Andebol | Balanço da época 2022/23

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    As competições nacionais de Andebol terminaram e há algumas conclusões a tirar. Numa época marcada por uma redução do número de clubes, houve um aumento de vagas para as competições europeias depois do sucesso europeu do Benfica na temporada anterior.

    Fins de linha para uns, desilusões ou alegrias para outros e novas oportunidades a surgirem. O Bola na Rede salienta os destaques desta temporada, a nível nacional.

    Nestes destaques, não está incluído o Águas Santas. Apesar da formação treinada por Ricardo Moreira ter conseguido alcançar, pela primeira vez, a fase de grupos da Liga Europeia, na Primeira (I) Divisão não conseguiu repetir a posição logo atrás dos candidatos ao título e acabou em quinto lugar. Mesmo assim não houve desilusão porque a equipa garantiu a terceira presença consecutiva nas competições europeias

    FC PORTO

    Depois do tricampeonato e da equipa ter ficado às portas da Final 4 da Liga dos Campeões, a equipa comandada por Magnus Andersson acabou por ter uma entrada na época para esquecer. Derrota em casa do Águas Santas na jornada inaugural antevia uma época negra para os azuis e brancos. Contudo, os portistas foram melhorando e conseguiram novamente vencer o Campeonato.

    Por outro lado, a fraca campanha na Champions, com a equipa a ser a última classificada no seu grupo e a ausência de títulos nas outras competições nacionais podem ser um sinal de que há uma transição que tem de ser feita. Pelo menos, na baliza, é um bom ponto de partida para começar.

    SPORTING CP

    Pressionado pelos títulos dos rivais, o Sporting Clube de Portugal vinha pressionado para esta época. No Campeonato, a equipa esteve na frente até à derrota no Dragão Arena que acabou por tirar o título nacional novamente aos leões.

    Na Liga Europeia, a formação treinada por Ricardo Costa acabou eliminada nos quartos de final frente ao Montpellier pela margem mínima e não conseguiu repetir o feito inédito nacional do rival encarnado. No entanto, a conquista da Taça de Portugal, no final da temporada, dá um balão de oxigénio à equipa técnica, numa época que acabou por ser de crescimento. Mais sólida, com um discreto Francisco Costa, os sportinguistas apresentaram um conjunto mais compacto, com Martim Costa a destacar-se.

    SL BENFICA

    Depois do sucesso europeu na temporada transata, Chema Rodriguez tinha aspirações redobradas em vencer o Campeonato. A época começou bem com a conquista da Supertaça nacional.

    No entanto, na I Divisão, as dificuldades foram outras. O confronto direto frente aos rivais não foi nada positivo. Nem uma vitória frente ao Porto e ao Sporting (um empate e três derrota) mostram que a conquista do principal título nacional seria mesmo uma miragem.

    Mesmo contra equipas com outros objetivos, as águias mostraram dificuldades. O empate na Madeira frente ao Marítimo e a vitória tirada a ferros frente ao estreante na competição, Académico Viseu são alguns dos exemplos da falta de solidez encarnada.

    Na Liga Europeia, o feito do ano anterior não foi repetido, com a equipa a ser eliminada irrepreensivelmente nos oitavos de final contra os alemães do Flensburg-Handewitt.

    Chema Rodriguez acabou por sair e abre-se um novo ciclo com um treinador espanhol ao leme. Jota Gonzalez vem do Paris Saint Germain, onde era treinador adjunto, e tem a difícil tarefa de colocar os encarnados com o caneco, 16 anos depois da última vez em que o Benfica foi campeão nacional.

    ABC BRAGA

    O histórico do andebol vem de épocas muito abaixo dos seus pergaminhos históricos.

    As dificuldades financeiras não deixaram de existir, mas os bracarenses conseguiram-se reerguer e asseguraram, mesmo no final, o quarto lugar frente ao Águas Santas. Filipe Magalhães conseguiu colocar a equipa de volta às competições europeias, em 2023/2024. Algo que já não acontecia desde 2016/2017. 

    O dinheiro necessário para as competições europeias também já foi garantido e, por isso, o ABC dá mais um passo na sua recuperação. A disparidade contra os crónicos candidatos ao título continua a ser grande para o campeão nacional por 13 vezes, a última em 2015/2016.

    ACADÉMICO VISEU FC

    O único estreante absoluto na I Divisão em 2022/2023 tinha uma missão hercúlea de evitar a descida. Para além dos dois últimos descerem diretamente como habitualmente, os dois seguintes voltavam a marcar lugar num playoff com o vice campeão da Segunda Liga, onde só haveria um último lugar, no escalão máximo.

    A verdade é que, com todas as dificuldades, os viseenses bateram vários adversários com outro estatuto em casa, como o Póvoa AC, o Vitória FC e o Marítimo. A equipa treinada por Rafael Ribeiro que conduziu a equipa desde a Terceira Divisão até ao principal escalão dos seniores masculinos acabou por evitar a descida direta, mas sucumbiu no playoff frente à Artística de Avanca, um adversário muito experiente e com quem tinham empatado, na penúltima ronda da fase regular.

    Com a saída do treinador e possivelmente de muitos dos jogadores (Eduardo Almeida e André Lima à cabeça, pela qualidade) , fica uma dúvida: qual será o futuro do clube, na Divisão de Honra?

    ADA MAIA

    Já era um dos habitués na competição. 11 temporadas seguidas na I Divisão e o sétimo lugar em 2021/2022 anteviam uma época possivelmente tranquila.

    No entanto, os maiatos mostraram dificuldades ofensivas e acabaram por perder pontos com todas as equipa, exceto com o Académico Viseu. Mesmo o lanterna vermelha Santo Tirso conseguiu a sua única vitória na competição frente ao ADA Maia.

    O penúltimo lugar e a descida direta à Divisão de Honra já tinham sido um murro no estômago, mas o pior veio a seguir com o final das atividades do clube. Triste fim.

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    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.