AS DUAS ESCOLHAS DA WORLD ATHLETICS E O QUE ELAS DIZEM NAS ENTRELINHAS
“Where do we start?”@mondohoss600 becomes the youngest athlete EVER to be named the Male World Athlete of the Year🌟 pic.twitter.com/QyyzcFL4Ld
— World Athletics (@WorldAthletics) December 5, 2020
Para melhor do ano no masculino, apesar de todos os cinco atletas terem alcançado grandes feitos, a decisão parecia ser entre Joshua Cheptegei e Mondo Duplantis, os dois atletas que bateram recordes mundiais. Havia quem dissesse que Cheptegei tinha alguma vantagem. Afinal, o atleta do Uganda bateu dois históricos recordes em pista e ainda o fez também em estrada. Duplantis, por outro lado, tinha a seu favor o facto de ter batido o recorde da Vara por duas vezes e ainda ter acrescentado o grande salto ao ar livre, retirando as dúvidas de quem defende que os saltos indoor não devem contar como recorde absoluto. A World Athletics decidiu-se pelo jovem sueco, Mondo Duplantis. É uma escolha impossível de contestar (tal como seria a de Cheptegei). Com 21 anos acabados de fazer, Duplantis chegou onde parecia impossível e ninguém consegue prever o que o futuro lhe reserva. O prémio masculino não ia para um atleta europeu desde 2014 e, curiosamente, havia sido também com o recorde mundial da Vara de Renaud Lavillenie (França). Foram os únicos atletas europeus a conquistar o troféu neste século.
“The truth is I did not expect this, sorry but I really can’t believe it.”
Congratulations @TeamRojas45, Female World Athlete of the Year✨ pic.twitter.com/RICi8inZMe
— World Athletics (@WorldAthletics) December 5, 2020
Já no feminino, havia alguma dúvidas. Elaine Thompson parecia a que menos tinha feito e Sifan Hassan, tendo batido o recorde europeu, não entrava, ainda assim no campo de recorde mundial. Tinhamos assim duas atletas de longa distância, Gidey – que bateu o recorde mundial dos 5.000 metros, mas que pouco mais fez e ainda tem provas por dar ao Atletismo – e Jepchirchir – que bateu os dois recordes, venceu o Mundial da Meia, mas que tem contra si o facto de ser um nome menor e da WA raramente reconhecer os feitos da Meia. Depois havia Yulimar Rojas. A venezuelana apareceu pouco no ano, mas, quando apareceu, venceu sempre e somou ainda o recorde mundial em pista coberta do Triplo. De forma estatística talvez fizesse sentido a atribuição do prémio à queniana, mas a World Athletics deu mesmo o prémio a Yulimar Rojas, a venezuelana de 25 anos, o que também se entende.