Jovens ingleses à conquista do Mundo em 2022?

    Pickford defende o penálti decisivo e dá a vitória à Inglaterra
    Fonte: UEFA

    Ao que tudo indica, Jordan Pickford será o dono do lugar. Ainda com 25 anos, é difícil que o selecionador Gareth Southgate não continue a confiar no seu número um desde 2017, com uma presença assombrosa no Mundial 2018 e naturalmente o guardião do
    Euro 2020. Atua no Everton e é um guarda-redes com grandes capacidades. A concorrência esperada na altura poderá ser Dean Henderson, emprestado pelo Manchester United ao Sheffield United, vencedor da Luva de Ouro no Championship e chamado para a seleção pela primeira vez em outubro. Outra escolha possível para o futuro é Angus Gunn do Southampton.

    Na lateral-direita é irreal pensar que poderá ser outro além de Alexander-Arnold, embora seja possivelmente a posição em que a Inglaterra tenha o maior número de soluções viáveis. Isto quer dizer muito da qualidade de Arnold, que aos 21 anos encanta o mundo e continuará a brilhar com a camisola dos reds. É possivelmente o melhor do mundo na sua posição e só de pensar na quantidade de anos que tem pela frente assusta.

    A Inglaterra conta ainda com Wan-Bissaka, Kyle Walker e Kieran Trippier. O mais velho em 2022 será Walker e embora ache que seja capaz, principalmente por poder alinhar a central num eventual sistema de três defesas, creio que Bissaka tem uma enorme margem de progressão e é o mais competente defensivamente. Lanço, portanto, um palpite de que poderá ser ele o eleito. Não esquecer também o jovem Reece James, do Chelsea, apesar de ser uma incógnita como poderá evoluir nestes dois anos.

    Penso que John Stones e Joe Gómez serão a dupla mais competente em 2022. O defesa do Liverpool tem ainda 22 anos e demonstra uma confiança fora do comum dentro de campo, além de que ter Van Dijk ao lado facilita a sua evolução. John Stones estará perto dos 30 anos antes do Mundial e, enquanto for opção no Manchester City, é um central que transpira confiança e oferece muito com bola.

    A dúvida recai mesmo em Harry Maguire, isto porque foi titular no último Mundial e certamente será no Euro, no entanto, ainda não mostrou o porquê do Manchester United ter desembolsado à volta de 90 milhões pela sua contratação.
    De qualquer das formas, pode ser apenas um problema clubística e Maguire poderá conseguir apresentar um rendimento diferente na seleção e encarar a figura de patrão da defesa. Destaque ainda para Fikayo Tomori, de apenas 22 anos, e várias vezes titular no Chelsea. Se cumprir com as expectativas poderá aparecer em grande plano no Mundial 2022 e, quem sabe, alinhar no onze inicial.

    A minha aposta para lateral esquerdo é Ben Chilwell. Aos 23 anos, é o que tem mais probabilidade de jogar já no Euro deste ano, e tem muitas capacidades para continuar a brilhar no Leicester, ou até sonhar com voos mais altos. Adapta-se ao estilo de jogo de Southgate e tem o perfil do tradicional jogador inglês. Além de ser uma mais-valia a nível defensivo, é veloz e tem aptidão para o cruzamento e bolas paradas.

    Luke Shaw com 27 na altura, tem um osso duro de roer para conseguir calçar na ala esquerda, tal como Danny Rose, este ainda mais difícil visto que chegará já com 31 anos à competição.

    Atenção a Ryan Sessegnon, do Tottenham, também na disputa por um lugar na convocatória, ele que já foi considerado o melhor jogador do Championship com apenas 17 anos e atualmente procura afirmar-se nos Spurs. Se o potencial se confirmar, fará parte dos 23 ingleses no Catar.

    No meio-campo, o selecionador terá uma grande dor de cabeça devido à quantidade de opções possíveis, mais os que ainda vão despoletar futuramente. Declan Rice precisa de corrigir vários aspetos, principalmente quando a equipa assume o jogo e especialmente no primeiro toque, nas variações de flanco e no controlo de bola com pressão. Para a sua função, aprender a jogar simples seria uma mais-valia. No entanto, penso que é uma opção com qualidade evoluindo estes detalhes até lá.

    Como opções alternativas, surge Eric Dier, com características mais defensivas, e Harry Winks, bem mais seguro e criterioso enquanto portador da bola. Ambos atuam pelo Tottenham e já tiveram várias prestações de qualidade com a camisola inglesa. Jordan Henderson (31 anos em 2022) e Ruben Loftus-Cheek (com o acompanhamento certo pode-se tornar uma figura chave tanto do clube, como da seleção) são também soluções, embora beneficiassem em jogar em duplo pivot.

    Como soluções mais ofensivas do meio-campo arrisco em Phil Foden, a contar com tempo de jogo no Manchester City. Ao que tudo indica, o médio será o substituto de David Silva (de saída no final da época) nos citizens e Guardiola já referiu que é o jogador mais talentoso que já treinou… é todos sabem que raramente Pep se engana nestas apostas! Ainda tem 19 anos e tempo para evoluir e tornar-se indiscutível. Ao lado dele, alinharia Mason Mount, um jogador que tem mostrado ser suficientemente capaz para os grandes palcos e tem-se adaptado de forma soberba à Premier League. Com 21 anos já tem seis internacionalizações e promete comandar o meio-campo inglês ao sucesso, ligando a transição da equipa para o ataque.

    Fonte: Premier League

    São apenas previsões e não certezas, porque este setor da “Three Lions” tem ainda duas soluções que me parecem plausíveis para Southgate: são elas Dele Alli e James Maddison. Chegam ambos ao Mundial com 25 anos e já têm mais calo do que os referidos acima. A qualidade não engana e, tanto um como outro, são desequilibradores natos, assim como excelentes batedores de bolas paradas, principalmente o médio do Leicester. Relembre-se também de Jack Grealish, do Aston Villa, um médio atípico do futebol tradicional inglês, contudo, pode-se afirmar e ganhar um lugar nos escolhidos para 2022.

    Na frente de ataque, Harry Kane certamente terá concorrência apertada. Embora vá disputar o Mundial ainda com 28 anos, surgem dois candidatos a brilhar nos respetivos clubes e ameaçam o lugar do furacão do Tottenham. São eles Marcus Rashford, do Manchester United, e Tammy Abraham, do Chelsea. Como fã assumido do avançado dos blues, antevejo a sua titularidade na seleção naquele momento. Abraham esteve emprestado ao Swansea e ao Aston Villa e agora, com 22 anos, assume-se como uma das principais figuras do Chelsea, com 13 golos na Premier League e com indícios de que poderá ser o novo Drogba da equipa londrina. Rashford será também uma brilhante opção, ele que finalmente está a corresponder a nível de golos e tem sido incansável nos red devils esta temporada.

    Para extremos, escolhi naturalmente Jadon Sancho e Raheem Sterling. Sancho é o único jogador dos referidos a atuar fora da Premier League e espera-se que seja protagonista de uma das maiores transferências da história do futebol, dificilmente o Borussia Dortmund aguentará ficar com o avançado. Sancho é um desconcertante, com uma aptidão técnica acima da média e é um dos melhores assistentes da Europa. Raheem Sterling se continuar em alto rendimento será um dos intocáveis do selecionador. É hábil e é um extremo com números de ponta-de-lança: esta época marcou 20 golos em 30 jogos. Ao que tudo indica, é o dono do lugar e com chances de ser a estrela da equipa.

    A seleção conta ainda com opções de qualidade para este lugar. O jovem Mason Greenwood está a aproveitar todas as oportunidades no Man. United e é um craque de todo o tamanho. Além de Greenwood, há outro miúdo com enorme potencial, este do Chelsea, de seu nome Callum Hudson-Odoi. A qualidade é inegável, o processo de evolução nestes anos será crucial, pois necessita de corrigir erros na hora da decisão.

    A Inglaterra é uma das candidatas a vencer já o Euro deste ano e provavelmente ainda será mais favorito no Mundial do Catar em 2022, com os jovens em grande plano, com a mistura de alguma experiência tanto no onze inicial como no balneário. A expectativa recai ainda para outros que possam aparecer, isto porque Abraham deu o salto de um ano para o outro e pode acontecer o mesmo nas próximas duas épocas até à competição em questão. Destaco ainda jovens como Walker-Peters, Calvert-Lewin, Tom Davies, Reiss Nelson, que nem foram mencionados devido à quantidade de jogadores da seleção inglesa. Outros jovens a acompanhar, mas esses ainda com mais tempo para crescer, são as joias do Liverpool, Harvey Elliott, Rihan Brewster, Curtis Jones e, também, Connor Gallagher do Chelsea.

    Foto de Capa: FA

    Artigo revisto por Diogo Teixeira

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    João Pedro Rocha
    João Pedro Rochahttp://www.bolanarede.pt
    João é de Espinho, no norte de Portugal, é licenciado em Ciências da Comunicação e tem o objetivo de singrar no jornalismo desportivo. É um apaixonado pelo futebol e acompanha o desporto desde tenra idade, principalmente o campeonato português, as top 5 ligas e as competições europeias. Tem o tiki-taka de Pep Guardiola como referência futebolística.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.