As “estreantes” que há muito brilhavam
Kendra Harrison (nos 60 metros com barreiras), Sandi Morris (no salto com vara), Anita Marton (no lançamento do peso), Ivana Spanovic (no comprimento) e Katarina Johnson-Thompson (no pentatlo) já eram nomes grandes no atletismo, mas só aqui em Birmingham alcançaram o seu primeiro Ouro global. Christian Coleman (60 metros) também já era um nome por demais conhecido, mas é um jovem que nunca havia chegado como um dos favoritos a um evento global, então não se enquadra nesta categoria. O que significará isto para estas atletas? Não sabemos, mas pode ser o começo de algo grande para algumas delas e uma menor pressão para enfrentar o que por aí vem. Kendra Harrison, em palavras exclusivas no final da prova onde bateu o recorde dos campeonatos, confessou-nos que até foi um alívio para ela chegar a Birmingham depois de uma derrota (nos nacionais norte-americanos), não sendo, assim, favorita desta vez. E tal como a mesma reconheceu “as derrotas tornaram-me mais forte e hoje sou uma pessoa bem mais confiante”.
Diretamente de #Birmingham para todos os portugueses e seguidores do BnR: @ken_aye_
➡ Recordista Mundial dos 100 metros barreiras! 🥇🤗 #ReportagemBnR #IAAFWorlds pic.twitter.com/Ccos1vJrEI
— Bola na Rede (@BolaNaRedePT) 3 de março de 2018
O mau tempo
Será algo que sempre será recordado quando nos lembrarmos destes Mundiais. As temperaturas extremas durante a semana em Birmingham estiveram longe do normal, mesmo para os padrões britânicos. Embora, oficialmente, o termómetro marcasse entre -3 e -5 graus, a amplitude térmica esteve durante os dois primeiros dias do evento na casa dos -15 graus! Duas tempestades afectaram o território britânico e se a vinda do Norte, trouxe frio e neve (muita neve), a que veio do Sul trouxe vento forte, o que se veio a reflectir em escolas fechadas, transportes parados, estradas intransitáveis e até aeroporto encerrados durante várias horas.

Na verdade, 10 pessoas perderam mesmo a vida durante esta vaga de frio e mau tempo no Reino Unido. O tempo afectou os Campeonatos na medida em que tivemos atletas com voos atrasados (a não cumprir com a preparação prevista), bancadas mais despidas nas primeiras duas sessões (bilhetes reservados às escolas não foram utilizados porque…não havia escola!) e alguns percursos feitos a pé pelos atletas (a enterrar literalmente os pés e tornozelos na neve) porque não havia transportes que pudesse circular. No final, a temperatura aqueceu no anterior e isso era o mais importante.