Alemanha 1-1 Espanha: Empate arrancado a ferros e divisão de pontos

    A CRÓNICA: 11 CONTRA 11 E NO FIM… EMPATOU A ESPANHA

    No ano civil de 2020, as seleções nacionais ainda não tinham sido chamadas ao trabalho, culpa direta do Covid-19. Agora, no início da época 2020/21 – que já começa tarde devido à pandemia – a FIFA resolveu arrancar com a segunda edição da Liga das Nações. Não me parece o melhor timing, mas quando temos confrontos destes até nos esquecemos disso. Entra em campo a melhor selecção de jogadores (possível) de dois dos países mais bem-sucedidos em futebol masculino do século XXI: Alemanha e Espanha.

    Por fim, nota para o facto de, nesta partida, as três substituições voltarem a ser regra, ao invés das cinco que têm sido utilizadas desde o reinício do futebol europeu.

    Ouviram-se os hinos, perante as plateias vazias e arrancou o futebol espetáculo. Tivemos a oportunidade de ver uma primeira parte muito interessante, bastante dividida e com lances claros de golo para ambas as equipas.

    Primeiros 15/20 com domínio alemão – onde se destacou um remate fantástico de Leroy Sané e uma defesa não menos vistosa de David De Gea –, e domínio espanhol até aos 30/35 minutos, de onde se destacou um Ferrán Torres de grande nível e um Rodrigo bastante perdulário. O intervalo chegou com um 0-0 muito enganador, porque podia estar facilmente 1-1 ou 2-2.

    Na segunda-parte, Die Manschaft entrou com vontade de fazer aquilo onde tinha falhado – ou melhor, onde De Gea tinha brilhado – e marcou logo aos 50 minutos, com um excelente trabalho de Werner na área e um passe que foi meio-golo de Gundogan.

    O que se seguiu foi uma Alemanha que baixou no terreno e esperou para contra-atacar La Roja, que tentou bastante o empate, mas parecia que não ia conseguir lá chegar, muito pela pólvora seca dos seus avançados, Rodrigo e depois Ansu Fati. No entanto, no último lance do jogo, Gaya, num ressalto, conseguiu mesmo o 1-1 para a sua seleção, fixando esse resultado no placard do Estádio de Estugarda. Justo, face aos acontecimentos da partida.

     

    A FIGURA

    David De Gea – Parece que a séria concorrência que o Manchester United FC foi buscar para a baliza fez efeito em De Gea. Depois de algumas épocas com erros comprometedores, entra em 2020/21 com uma excelente exibição pela sua selecção, assumindo que ainda não está “acabado” e que ainda é um dos melhores do mundo na sua posição. Destacam-se três defesas extraordinárias, a remates de Sané, Werner e Sule, mas foram muitas mais.

     

    O FORA DE JOGO

    Ataque da Seleção Espanhola – Principalmente na primeira parte, o resultado podia ter sido perfeitamente outro. Não foi, porque Rodrigo não é ponta da lança para jogar sozinho como 9 num 4-3-3 e quando Luis Enrique se apercebeu disso, já foi tarde demais. Ansu Fati deu outra vivacidade ao ataque, mas não foi suficiente. Jesus Navas de início também foi um erro de casting no jogo de Espanha.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ALEMANHA

    Numa convocatória onde faltam Neuer e Ter-Stegen, a maior dúvida recaía sobre quem iria assumir a baliza no lugar dos “crónicos” donos da mesma. Muita juventude, apesar de serem jovens e experientes, mas, sobretudo, uma convocatória com qualidade para Joachim Low poder escolher à vontade.

    O técnico alemão optou por um 4-2-3-1, com Trapp na baliza, Kehrer a lateral direito (uma adaptação relativamente bem-sucedida de Tuchel), um miolo muito mais criativo do que defensivo, o regresso de Sané após grave lesão e Draxler a ter total liberdade de movimentos, entre a ala e o centro do terreno.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Trapp (6)

    Gosens (6)

    Sule (7)

    Rudiger (6)

    Kehrer (7)

    Emre Can (7)

    Gundogan (7)

    Kroos (7)

    Draxler (7)

    Sané (7)

    Werner (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Ginter (5)

    Serdar (5)

    Koch (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – ESPANHA

    Por sua vez, Luis Enrique teve uma convocatória rocambolesca, com várias alterações devido a casos positivos de Covid-19 que foram surgindo há medida que os jogadores iam comparecendo na seleção. No entanto, tal como acontece na Alemanha, a qualidade é muita e não houve grandes problemas para se construir um onze forte.

    O ex-Barcelona FC entrou em campo com o seu característico 4-3-3 dos tempos em que treinou os “Blaugrana”. O jovem de 23 anos, Pau Torres, é a surpresa no eixo da defesa de Espanha, ao lado do experiente e capitão Sérgio Ramos, ao passo que Ferrán Torres continua a comprovar que está a ter uma ascensão meteórica no futebol espanhol e agarra a titularidade numa das alas. Jesus Navas foi o extremo do outro lado, embora sempre com tarefas mais defensivas.

    Para a segunda parte, Luis Enrique procurou mais velocidade com um jogador de mais cariz ofensivo, retirando Navas e colocando Ansu Fati, que fez a sua estreia aos 17 anos, ficando o jogador nascido em Guiné-Bissau a jogar a partir do lado esquerdo.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    De Gea (8)

    Gaya (7)

    Sergio Ramos (6)

    Pau Torres (6)

    Carvajal (7)

    Busquets (5)

    Fabián Ruiz (6)

    Thiago Alcântara (7)

    Ferran Torres (6)

    Jesus Navas (5)

    Rodrigo (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Ansu Fati (6)

    Mikel Merino (5)

    Óscar Rodriguez (-)

     

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Carlos Ribeiro
    Carlos Ribeirohttp://www.bolanarede.pt
    Com licenciatura e mestrado em Jornalismo, Comunicação e Cultura, o Carlos é natural de um distrito que, já há muitos anos, não tem clubes de futebol ao mais alto nível: Portalegre. Porém, essa particularidade não o impede de ser um “viciado” na modalidade, que no âmbito nacional, quer no âmbito internacional. Adepto incondicional do Sport Lisboa e Benfica desde que se lembra de gostar do “desporto-rei”.                                                                                                                                                 O Carlos escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.