Espanha 6-0 Alemanha: ¡Qué masacre!

    A CRÓNICA: ESPANHÓIS TOCAM COVER DE JOSÉ CID – ADDIO, ADIEU, AUFWIEDERSEHEN, GOODBYE

    A penúltima jornada do grupo 4 da primeira divisão da Liga das Nações reservou um clássico europeu com registo equilibrado; sete vitórias por parte de Espanha, nove vitórias alemãs e oito empates.

    O resultado da primeira volta (1-1) não dava grande vantagem, mas tudo o que não fosse a vitória espanhola significaria o apuramento dos germânicos para a fase final. Luis Enrique promoveu quatro alterações em relação ao empate na Suíça, enquanto Joachim Low mudou apenas uma peça face ao onze que venceu a Ucrânia.

    Os da casa, obrigados a vencer, entraram mais verticais e ameaçadores e logo aos sete minutos Sergio Ramos testou Neuer de livre direto – numa falta, diga-se, que nem existiu. A seleção alemã tentou chegar ao controlo do jogo acalmando o ritmo e crescendo paulatinamente, mas sem criar qualquer situação de perigo.

    No entanto, esse controlo não se manteve o tempo suficiente e Morata abriu o marcador com uma cabeçada fulminante, nas costas de Gnabry, a responder da melhor forma ao canto cobrado por Ruiz.

    A reação espanhola ao golo foi rapidamente pegar na bola e colocá-la no centro do terreno, cientes de que a vantagem mínima podia ser enganadora. Foi sem surpresa que continuaram por cima e quatro minutos depois Ferrán Torres desmarcou-se nas costas de Max e rematou forte, mas ao lado.

    Não marcou aos 20’, assisitu Morata aos 24’, mas o lance foi anulado por fora de jogo. Entrada e domínio absolutos dos espanhóis e que não viram a vantagem aumentar aos 30 minutos porque Neuer desviou miraculosamente o remate de Ferrán . No entanto, três minutos depois, a barra devolveu o cabeceamento de Dani Olmo e Neuer nada pôde fazer contra a recarga do mesmo Ferrán; 2-0 no marcador, a justificar o domínio dos visitados e finalmente um remate certeiro para o camisola 18 de “la Roja”.

    Cenário negro para os visitantes e que se complicou ainda mais na primeira parte – novamente Fabián Ruiz na cobrança do canto, agora na esquerda, e Rodri a desviar completamente do alcance do gigante alemão Neuer. Vantagem caseira ao intervalo, robusta, justificada e perante uma via branca de alemães completamente irreconhecíveis.

    A segunda parte obrigava a uma Alemanha diferente, mas logo aos três minutos foram os espanhóis a estar perto de novo golo, valeu outra vez a intervenção de Neuer. Não podia ficar pior. Só que ficou. Aos 55 minutos, Fabián Ruiz isolou Gayà com um toque subtil e o lateral do Valencia CF ofereceu o bis a Torres. Tudo fácil para um lado, contornos de pesadelo para o outro.

    A Espanha recusava-se a tirar o pé do acelerador e comprometia-se a construir um resultado histórico. As oportunidades sucediam-se e Ferrán Torres colocou o resultado na mão cheia num contra ataque rápido; o jogador do Manchester City FC assinou o hat trick aos 71 minutos e Fabián Ruiz a terceira assistência. Antes do apito final, Oyarzabal fechou a humilhação alemã com um simples encosto, depois de ser assistido por Gayà. Destaque para o passe açucarado de Rodri a descobrir o lateral direito.

    A Espanha volta à liderança na derradeira jornada do grupo quatro e alcança o apuramento em grande estilo frente a um candidato à conquista da prova. Nuestros hermanos perfilam-se, assim, como uma das quatro seleções a discutir a sucessão de Portugal como vencedor da Liga das Nações.

     

     

    A FIGURA

    Ferrán TorresO espanhol que alinha no Manchester City assinou uma exibição de luxo, tendo marcado três golos e assistindo Álvaro Morata para o primeiro da noite. Além da influência direta no resultado, muito do desiquilíbrio da primeira parte partiram do corredor direito, pelos seus pés. Apesar das três assistências de Fabián Ruiz e das duas de Gayà, a noite foi mesmo do jovem de 20 anos. Que talento.

     

    O FORA DE JOGO

    Alemanha“Die Mannschaft” teve uma noite para esquecer. Por pouco provava o veneno que administrou do famoso 1-7 no Mundial de 2014, no Brasil. Criatividade quase a 0, poucas ou nenhumas soluções para sair para o ataque e uns surpreendentes dois remates, nenhum à baliza. Muito talento, fraco rendimento e Low imóvel no banco, dando goles de água como se de um treino se tratasse.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ESPANHA

    A Espanha vinha para um “tudo ou nada” e Luis Enrique, desagradado com o empate “oferecido” na Suíça, optou por Gayà, Canales, Rodri, Koke e Morata respetivamente para os lugares de Reguillon, Busquets, Merino, Fabián Ruiz e Oyarzabal.

    A revolução parecia necessária e justificou-se acertada logo nos primeiros mintuos. Mais jogadores espanhóis sobre a bola, em todas as porções do terreno. Rodri, claramente mais atrás em relação a Koke, teve a mesma liberdade de Ruiz (entretanto subsituto do lesionado Canales) para se envolver no ataque. A ideia era de que os alemães atacavam desamparados e os espanhóis tinham mais do que 11 em jogo. Tremendo apoio da linha média em situações ofensivas.

    Dani Olmo foi exímio nas diagonais e apoio interiores, visando Morata, e a Ferrán Torres coube a exploração das linhas, embora tenha procurado também os terrenos mais frontais. O avançado da “Juve”finalizou quando lhe cabia esse papel, mas mostrou-se constantemente ao jogo, com boas intervenções entre linhas e dribles com magia q.b..

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Unai Simón (6)

    Sergi Roberto (6)

    Sergio Ramos (6)

    Pau Torres (7)

    José Gayà (7)

    Rodri (8)

    Sergio Canales (-)

    Koke (7)

    Dani Olmo (7)

    Ferrán Torres (9)

    Álvaro Morata (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Fabián Ruiz (8)

    Eric García (6)

    Mikel Oyarzabal (7)

    Gerard Moreno (6)

    Marco Asensio (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – ALEMANHA

    Joachim Low alinhou no 4-3-3 esperado, fazendo apenas entrar Kroos para o meio campo em substituição de Rudiger que alinhara numa defesa a cinco na vitória frente à Ucrânia.

    O 4-3-3 rapidamente se tornou num “so-cor-ro” e vimos Werner a vir buscar jogo ao meio campo defensivo, tanto na direita como na esquerda. Sané e Gnabry estiveram compeltamente desaparecidos; ainda ameaçaram com sprints desenfreados, mas a decisão foi sempre errada assim que um espanhol se opunha.

    Neuer pouco podia fazer e ainda salvou duas bolas de golo cantado, mas seis golos sofridos merecerão, certamente, muita reflexão. A defesa a quatro até podia ser suficiente para esta Espanha, mas com agressividade nos níveis certos e com o apoio da linha média.

    Os três homens do meio campo tiveram pouca influência no jogo e não conseguiram pautá-lo nem virá-lo para a sua equipa; daí os 69-31 de posse de bola. Além disso, a ajuda defensiva exigia demasiado deles e a saída para o ataque foi sempre débil e desajeitada. As substituições não trouxeram mais ao jogo do que outros nomes a participar numa das noites negras do futebol alemão. Seguem-se períodos de reflexão e, no mínimo, de limpeza do balneário. Ou no comando técnico.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Manuel Neuer (5)

    Ginter (5)

    Sule (6)

    Kock (5)

    Max (5)

    Goretzka (6)

    Gundogan (5)

    Kroos (6)

    Gnabry (5)

    Sané (6)

    Werner (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Jonathan Tah (6)

    Neuhaus (6)

    Luka Waldschmidt (5)

    Benjamin Henrichs (5)

     

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    Diogo Pires Gonçalves
    Diogo Pires Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo ama futebol. Desde criança que se interessa por este mundo e ouve as clássicas reclamações de mãe: «Até parece que o futebol te alimenta!». Já chegou atrasado a todo o lado mas nunca a um treino. O seu interesse prolonga-se até ao ténis mas é o FC Porto que prende toda a sua atenção. Adepto incondicional, crítico quando necessário mas sempre lado a lado.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.