Os 5 pontos-chave da vitória de Portugal sobre a Grécia no Europeu de Andebol

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    Portugal iniciou esta quinta-feira a sua 8ª campanha num Campeonato da Europa de Andebol! É também a terceira vez consecutiva que a “Equipa das Quinas” compete entre as melhores nações da Europa. Do outro lado estava a Grécia que fazia o seu jogo de estreia num Campeonato da Europa, a terceira presença numa fase final

    Portugal chega com bastantes baixas, nomeadamente as de Victor Iturriza, Fábio Magalhães, André Gomes e a de Daymaro Salina, esta última já em pleno estágio, com o pivô do FC Porto a ser substituído pelo estreante ao serviço da seleção em jogos oficiais, Fábio Silva (Artística de Avanca)

    Uma equipa marcadamente mais fraca no papel, com a maioria dos convocados provenientes do campeonato grego, exceção feita a três jogos. Ainda assim a Grécia vinha de uma campanha notória na fase de Qualificação, com vitórias frente aos Países Baixos e à Bélgica, duas equipas que alinharam no Mundial de 2023.

    5. PORTUGAL CONTINUA A FALHAR NOS CONTRA ATAQUES

    Um defeito que saltara à vista nos jogos de preparação da Seleção Nacional frente à Alemanha foi a dificuldade na transiação do ataque para a defesa. E esse continuou a ser o ponto fraco de Portugal frente à Grécia, com a seleção grega a usar a velocidade dos seus pontas, em particular do ponta esquerda, Christos Kederis que não poucas vezes rematou na cara de Diogo Rema.

    Não só a nível defensivo, mas também no ataque Portugal teve algumas dificuldades (ainda que não graves) com o contra-ataque, com António Areia e Salvador Salvador a desperdiçar algumas chances.

    4. RÊMA E CAPDEVILLE ENORMES

    Aos 19 anos, uma mente mais conservadora poderia pensar que não seria o melhor momento para apostar num jogador para ser titular pelo seu país no Campeonato da Europa. Mas Paulo Jorge Pereira não se deixou levar pela idade e optou por lançar Diogo Rema às feras gregas. E o guardião portista não desiludiu com duas defesas consecutivas fantásticas na primeira parte, quando impediu dois golos da Grécia em contraataque, com destaque para o remate do ponta esquerda, Georgios Papavasilis que teve todo o tempo para rematar e nem assim bateu o jovem português

    O mesmo pode ser dito de Gustavo Capdeville, com o guarda-redes do Benfica a defender cerca de 8 remates (44% de eficácia), sendo decisivo no período do jogo em que a Grécia se foi abaixo e permitiu a Portugal carimbar a vitória, sendo premiado com o título de homem do jogo.

    3. MINI TRAGÉDIA GREGA NO INÍCIO DA 2ª PARTE

    Portugal foi para o intervalo a ganhar por 19-15, uma vantagem que parecia já ter o jogo bem encaminhado para a seleção portuguesa. Mas valeu a persistência da Grécia para garantir que a luta pela vitória seria, na verdade, bem mais acesa. Uma exibição de luxo por parte de Savvas Savvas, uma autêntica ameaça na área de 9 metros era um jogador de remate imprevisível e com movimentações verticais que agitaram a defesa portuguesa, um efeito semelhante ao que Charalampos Malios teve, em menor dimensão. Também Christos Kederis, ponta esquerda que joga no AEK, foi um pesadelo para a defesa portuguesa, marcando tanto a partir de ataques em velocidade como de penetrações.

    Para além do ressurgimento da Grécia, os portugueses entraram desinspirados com uma abordagem ofensiva muito estática e sem ideias, com o central Miguel Martins a ser o melhor em campo nesse mau momento. Martins ia distribuindo o jogo e fez mesmo dois excelentes passes que podiam ter acalmado os ânimos gregos, mas uma falta ofensiva de Martim Costa e uma violação de área por parte de Leonel Fernandes tornaram as jogadas inviáveis.

    Ao fim de 6 minutos sem marcar, foi mesmo Miguel Martins quem rematou de longe, num momento que exemplifica muito bem a falta de ideias de Portugal nesse momento.

    2. ESTREIA DE LUXO PARA NAZARÉ E FÁBIO

    Joaquim Nazaré estreia-se numa competição internacional aos 22 anos e brilhou completamente! Lateral direito dos dinamarqueses do Skjern, penetrou a lateral adversária assim que entrou em campo e apontou o seu primeiro golo ao serviço da seleção. Pouco depois faria o mesmo, mas sem penetrar a defesa, rematando de longe para voltar a colocar a seleção com mais tranquilidade após a remontada grega.

    Nazaré foi um dos jogadores que mais brilhou nesta fase da partida. O outro foi Fábio Silva, que apontou 4 golos na partida e combinou de forma maravilhosa com Joaquim Nazaré, com o duo a selar a margem confortável com que Portugal levou o jogo para casa.

    1. O ATAQUE DINÂMICO DE PORTUGAL

    Inconsistência foi a palavra do dia para Portugal que teve momentos avassaladores, mas também momentos em que pareceu que a vitória ia fugir e que o apuramento para a “Main Round” ficaria comprometido. Ainda assim, Portugal tentou sempre implementar um jogo ofensivo dinâmico, com muitos cruzamentos entre laterais e central, sendo que os pontas também jogavam para dentro com vista a desmanchar a defesa adversária. O cruzamento entre jogadores tornava imprevisível a penetração da defesa grega por um jogador que podia rematar ou assumir a função de pivô, com vista a deixar os restantes colegas mais livres.

    Portugal cumpre a missão frente à Grécia, mas há muita coisa a melhorar. Este sábado o jogo é uma “final”: Portugal enfrenta a Chéquia, com a possibilidade de confirmar o apuramento para a Main Round. Caso perca, adia as decisões para o jogo com a Dinamarca, onde a derrota é quase um dado adquirido.

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    Filipe Pereira
    Filipe Pereira
    Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.