Alemanha 1-0 Portugal (Sub-21): O título que falta volta a escapar

    A CRÓNICA: NMECHA VOLTA A ASSOMBRAR PORTUGAL

    A expectativa era muita, mas pela terceira vez, em três tentativas, Portugal voltou a perder no jogo decisivo de um Europeu de sub-21. Perante uma Alemanha traiçoeira e, aparentemente, mais madura, a seleção nacional não conseguiu responder a um golo madrugador na segunda parte. Os germânicos repetem os títulos de 2009 e 2017, enquanto os portugueses ficam-se pelo segundo lugar, tal como em 1994 e 2015.

    Os primeiros minutos foram de estudo mútuo e grande equilíbrio. Ainda assim, seleção portuguesa acumulou mais lances de perigo, com destaque para um remate cruzado de Tiago Tomás que saiu a centímetros do alvo. A reação alemã chegou aos 15 minutos, na forma de um remate à barra de Florian Wirtz. Diogo Costa pouco podia fazer, mas a sorte esteve do lado português.

    Gradualmente, a Alemanha ficou mais confortável e começou a ameaçar o primeiro golo de forma contundente. Ao minuto 30 valeu o voo de Diogo Costa, a responder a um pontapé forte e colocado de Arne Maier. Foi de forma semelhante que Fábio Vieira respondeu aos 39’, mas o remate, de fora da área, do jogador do FC Porto saiu com demasiada altura. O lado direito do ataque alemão ia criando muitos problemas – com Ridle Baku em destaque – mas o golo não apareceu.

    Já na compensação, 9 em cada 10 portugueses ter-se-ão levantado do sofá quando viram Vitinha isolado frente ao guardião Dahmen. Entre simulações e trocas de pé, o médio não encontrou espaço para o remate e desperdiçou a melhor oportunidade lusa no primeiro tempo.

    A segunda parte começou com o 1-0 para a Alemanha. Mais uma vez, o perigo veio pelo lado direito e por iniciativa de Ridle Baku. O lateral alemão descobriu Nmecha na área, que apontou o seu quarto golo na competição. O avançado alemão – também com nacionalidade inglesa – voltou a assombrar Portugal. Isto porque, em 2017, já tinha sido ele a marcar um golo que, na altura, deu a vitória do Europeu sub-19… A Inglaterra.

    Em cima da hora de jogo, Fábio Vieira quase surpreendeu Dahmen com um chapéu do meio da rua. A Seleção estava a crescer no jogo e voltava a aparecer mais vezes junto da área alemã. No entanto, a impaciência também apareceu e traduziu-se em muita dificuldade para definir.

    Aos 72’ um contra-ataque rápido alemão culminou numa defesa com as pernas de Diogo Costa. A história repetiu-se minutos depois e voltou a ser o guardião portista a manter Portugal no jogo.

    Até ao fim, a Alemanha foi gerindo a vantagem de forma eficiente, perante uma seleção lusa a perder discernimento. Ainda não foi desta que Portugal venceu o troféu europeu que falta. Mas para o registo fica uma geração cheia de talento e potencial para trazer títulos à seleção “A” num futuro nada distante.

     

    A FIGURA

    Ridle Baku – A equipa alemã foi, de um modo geral, muito sólida. Mas destaco Ridle Baku. O lateral do VFL Wolfsburg foi a personificação das dificuldades que a seleção portuguesa sentiu e as suas ações incisivas, pela direita, foram determinantes para o sucesso alemão.

    O FORA DE JOGO

    Reação ao golo – Na primeira parte, mesmo com ligeiro ascendente alemão, Portugal conseguiu manter o equilíbrio e ameaçar a baliza contrária. Na segunda, após o golo, a história foi outra. A impaciência tomou conta dos portugueses demasiado cedo, o que culminou num leque de más decisões no ataque. Do outro lado, a Alemanha foi ficando cada vez mais galvanizada.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ALEMANHA SUB-21

    A equipa alemã apresentou-se num 4-2-3-1, com muita presença a meio-campo na tentativa de anular o setor central português. No ataque, a projeção do lateral direito Ridle Baku e a polivalência de Wirtz (ora a médio ofensivo, ora a descair para a lateral) criaram muitos problemas. Com a vantagem no bolso, os alemães conseguiram ser muito eficientes e fizeram valer a solidez no meio-campo para controlar o jogo. Com a equipa portuguesa a colocar muitos homens no ataque, os alas germânicos foram explorando o espaço deixado nos corredores para criar perigo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Dahmen (7)

    Ridle Baku (9)

    Schlotterbeck (7)

    Amos Pieper (8)

    David Raum (7)

    Niklas Dorsch (8)

    Arne Maier (7)

    Saalih Ozcan (7)

    Florian Wirtz (7)

    Mergim Berisha (6)

    Nmecha (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Burkardt (6)

    Adeyemi (7)

    Janelt (-)

    Jakobs (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

    Rui Jorge preparou um 4-1-2-1-2, sem médios laterias. À frente da linha de quatro defesas, Florentino foi o homem mais recuado do meio-campo, com Vitinha e Daniel Bragança a ocupar as posições centrais e Fábio Vieira como médio ofensivo. Na frente a aposta foi na mobilidade, com a dupla Dany Mota e Tiago Tomás. Por vezes, Fábio Vieira ocupava uma das laterais, formando um 4-3-3 com Tiago Tomás na posição central do ataque.

    Para a segunda parte, o selecionador português apostou em Rafael Leão, abdicando de alguma profundidade no ataque. Já em desvantagem, Rui Jorge fez entrar Francisco Conceição e Jota e formou um 4-3-3 mais vincado.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Diogo Costa (8)

    Diogo Dalot (7)

    Diogo Leite (6)

    Diogo Queirós (6)

    Abdu Conté (5)

    Florentino (6)

    Vitinha (5)

    Daniel Bragança (6)

    Fábio Vieira (7)

    Dany Mota (5)

    Tiago Tomás (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Rafael Leão (3)

    Francisco Conceição (5)

    Jota (6)

    Gedson Fernandes (4)

    Gonçalo Ramos (-)

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Vasco Borges
    Vasco Borgeshttp://www.bolanarede.pt
    Frequentador de estádios e consumidor de bifanas desde os 5, aprendeu cedo que é melhor a ver do que a jogar futebol. Aos 22, estuda Jornalismo e vai escrevendo sobre os jogos que valem o preço do bilhete e as estórias que só se ouvem no bar, ao intervalo.                                                                                                                                                 O Vasco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.