📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

Um palco vazio, num país fechado e quem perdeu foi o futebol

- Advertisement -

Pode-se dizer, que é no mínimo “estranho”, imaginar um jogo de futebol entre as duas Coreias, mas o sorteio assim o ditou. Na terça feira, a Coreia do Norte recebeu em Pyongyang a congénere do Sul, em jogo a contar para a fase de qualificação da zona asiática para o Mundial 2022, no Qatar.

O jogo terminou empatado a zero, mas há que destacar a presença de Paulo Bento, no banco da Coreia do Sul. Creio que é legítimo dizer que, em conjunto com a sua equipa técnica, foram os únicos portugueses que conseguiram ver esta partida…

Um dérbi com contornos diferentes do habitual, já que o Estado local não permitiu qualquer tipo de adeptos no estádio, bem como jornalistas estrangeiros. Apenas Gianni Infantino (presidente da FIFA) e dois dirigentes da Coreia do Sul, puderam ver de perto este pseudo espetáculo.

E digo pseudo, pela simples razão de que, para haver um espetáculo, têm de estar reunidas certas condições. Os protagonistas (neste caso, ambas as formações), o público comum e a comunicação social. Há jogos, em que são os adeptos, que carregam a equipa às costas. Fez falta o tal 12º jogador. Aquela energia extra que vem das bancadas, e que muitas vezes, ajuda a mexer no marcador.

Por vezes, só um ato de protesto como o do Irão, pode mudar o que já devia ter sido mudado há décadas
Fonte: FIFA

Em certas culturas, o futebol, é dos principais impulsionadores para uma mudança. Veja-se o exemplo recente que decorreu no Irão. Uma sociedade moldada por costumes “apertados” que viu no desporto rei uma forma de protesto. Há cerca de uma semana, foi a primeira vez em quarenta anos, que as mulheres iranianas tiveram permissão para entrar num estádio.

Na sequência da tragédia, na situação, o suicídio de uma adepta, após lhe ter sido dada a sentença de seis meses de prisão, pelo “crime” (naquele país) de ter tentado ir “à bola”, a FIFA agiu. Depois da polémica nas redes sociais, que levou variadas figuras mediáticas pedirem ao organismo mor, que fizesse alguma coisa, a federação iraniana, disponibilizou quatro mil ingressos para mulheres, assistirem ao Irão – Camboja.

Ainda que o recinto albergasse 80 mil pessoas, este foi apenas um pequeno passo para a igualdade. Mas a Coreia do Norte é um mundo à parte. Um único homem dita as leis. Um povo reprimido nada pode fazer, tal qual as organizações mundiais.

Este embate, teria todos os ingredientes para ser um jogo, dito “normal”, se tivesse sido realizado em Seul, por exemplo. Uma Coreia do Sul teoricamente superior, com jogadores nos principais campeonatos europeus (Son, Lee Kangin, Hwang), perante uma Coreia do Norte em crescimento (a nível futebolístico) e um técnico luso. Eu, um adepto do futebol mundial, gostava de ter acompanhado este jogo, imagino a vontade maior dos coreanos.

As Coreias partilham a liderança do grupo H, ambas com sete pontos em três jornadas.

Foto de Capa: FIFA

Artigo revisto por Diogo Teixeira

Filipe Carvalho
Filipe Carvalhohttp://www.bolanarede.pt
O Filipe é um adepto do futebol positivo, diretamente do Alentejo, deu o salto para a Beira Interior em busca do sonho: a formação em Comunicação que o leve à ribalta do jornalismo desportivo.                                                                                                                                                 O Filipe escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Luís Castro deixa comando técnico do Al Wasl após empate frente ao Al Muharraq de Nandinho

Luís Castro já não é treinador do Al Wasl. O técnico português deixou o clube dos Emirados Árabes Unidos após o empate frente ao Al Muharraq de Nandinho.

Kasper Hjulmand elogia jogador do Bayer Leverkusen e enaltece triunfo com o Benfica: «Foi uma luta e uma vitória muito importante»

Kasper Hjulmand fez a análise do Benfica x Bayer Leverkusen em conferência de imprensa. O técnico dinamarquês elogiou Patrik Schick.

Fredrik Aursnes lamenta derrota do Benfica com o Bayer Leverkusen: «Faltou algo mais ali»

Fredrik Aursnes lamentou o desaire do Benfica em casa frente ao Bayer Leverkusen por 1-0, no quarto jogo da fase de liga da Champions League.

Recordar é Viver | Dirk Kuyt, produto do Utrecht

No Liverpool, Dirk Kuyt não era o virtuoso das fintas curtas, mas o motor que nunca parava. Rafa Benítez viu nele o soldado perfeito

PUB

Mais Artigos Populares

De olhos na invencibilidade europeia | Braga x Genk

Carlos Vicens, técnico do Braga, quer continuar a senda de vitórias na competição e esquecer o resultado obtido com o FC Porto

Leonardo Lelo reage aos elogios de Roberto Martínez: «É sempre um motivo de orgulho»

Leonardo Lelo fez a antevisão do jogo com o Genk para a Europa League. O defesa falou ainda sobre as palavras de Roberto Martínez.

Adidas revela novos equipamentos para o Mundial de 2026

A Adidas apresentou os novos equipamentos de 22 seleções nacionais que patrocina. Estas camisolas serão utilizadas no Mundial 2026 para as seleções que garantirem a qualificação.