Melhor maneira de começar uma competição. Portugal venceu a Inglaterra e mostrou que tem argumentos individuais e colectivos para se afirmar como candidato. Num jogo que nem foi quente nem frio, a selecção portuguesa acabou por sair vencedora num lance algo fortuito.
A equipa portuguesa entrou num 4x4x2 losango e foi sempre arguta na procura das costas dos centrais ingleses. O jogo nunca pendeu realmente para um lado, mas a primeira oportunidade acabou por acontecer numa atrapalhação de Moore, proporcionando uma defesa fantástica a Jack Butland. Os pupilos de Rui Jorge andaram sempre mais perto da baliza e criaram várias ocasiões através das recorrentes tentativas de aproveitar a velocidade de Ivan Cavaleiro e Ricardo Pereira. A Inglaterra teve desde o início um objectivo bem definido: servir Harry Kane. A equipa inglesa privilegiou as combinações entre laterais e extremos – Jenkinson e Redmond foram os que estiveram mais activos. Harry Kane também disse presente e por duas vezes, aos 33m e 34m, quis mostrar o porquê de ser uma das estrelas da competição. Depois de um início que pendeu mais para Portugal, os jogadores ingleses acabaram por sair por cima e acabaram a primeira parte com um tiraço de Lingard a tirar tinta ao poste de José Sá.
A entrada no segundo tempo não trouxe novidades e os onzes não foram alvo de alterações. As equipas mantiveram-se no mesmo registo e a primeira grande oportunidade nasceu de um remate cruzado de Raphael Guerreiro. Os jogadores comandados por Gareth Southgate tentaram sempre os desequilíbrios pelas alas e Redmond foi invariavelmente o mais objectivo, tentando visar a baliza defendida por José Sá sempre que possível. Aos 57 minutos surgiu o único golo da partida através de João Mário – depois de uma confusão na área inglesa, a bola chegou a Bernardo Silva que acertou no poste, ressaltando finalmente para para João Mário que, de baliza aberta, não desperdiçou. O jogo decorreu sem grandes incidências até ao fim, sendo de notar o final mais pressionante de Inglaterra – José Sá mostrou-se impenetrável – e a maneira como Iuri Medeiros e Bernardo Silva combinaram um com o outro.
A vitória no primeiro jogo é um bom prenúncio, mas existem outros que também são importantes assinalar. William Carvalho justificou o porquê de ser o jogador com mais valor na competição, a dupla Ilori-Oliveira mostrou-se irrepreensível – Kane não é um jogador qualquer – e Bernardo Silva demonstrou que pode desequilibrar – durante o jogo não foi raro ter dois ou três jogadores ingleses em cima do principezinho do Mónaco.
A Figura
William Carvalho – Imperial em todos os momentos do jogo. A sua tranquilidade, a qualidade de passe e leitura de jogo fazem do trinco do Sporting um jogador bastante acima da média.
O Fora-de-Jogo
Harry Kane – Apesar de a espaços tentar fazer sentir a sua presença, desperdiçou uma ou duas oportunidades flagrantes e acabou por sair em branco do jogo.
Foto de capa: Página de Facebook das Seleções de Portugal