O País de Gales deve muitíssimo ao improvável seleccionador Chris Coleman, que, após um início titubeante à frente da equipa – perdeu os seus primeiros cinco jogos (batendo, assim, um recorde negativo) –, abdicou do previsível 4-3-3, passando a apostar numa táctica em 3-4-2-1, com dois laterais de características ofensivas, dois médios de cobertura e dois números “10” móveis, capazes de confundir a marcação de qualquer sector defensivo: Gareth Bale e Aaron Ramsey.
O segredo desta selecção deve-se, essencialmente, às características fiáveis do grupo, que beneficia, depois, do acréscimo de qualidade garantido por um jogador excepcional como Gareth Bale – o seu papel preponderante não pode, jamais, ser ignorado. Coleman reuniu um lote de jogadores que lhe dá garantias e não abdica dele: a prova é a convocação de Joe Ledley, médio do Crystal Palace, fundamental na campanha de apuramento, mas que, perto do final da época, sofreu uma fractura na tíbia; o técnico leva o jogador a França e confia na sua recuperação.
A grande lacuna desta selecção é a falta de alternativas de qualidade aos titulares e, mais grave, de um ponta-de-lança habituado à alta-roda do futebol europeu – onde é que já vi isto?