recursos competitivos, guiando as jogadoras a uma procura maior da bola, de um estilo de jogo impositivo e de uma vontade em assumir o protagonismo. A mudança de chip não só era necessária como era obrigatória. O protótipo base da jogadora portuguesa tem a técnica como principal característica e correr atrás da bola será sempre mais complicado que a manter sob controlo.

Francisco Neto Portugal
Fonte: Pedro Barrelas / Bola na Rede

Não era esperada uma transição sem falhas ou tropeços, mas a vitória na Bélgica e o empate reativo diante de Inglaterra deram a Portugal uma carapaça de Hércules que acabou por se desfazer com um estrondo. Mais do que o resultado, as goleadas sofridas – nomeadamente contra a Espanha e Inglaterra – refletem um término da competitividade que havia pautado Portugal. Não desapareceu por completo, mas modificou-se. Perante isto, mais do que alarmismos estridentes ou que o apelo da ignorância perante uma desigualdade para com as mais fortes, a visão mais certa deve passar pelo meio termo.

Foram derrotas preocupantes, mas a competitividade portuguesa não desapareceu. Simplesmente, numa altura em que se procura assumir o protagonismo, o mindset também tem de mudar. A preocupação passou de ser nelas, para passar a ser em nós. A transição da terceira para a primeira pessoa do plural é sempre pautada por tropeços porque não tem no curto prazo o objetivo único. A médio e longo prazo, será mais justo fazer qualquer avaliação definitiva. Por agora, ficam apenas dúvidas e reflexões.

Nota: contra a Nigéria, sentiu-se demasiado a ausência de Kika Nazareth. O papel de vértice mais adiantado no triângulo (ou quadrado, ou losango) está talhado para a criatividade. Quer seja uma das avançadas, quer outra das médias – cuja criatividade se vê, principalmente, de frente para o jogo – nunca haverá tamanha imaginação e sequência do jogo.

Kika Nazareth Portugal
Fonte: Edmilson Monteiro / Bola na Rede

BnR em Conferência de Imprensa

Bola na Rede: Portugal procurou constantemente a profundidade ou um jogo mais exterior. Pergunto-lhe se faltou às médias portuguesas entrarem mais em jogo e para Portugal ter maior critério e variabilidade em campo?

Francisco Neto: Mais na segunda parte que na primeira. Na primeira não concordo. Se virem a imagem, quem procurava fechar o nosso quadrado, ou seja, a nossa quarta média, era sempre uma lateral. Havia sempre uma lateral por dentro e a Beatriz jogou sempre longe e sozinha. As nossas grandes situações são no lado direito. Elas criavam um 4X4 e era muito difícil para as nossas medias serem acionadas. Não sentimentos necessidade. Quando tens vantagens por fora, não é preciso forçar por dentro porque fisicamente são equipas muito fortes. É muito fácil para elas ganhar duelos e anteciparem-se. Optámos por isso. Depois da bola entrar, aí sim, tivemos mais dificuldades. A bola estava a entrar por fora e aí sim, faltou a dinâmica de chegar à área com as médias. Conquistámos muitas vezes o último terço é faltou a dinâmica de aparecer para fazer o golo. Estavam muitas vezes as avançadas na área e faltou uma terceira jogadora para ganharmos presença, uma segunda bola. Não estávamos tão próximos da segunda bola, mas são aspetos que temos que melhorar com as nossas médias. São médias que gostam muito de ter bola no pé, mas temos de perceber que quando as equipas pressionam alto e deixam espaço nas costas temos de criar com alguma variabilidade. Na segunda parte, acho que não reconhecemos tantas vezes a média por dentro. Houve mais espaço por dentro e faltou ligar com mais paciência. Continuamos a tentar sair mais longo, com a lateral a acompanhar e a Christy [Ucheibe] a controlar melhor essa zona.

Diogo Ribeiro
Diogo Ribeirohttp://www.bolanarede.pt
O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação, está a terminar o mestrado em Jornalismo e tem o coração doutorado pelo futebol. Acredita que nem tudo gira à volta do futebol, mas que o mundo fica muito mais bonito quando a bola começa a girar.

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