10 conclusões que tiramos da Maratona de Londres

No domingo passado realizou-se uma das Maratonas mais aguardadas da história. Dois elencos recheados de estrelas e de homens e mulheres capazes de desafiar os limites do corpo humano. Já muito se falou sobre o que em Londres aconteceu e que resultou na vitória de dois quenianos no masculino e no feminino. No entanto, há conclusões a tirar de uma prova que poderá marcar o ano desportivo em estrada e nós aqui as apresentamos.

1. Kipchoge é o Rei

Parece incontestável neste momento. Eliud Kipchoge correu dez Maratonas na sua carreira, venceu nove. A única que “perdeu” foi o segundo lugar na primeira Major da carreira em Berlim. Tirando a Maratona do Rio (onde correu em 2:08:44, tempo que é facilmente explicado pelo clima da cidade brasileira), sempre correu igual ou abaixo de 2:05:30. É uma máquina que parece não falhar. Em termos de regularidade a este nível, apenas Wilson Kiprotich parece ser um nome a entrar na discussão de quem é o maior de todos os tempos. Mas Kipchoge caminha para ser o líder incontestado e parece focado em não deixar margem para dúvidas. No domingo começou com os pacers mais rápidos, “respeitando” o absurdo ritmo imposto de início. Bekele no final da prova revelou que foi o próprio Kipchoge a pedir esse ritmo e que ele não concordou. O queniano correu em ritmo de recorde mundial até onde deu (o parcial de meia foi corrido a 61:00, o mais rápido de sempre!), mas a tempo percebeu que as condições climatéricas de Londres aconselhavam alguma prudência.

A lenda Kipchoge
Fonte: Virgin Money London Marathon

Não é que um tempo de 2:04:17 seja um tempo lento (é na verdade, o terceiro mais rápido de sempre em Londres), mas a dada altura Kipchoge controlou a prova, agarrou-se à liderança, entendendo que não era dia de tentar o recorde mundial, sendo “apenas” mais um dia para cimentar a sua superioridade. Entrou como favorito e saiu como vencedor e sabemos como isso na Maratona não é uma tarefa fácil. Especialmente aqui, esta semana, onde tantos queriam a glória. Kipchoge alcançou a sua terceira vitória em Londres, algo antes alcançado apenas por Dionicio Cerón, Martin Lel e pelo nosso António Pinto.

2. Mo Farah pode ser competitivo entre os grandes

As dúvidas existiam antes do começo da prova. Mo Farah, um dos maiores nomes da longa distância em pista, nunca foi um atleta extraordinariamente rápido (comparado com os maiores) nessas distâncias, optando tradicionalmente por ser mais tático. Sabia-se que Mo poderia ser rápido, pelas indicações que chegou a dar em determinadas alturas da sua carreira (não esquecer a sua habitual ponta final nos 5.000 e nos 10.000 e que correu os 1.500 em 3:28.81, recorde europeu). Mas não se sabia até que ponto um ritmo altíssimo em Londres, aliado às expectativas criadas sobre si e com os holofotes sobre si, poderia afectar o atleta na primeira vez que apostava exclusivamente na estrada. A dada altura da prova, confesso que cheguei a pensar que Mo Farah estava a morder o isco. Pensei que era uma “armadilha” de Kipchoge para o quebrar através do ritmo elevadíssimo e que o britânico estava a ir na conversa. Ainda não estou convencido que não o fosse. Mas na verdade, Mo Farah surpreendeu. Manteve-se no grupo da frente, aguentou até onde pôde numa luta que foi durante largos minutos a três, mas depois deixou ir Kipchoge e Kitata. Não deixou de ser competitivo, mas soube perceber que aquela não era a sua batalha (para já) e o próprio admitiu ter terminado totalmente de rastos.

Mo Farah no final da sua prova, satisfeito e esgotado
Fonte: Virgin Money London Marathon

Acabou em 2:06:21, naquele que é um novo recorde britânico (que demorou 33 anos a cair, sendo que pertencia a Steve Jones), no terceiro lugar do pódio e, mais importante do que isso, passando uma mensagem clara que não vem para a estrada apenas para fazer dinheiro. Vem para ser competitivo ao mais alto nível. Como o agente de Mo Farah tão bem o disse no final da prova “nunca trabalhei com alguém com maiores “bolas” do que Mo  Farah”. Para bom entendedor.

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Pedro Pires
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O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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