Hungria 1-1 França: O favoritismo nunca ganhou jogos

    A CRÓNICA: A HUNGRIA OBRIGOU A FRANÇA A ARRUMAR A FIOLA NO SACO

    O Puskás Arena, em Budapeste, voltou a encher, desta feita para um encontro entre duas seleções em situações bem distintas. A jogar mais uma vez em casa, a Hungria vinha de uma derrota na primeira jornada do EURO 2020 frente a Portugal (0-3). No entanto, a França vinha motivada depois de uma vitória diante da Alemanha (0-1) na cidade de Munique.

    Antes do apito inicial, o favoritismo dos gauleses foi sempre inegável, mas a Hungria tentou aproveitar a pouca pressão que tinham. Depois de uma fase de atrevimento húngaro, os franceses puxaram pelas rédeas da partida, mas, apesar das boas oportunidades, não conseguiram abrir o marcador.

    Pelo contrário, quando já todos estavam a pensar no nulo ao intervalo, aconteceu o impensável. Depois de uma série de erros da defesa francesa, Attila Fiola ganhou a frente a Benjamin Pavard e a Raphael Varane e só parou para festejar com os adeptos nas bancadas. A Hungria saiu para os balneários a vencer por 1-0.

    Depois da festa, a realidade bateu de frente com os sonhos dos húngaros. Aos 66 minutos, Antoine Griezmann recebeu a bola que veio de um corte da defesa da Hungria e empatou o encontro. Contudo, quando muitos achavam que era o início da reviravolta, o resultado não sofreu alterações até aos últimos apitos do árbitro.

    No final do jogo, o 1-1 foi o resultado que se fixou no placard. Quem assistiu apenas à festa dos húngaros, acharia que o resultado era um erro da produção, mas a surpresa e a exibição da Hungria mereceram uma festa dos adeptos, que têm a oportunidade de ver a seleção a jogar ao vivo numa fase final de uma competição como o EURO. 

    A FIGURA

    Péter Gulácsi – Não foi uma tarde onde foi chamado para intervir muitas vezes, mas quando foi preciso, esteve lá. No golo da França, foi traído pela má ação do defesa húngaro, mas foi a voz de comando e uma das figuras da Hungria no resultado histórico que conseguiram em Budapeste.

    O FORA DE JOGO

    Setor defensivo da seleção francesa – Claramente o setor mais exposto à estratégia húngara. No golo de Fiola, Benjamin Pavard e, principalmente Raphael Varane, falharam num lance onde, na maior parte das vezes, são imperiais. Durante algumas partes da partida, a Hungria aproveitou as brechas nas costas da defesa francesa e criou perigo e fez soar alarmes no adversário.

     

     ANÁLISE TÁTICA – HUNGRIA

    Sendo a seleção teoricamente mais fraca do Grupo F, ninguém esperava que a Hungria desse luta. No entanto, esse mesmo sentimento ajudou a que os húngaros conseguissem fazer a chamada “gracinha” aos campeões do mundo. O selecionador apostou no mesmo sistema tático que utilizou frente a Portugal – 3-5-2. A única alteração no 11 titular foi a entrada de Loic Négo para o lugar de Gergő Lovrencsics.

    Durante a partida, a Hungria surpreendeu com passes em profundidade para tentar encontrar a velocidade de Ádám Szalai – até sair por lesão. De alguns desses lances, surgiram bolas paradas que tentaram criar perigo na área francesa ou até cartões para, desde logo, condicionar a linha defensiva adversária.

    Apesar de conseguir chegar ao último terço do campo, quase todo o jogo foi passado a defender. Depois do golo a fechar a primeira parte, a única tarefa era a de tentar travar a França. O talento individual do adversário tirou a vitória dos húngaros, mas a equipa da casa ainda conseguiu levar um ponto para tentar o apuramento para a próxima fase.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

     Péter Gulácsi (8)

    Endre Botka (6)

    Willi Orbán (6)

    Attila Szalai (6)

    Attila Fiola (7)

    András Schafer (6)

    Ádam Nagy (6)

    László Kleinheisler (7)

    Loic Négo (5)

    Ádám Szalai (6)

    Roland Sallai (7)

    SUBS UTILIZADOS

     Nemanja Nikolics (5)

    Tamás Cseri (5)

    Gergő Lovrencsics (-)

     
    ANÁLISE TÁTICA – FRANÇA

    À semelhança de Marco Rossi, Didier Deschamps também manteve a mesma tática em relação à primeira partida na competição. Com Lucas Hernández no banco de suplentes, Lucas Digne foi a novidade no habitual 4-3-3 da seleção francesa. O tridente médio e ofensivo, depois de algumas ocasiões falhadas, perdeu o brilho e desiludiu perante uma defesa de menor nível.

    Depois do golo contra a corrente do domínio francês, Deschamps mexeu sem medos. Ao retirar o médio Adrien Rabiot para colocar Ousmane Dembelé, notou-se prontamente uma reação dos gauleses. Contudo, esta não foi mesmo a tarde da seleção francesa, pois muitas das variadas estrelas mostraram que também são humanos e podem errar.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

     Hugo Lloris (6)

    Benjamin Pavard (5)

    Presnel Kimpembe (6)

    Raphael Varane (5)

    Lucas Digne (5)

    N’Golo Kanté (6)

    Adrien Rabiot (5)

    Paul Pogba (5)

    Antoine Griezmann (7)

    Kylian Mbappé (7)

    Karim Benzema (5)

     SUBS UTILIZADOS

    Ousmane Dembelé (7)

    Corentin Tolisso (6)

    Olivier Giroud (5)

    Thomas Lemar (-)

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    Clara Maria Oliveira
    Clara Maria Oliveirahttp://www.bolanarede.pt
    A Clara percebeu que gostava muito de Desporto quando a família lhe dizia que estava há muito tempo no sofá a ver Curling. Para isso não se tornar uma prática sedentária, pegava na caneta e escrevia sobre o que via e agora continua a fazê-lo.                              A Clara escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.