É altura de dizer “Basta!”

Estamos a dois meses da realização dos Jogos Olímpicos da Juventude e tudo parecia estar pronto para a presença da Seleção Nacional de Andebol de Praia Feminina fazer história ao marcar presença nesta competição após o terceiro lugar no Campeonato Europeu de Andebol de Praia e o quarto lugar no Campeonato do Mundo de Andebol de Praia. Até que, há dois dias, o treinador do SL Benfica, uma das principais figuras históricas do Andebol Nacional, pai de uma atleta da Seleção Nacional, Carlos Resende, surpreendeu o Andebol português ao referir que “administrativamente alguém as (Seleção Nacional de Andebol de Praia Feminina) pode colocar fora desta memorável competição”.

Ontem, dia seis de agosto, esta “ameaça” tornou-se realidade. O Comité Organizador dos Jogos Olímpicos da Juventude estabeleceu a condicionante de cada país poder apenas participar com uma seleção, por género, nas modalidades coletivas que integram o respetivo quadro competitivo. Nesse sentido, o Comité Olímpico de Portugal definiu como critério prioritário que se mais do que uma modalidade estivesse qualificada, participariam duas modalidades e não apenas uma única, garantindo uma maior diversidade da representação nacional. Acontece que no momento de encerramento das inscrições (6 de agosto) se encontravam apenas elegíveis para participar, as Seleções de Portugal de Andebol de Praia (femininos e masculinos) e a seleção de Futsal Feminina.

Face aos critérios que estavam estabelecidos, o COP decidiu que Portugal participará nos Jogos Olímpicos da Juventude com as Seleções de Andebol de Praia Masculina e Futsal Feminina, deixando de fora a Seleção de Andebol de Praia Feminina que, ao longo dos últimos anos, tem alcançado resultados excecionais e que dão grande confiança em relação ao futuro da modalidade.

Desta forma, as jogadoras da Seleção Nacional de Andebol de Praia vêm-se impedidas de participar nesta competição, algo que seria histórica para a modalidade e uma experiência que estas nunca iriam esquecer.

Todo o esforço e dedicação das guerreiras portugueses foram por água abaixo
Fonte: Beach Handball Euro U18 Montenegro 2018

No entanto, este impedimento traz à discussão um problema mais profundo. Nos últimos anos, o Andebol, que é a segunda modalidade mais praticada em Portugal, tem sido completamente desvalorizada pela maioria dos portugueses. Nos últimos anos a grande vitória que se conseguiu foi a transmissão de alguns jogos do Andebol1 na TVI24 porque todos os outros canais televisivos ignoram totalmente este desporto.

No mesmo fim de semana em que a Seleção Nacional de Sub-19 foi, de forma histórica, campeã europeia de futebol, conquista que teve direito a longos minutos de reportagem e cobertura (com todo o mérito), a Seleção Nacional de Sub-20 foi, também numa prestação histórica, quarta no Europeu de Andebol. Será que alguém sem ser os praticantes e amantes da modalidade tiveram noção deste feito?

O Andebol Nacional merece mais e melhor e temos de continuar a lutar por esse reconhecimento.

Foto de Capa: Beach Handball Euro U18 Montenegro 2018

Pedro Palma
Pedro Palmahttp://www.bolanarede.pt
Há mais de dez anos a virar frangos nas balizas do Andebol, adepto ferrenho do Benfica e alentejano. O Andebol é com ele.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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