Diamond League 2018 – As finais de Bruxelas: Antevisão

1.500 metros (F): Foi com surpresa que ao serem anunciadas as startlists para Bruxelas, constatámos que Sifan Hassan estava presente na lista para estes 1.500 metros. É que a holandesa fará na noite anterior os 5.000 metros em Zurique, o que torna a missão de fazer as duas distâncias em algo hercúleo.

Sifan Hassan irá procurar fazer os 5.000 em Zurique e um dia depois…os 1.500 em Bruxelas!
Fonte: IAAF

Por aqui também estará Laura Muir, a britânica que se sagrou campeã europeia em Berlim, mas que aqui provavelmente não arriscará o mesmo tipo de estratégia, de tentar partir o grupo desde muito cedo. É que além de Muir e Hassan, existem 4 outras atletas que já correram abaixo dos 4 minutos este ano! A mais rápida este ano em pista é a norte-americana Shelby Houlihan, que terá a companhia da sua compatriota Jenny Simpson, uma ex-campeã mundial, que ainda no passado foi Prata em Londres, depois de ser Bronze no Rio. A marroquina Rababe Arafi e a etíope Gudaf Tsegay são as outras duas atletas que podem entrar na luta de uma prova que parece muito em aberto.

A nossa aposta: Shelby Houlihan (USA)

5000 metros (M): Tem sido um dos anos com piores prestações a nível de marcas no fundo masculino. Ninguém ainda baixou dos 13 minutos, parecem existir cada vez menos provas por ano e algumas das estrelas viraram-se para outras distâncias, como a Maratona. Ainda assim, o elenco presente em Bruxelas é capaz de proporcionar um bom espetáculo e, caso queiram, podem muito bem vários deles correr abaixo da atual marca líder do ano. Não sabemos qual o tipo de estratégia que vai ser adotada, mas entre os presentes estará o atual campeão mundial, aquele que impôs a Mo Farah a derrota na sua última grande final global em pista, o etíope Muktar Edris. Aliás, etíopes é algo que não faltará, com 6 atletas previstos, incluindo Hagos Gebrhiwet – Bronze no Rio – e dois dos atletas mais entusiasmantes da nova vaga: o medalhado de Prata nos 3000 de Birmingham, Selemon Barega e o duplo campeão mundial indoor dessa distância, Yomif Kejelcha, que há bem pouco tempo correu os 3.000 metros mais rápidos dos últimos 7 anos. Achamos difícil alguém poder retirar a vitória a um dos etíopes, mas nomes como Mohammed Amman (CAN), que foi quarto no Rio e Paul Chelimo (USA), segundo no Rio e terceiro em Londres, merecem atenção redobrada. Espetáculo haverá com certeza. Se será uma prova rápida? Isso já depende do que os artistas presentes quiserem.

A nossa aposta: Yomif Kejelcha (ETH)

100 metros barreiras (F): Numa época em que temos, em simultâneo, duas mulheres que já correram na casa dos 12.2 e que este ano já o fizeram ambas em 12.3, qualquer prova desta distância com barreiras é especial e um recorde mundial pode aparecer a qualquer momento. Ainda mais tendo em conta que uma delas – Kendra Harrison – é a atual recordista mundial. Não é o que se espera desta prova de Bruxelas, mas deverá ser mais uma prova rapidíssima com as norte-americanas a concentrarem todas as atenções. Serão 5 as atletas dos EUA presentes, com o favoritismo a recair para Harrison – que este ano venceu finalmente um título global, com a conquista do Ouro nos 60 metros barreiras Indoor em Birmingham – e para Brianna McNeal, anteriormente conhecida por Rollins.

Mais um emocionante duelo Harrison-McNeal
Fonte: Diamond League

McNeal é a atual campeã olímpica e, depois de um ano de paragem forçada, regressou em toda a força, voltando às grandes marcas. Kendra venceu dois eventos, Brianna três. Mas dos três que Brianna venceu, Kendra esteve presentes apenas em um, enquanto que as duas vitórias de Kendra tinham Briana em prova! Outra atleta que também se poderá intrometer na luta – e que venceu em Roma – é Sharika Nelvis, atleta de 12.3 e que este ano já correu em 12.51. Destaque ainda para o facto deste meeting significar a última prova da competição para a ex-campeã olímpica, Dawn Harper-Nelson, que no início da época anunciou que este seria o seu último ano nas pistas.

A nossa aposta: Kendra Harrison (USA)

110 metros barreiras (M): Sergey Shubenkov vinha a ter uma época praticamente perfeita. Apesar de ter perdido nas suas duas primeiras provas da temporada – em Xangai e em Eugene – depois disso venceu por 12 vezes (falhando apenas em Paris, por falsa partida). Mas além das vitórias, tinha corrido 3 vezes abaixo dos 13 segundos, algo que antes só havia acontecido por uma vez na sua carreira. Como cereja no topo de bolo tem um novo recorde pessoal de 12.92 segundos (+0.6), algo que o coloca, igualado, como o oitavo mais rápido atleta da história! No entanto, na final dos Europeus de Berlim aconteceu o impensável. Uma péssima partida do russo foi muito bem aproveitada pelo francês Pascal Martinot-Lagarde, que venceu em 13.17 segundos (0.0). Os dois aqui estarão e não se espera que o francês volte a surpreender o russo. Mas atenção: em pista estará um Orlando Ortega sedento de vitórias e que em Birmingham correu em 13.08 (+1.3), lamentando-se no final, afirmando que se tivesse corrido assim em Berlim, seria campeão europeu! Assim, todo o pódio de Berlim vem à procura do diamante, numa prova que contará ainda com a presença de dois rápidos jamaicanos, Ronald Levy e Hansle Parchment e um sempre perigoso norte-americano Devon Allen.

A nossa aposta: Sergey Shubenkov (RUS)

3000 metros obstáculos (F): 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8. Serão oito as quenianas nesta final! E ainda mais uma atleta do Bahrein nascida no Quénia! E é dessa armada queniana que vem o favoritismo de Beatrice Chepkoech, que é “só” a nova recordista mundial da distância! E ela não se limitou a bater o recorde. Na reunião do Mónaco – por muitos, apelidado de melhor meeting da sempre da competição – Chepkoech pulverizou por completo a anterior marca, que era de 8:52.37 da atualmente suspensa Ruth Jebet, correndo em 8:44.32!

Chepkoech, a nova recordista mundial!
Fonte: IAAF

Claro que quem se exibe de tal forma, terá sempre o total favoritismo para a prova seguinte e assim será. Chepkoech terá como maiores rivais as conterrâneas Celliphine Chespol (a jovem de 19 anos que também tem um recorde pessoal abaixo dos 9 minutos) e Hyvin Kiyeng, que esteve presente nos últimos 3 pódios de competições globais (sempre com uma medalha diferente) e que venceu os dois primeiros meetings Diamond League do ano. Mas a este fortíssimo trio queniano, os EUA esperam fazer frente, com a nova recordista nacional Courtney Frerichs (já a roçar a barreira dos 9 minutos – 9:00.85) e a campeã mundial Emma Coburn. Vai ferver!

A nossa aposta: Beatrice Chepkoech (KEN)

Pedro Pires
Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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