BÉLGICA
Quis o destino que um lote de extraordinários futebolistas partilhasse o mesmo espaço e a mesma hora – esta premissa rara, que a sorte, por vezes, possibilita tornar realidade, permite a esta geração de belgas sonhar com grandes feitos. Frente à Hungria, nos oitavos-de-final do Euro’2016, a Bélgica provou – para quem ainda tinha dúvidas – ser muito mais que a soma de boas individualidades; pelo contrário, mostrou ser um colectivo fortíssimo, com notável capacidade de transição, veloz e física e tecnicamente prodigioso, recheado de craques capazes de contornar, num dia sim, qualquer mecanismo defensivo, por mais consistente ou problemático que seja.
Após a derrota inicial – 2-0, com a Itália –, a Bélgica não mais cedeu, definindo um trajecto de baixo para cima, com duas vitórias (quatro golos marcados e nenhum sofrido) em outros tantos jogos. Aliás, embora não fazendo parte da estratégia, o desaire inicial acabou por beneficiar o conjunto de Marc Wilmots, que com o 2.º lugar na fase de grupos “caiu” na “chave” boa da competição, fugindo, assim, aos “tubarões” e, sobretudo, à Espanha, por troca pela competitiva e mais simpática Hungria.
Neste jogo, a Bélgica não teve dificuldades em confirmar o seu favoritismo, “pegando” no controlo desde o apito inicial, impulsionada por um meio-campo de talento indiscutível, constituído por Nainggolan, Axel Witsel e Kevin de Bruyne. As oportunidades de golo surgiram com naturalidade e em catadupa, tendo o golo inaugural sido adiado, apenas e só, pela qualidade teimosa do veterano guarda-redes húngaro Gabor Kiraly. No entanto, decorridos apenas dez minutos, e na sequência de um livre superiormente batido por De Bruyne, o “central” Alderweireld subiu mais alto que todos e, sem dificuldades, abriu o placard.
Apesar da vantagem, os belgas nunca abdicaram de buscar rapidamente maior tranquilidade; mantiveram a iniciativa e, por diversas vezes, afloraram com perigo nas imediações da baliza adversária. No entanto, devido a alguma falta de eficácia (e a Kiraly), apenas na 2.ª parte lhes foi possível confirmar o apuramento para a etapa seguinte. O recém-entrado Batshuayi (78’), Eden Hazard (81’) e Carrasco (91’+) definiram as diferenças e construíram uma goleada que confirma a Bélgica como uma das grandes candidatas a marcar presença na final da prova – segue-se o país de Gales de Gareth Bale nos “quartos”.
Classificação dos jogadores:
Thibaut Courtois – 7
Jan Vertonghen – 7
Toby Alderweireld – 7
Thomas Meunier – 7
Thomas Vermaelen – 7
Nainggolan – 7
Axel Witsel – 8
Kevin de Bruyne – 8
Dries Mertens – 6
Eden Hazard – 8
Romelu Lukaku – 7
Batshuayi – 7
Carrasco – 7
Fellaini – 6
Foto de Capa: UEFA
Artigo revisto por: Manuela Baptista Coelho