Escócia 0-2 Portugal: Carimbado o play-off com uma eficaz vitória

    A CRÓNICA: NEM AS RESTRIÇÕES DE VOO TIRARAM A VITÓRIA PORTUGUESA

    Devido às restrições de voo para o Reino Unido, sabíamos que Portugal não podia de todo marcar viagem para Inglaterra. Por isso, apontou para abril (mês onde se jogará o play-off) para então aí conseguir marcar a sua passagem para Terras de Sua Majestade sem complicações. Contudo, faltava ainda uma viagem até Larnaca, Chipre, para jogar frente a uma seleção que também integra o Reino Unido.

    As portuguesas entravam mais nervosas (talvez ainda muito por conta do jet lag *risos*) no jogo e as escocesas entravam mandonas, querendo mostrar que este ano não passaram a qualificação por mero acaso. Foram muitas as oportunidades da Escócia, mas quem mais? Patrícia Morais estava em super destaque e não deu qualquer hipótese de existir uma bola dentro da sua baliza.

    Contudo, nem o jet lag permitiu que Ana Capeta andassem como um F16, comummente chamado de caça, a pressionar as adversárias. A pressão à adversária e a perseguição à bola deu certo. Aos 27 minutos, depois de um erro incrível de Fife, Ana Capeta só teve de deslizar, como se de uma bela aterragem se tratasse, para bloquear o alívio da guarda-redes escocesa para o 0-1 para as portuguesas. Já tinha sido importante no jogo frente à Albânia e, agora, com mais um golo importante.

    *sinal sonoro da cabine* Boa tarde, senhoras e senhores. Neste momento vamos fazer uma pequena escala. Teremos uma pausa de cerca de 15 minutos e levantaremos voo para a segunda parte deste jogo o mais breve possível. Por agora, podemos dizer que Portugal vai vencendo por 0-1. Obrigado pela compreensão.

    A escala para a segunda parte teve um voo deveras muito calmo e não fossem as escocesas a animar um pouco o jogo ter-se-ia tornado muito monótono. Contudo, os remates chegavam fracos à baliza de Patrícia Morais e a guarda-redes portuguesa conseguir segurar fácil.

    A seleção de Portugal estava resguardada lá atrás de ventos fortes (ou de ataques escoceses) e o nosso avião acabaria por “chegar a terra” quando Fátima Pinto já na compensação fazia o 2-0. A árbitra apitou para o final dos 90 minutos e podemos dizer que foi uma vitória da eficácia portuguesa e da paciência de saber defender da melhor forma.

    Acabamos esta viagem da qualificação do Europeu Feminino de 2022 no Grupo E com uma vitória portuguesa por 2-0. Apesar de as portuguesas terem ficado com 19 pontos juntamente com Islândia, Áustria e Suíça, a seleção portuguesa terá de jogar um play-off frente a uma das cinco melhores segundas classificadas dos restantes grupos de qualificação. O sorteio será dia 5 de março e os jogos vão ser jogados já no mês de abril.

     

    A FIGURA

    Ana Borges – Um super jogo a nível defensivo. Pode jogar muito bem nas duas posições que já nos habituou na seleção portuguesa, mas hoje esteve a um nível inacreditável. Foi claramente a melhor em campo, pois do lado direito português poucas coisas aconteceram por parte das escocesas. Contudo, também tem de dividir um pouco o destaque com Patrícia Morais, que voltou a estar muito bem no jogo de hoje.

    O FORA DE JOGO

    Jenna Fife – Não é a única culpada deste resultado final, pois o atraso vindo da defesa também é uma causa para o erro. A tentativa de bombear a bola para a frente e a demora levou a que Ana Capeta, e antes Jéssica Silva já tinha tentado, a marcar o primeiro golo da seleção portuguesa. Podia ter feito muito melhor, mas acabou por ser protagonista, pelos piores motivos.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ESCÓCIA

    As escocesas de Stuart McLaren já sem possibilidade de repetir a presença no Europeu de 2022, que vai ser perto de si em Inglaterra, encarou estes dois últimos jogos como uma boa preparação. Porém, neste jogo em relação ao último contra o Chipre acabaram apenas quatro jogadoras por ficar no onze inicial: Rachel Corsie, Erin Cuthbert, Martha Ellen Thomas e Caroline Weir. Ainda assim, a seleção da Escócia apresentava-se no mesmo 4-2-3-1.

    Apesar de já não ter possibilidade de chegar ao segundo lugar, a seleção escocesa estava mandona no jogo com muita posse de bola e também a trabalhá-la bem. Havia trocas de flancos de forma rápida e eficaz e terminava sempre com um cruzamento, ou atrasado ou para o centro da área, com alguma jogadora a finalizar. De certo modo, era a mesma Escócia que já tínhamos visto no primeiro jogo de qualificação no Restelo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Jenna Fife (3)

    Lisa Evans (6)

    Rachel Corsie (4)

    Jennifer Beattle (5)

    Emma Mitchell (5)

    Samantha Kerr (6)

    Lucy Graham (5)

    Claire Emslie (5)

    Caroline Weir (4)

    Erin Cuthbert (5)

    Martha Ellen Thomas (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Kirsty Hanson (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

    Francisco Neto acabou por mudar algumas peças importantes em relação ao jogo frente à Finlândia. Ana Borges acabou por baixar para lateral direita, no meio-campo tínhamos a entrada de Vanessa Marques e de Fátima Pinto e depois uma dupla atacante completamente nova com Jéssica Silva e Ana Capeta. O UEFA mostrava-nos um 4-1-3-2 como formação que acabava por chegar a um 4-4-2 losango a que estamos habituados a ver por parte da seleção.

    Portugal apresentava-se num 4-1-3-2 quando tentava construir jogo a partir da sua defesa com Dolores Silva a ser a média mais recuada e com mais responsabilidade na construção e contemporização da posse de bola. O meio campo estava alterado principalmente nas alas que davam, por um lado, mais estabilidade defensiva com Fátima Pinto e mais objetividade ofensiva com Vanessa Marques. Contudo, Portugal ganhou muito pelo facto de ter uma dupla atacante com velocidade e que fazem muita pressão na procura do erro da primeira linha defensiva escocesa.

    O 4-4-2 losango aparecia mais no momento defensivo com as quatro médias muito juntas no meio campo com Ana Capeta e Jéssica Silva a tentar pressionar a quatro defesas escocesas. Andreia Norton também tinha um papel muito importante a funcionar como a jogadora que fazia pressão a Samantha Kerr, condicionando assim que saísse de forma facilitada para o ataque.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Patrícia Morais (7)

    Joana Marchão (5)

    Carole Costa (5)

    Sílvia Rebelo (5)

    Ana Borges (8)

    Dolores Silva (6)

    Andreia Norton (6)

    Vanessa Marques (5)

    Fátima Pinto (5)

    Jéssica Silva (5)

    Ana Capeta (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Tatiana Pinto (6)

    Diana Silva (5)

    Andreia Jacinto (5)

    Telma Encarnação (-)

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    João Pedro Barbosa
    João Pedro Barbosahttp://www.bolanarede.pt
    É aluno de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, tem 20 anos e é de Queluz. É um apaixonado pelo desporto. Praticou futebol, futsal e atletismo, mas sem grande sucesso. Prefere apreciar o desporto do lado de fora. O seu sonho é conciliar as duas coisas de que gosta, a escrita e o desporto.