Masculino
100 metros: Será a prova que irá encerrar o meeting e existem bons motivos para acreditar que poderá encerrar em grande. Antes dessa final existirão meias-finais (a ocorrer antes da transmissão televisiva), o que permite perceber a dimensão e a qualidade do field presente em Birmingham. Os grandes favoritos serão os norte-americanos Christian Coleman – que bateu o recorde mundial dos 60 metros indoor no início deste ano – e Noah Lyles – o líder mundial nos 100 (igualado) e nos 200 metros. Coleman tem passado por alguns problemas físicos nesta temporada ao ar livre, ainda assim, no seu regresso em Rabat, acabou por vencer o duelo a Lyles, ao correr em 9.98 (-0.4). Mais tarde, falharia o meeting de Londres depois de se ressentir da lesão no aquecimento, pelo que o que fará neste fim-de-semana é uma incógnita. Já Noah Lyles até perdeu essa prova em Rabat, mas foi o que mais impressionou em pista. Teve uma péssima partida e só aos 30 metros começou a “entrar na prova”, mas é seguro dizer que se fosse uma corrida de 110 metros, teria vencido em Marrocos, tal foi a sua recuperação.
Nada afetado, poucos dias depois iria ao Mónaco correr a marca líder mundial dos 200 metros (19.65), provando mais uma vez estar num excelente momento de forma. Em condições normais, os dois podem ameaçar a marca líder mundial do ano (9.88) dividida pelo próprio Noah Lyles e Ronnie Baker. Presente também em Birmingham estará o novo campeão europeu dos 100 metros, o britânico Zharnel Hughes, ele que já correu este ano em 9.91 (0.4), sendo o quarto atleta de 2018 a nível de marcas. O campeão dos Jogos da Commonwealth, Akani Simbine e a estrela jamaicana Yohan Blake são outros atletas que mostraram recentemente estarem num crescendo de forma e correram já em tempos abaixo dos 10 segundos (Simbine em 9.93 e Blake em 9.95). Falta ainda referir outro norte-americano que andará em pista e que tem a terceira marca do ano: Mike Rodgers parece renascido e aos 33 anos voltou à casa dos 9.8!
800 metros: Sem dúvida que pode ser uma das provas com melhores resultados em Birmingham. Por lá estará Emmanuel Korir, o queniano residente nos EUA, que no meeting de Londres, correu o tempo mais rápido no mundo desde 2012, subindo a 6º mais rápido de sempre na distância! Por lá andarão também os dois polacos habituais, Marcin Lewandowski e, principalmente, Adam Kszczot, que voltou a sagrar-se campeão europeu em Berlim (3ª vez consecutiva) e que em Março tinha conquistado o titulo mundial de pista coberta. Em pista teremos também mais 4 atletas que este ano já correram em 1:43 (incluindo Cheruiyot Rotich e Clayton Murphy) e já que falamos em campeões mundiais, algo bastante interessante para observar: o campeão mundial dos 1500 metros, Elijah Manangoi, participará nestes 800 metros, depois de já o ter feito na casa do 1:45 em Doha. Atenção para a presença da lebre mais famosa da atualidade! Bram Som andará por lá a impor, por certo, um forte ritmo na prova, o que ainda nos faz salivar mais por estes 800 metros. O recorde do meeting de 1:43.93 de Mark Everett, que dura há quase 27 anos, está sob série ameaça.
3000 metros obstáculos: Ainda sem sairmos da pista, este é outro momento para seguir com atenção. A armada queniana será composta por 6 (!) atletas e o jogo de equipa deverá estar presente, com o favoritismo a ter que ser atribuído ao dominador da distância, campeão olímpico e mundial, Conseslus Kipruto. Ainda assim, a época do queniano não está ao nível de outras temporadas, tendo já sofrido duas derrotas em eventos Diamond League, pelo que não será uma grande surpresa se tal voltar a acontecer. Contará aqui com a concorrência do seu compatriota Benjamin Kigen, que este ano já venceu em Rabat e em Eugene, o etíope Chala Beyo, que venceu em Doha e do recém-coroado campeão europeu (mais uma vez), o sempre polémico francês Mahiedine Mekhissi Benabbad. Mas a maior ameaça pode vir do marroquino El Bakkali, que nos Mundiais de Londres foi Prata atrás de Kipruto, mas que este ano já o bateu no Mónaco, ao correr a marca líder mundial de 7:58.15, a única marca nesta temporada abaixo dos 8 minutos.
Salto em Comprimento: Não é um evento Diamond League e a ausência de Echevarría (que esteve confirmado) poderá tirar algum do peso competitivo da prova. Ainda assim a presença dos sul-africanos Luvo Manyonga (sem dúvida, o grande favorito) e Zarck Visser (já saltou 8.40 este ano) garantem a obtenção de marcas de elite e um concurso de nível elevado, com uma possível queda do recorde do meeting – 8.45 metros de Miguel Pate desde 2005. O grego, de apenas 20 anos, Miltiadis Tentoglou estará também presente e, certamente, motivado pelo título europeu conquistado na passada semana em Berlim. Ainda assim, as manchetes poderão ser feitas por outro motivo. É que, muito provavelmente, esta será a última prova de Greg Rutherford, nome maior do Atletismo britânico, que se despede aqui de competição, depois de um período complicado de lesões.
Durante a sua carreira, o britânico ganhou tudo o que havia para ganhar ao ar livre e terá aqui em Birmingham uma despedida, com certeza, emotiva, a fazer lembrar a de Mo Farah das pistas há 1 ano atrás.
Lançamento do Dardo: O trio alemão não estará todo aqui, faltará Vetter, que com certeza não estará ainda nas melhores condições, ao ter falhado o pódio nos Europeus de Berlim. Ainda assim, todo esse pódio estará por cá! Thomas Rohler, que agora é o campeão europeu e campeão olímpico, entrará com um estatuto reforçado e assumindo-se como o favorito. No entanto, não se pode descuidar com o seu colega Andreas Hofmann, que é o atual campeão alemão e que inclusive já lançou mais longe do que Rohler este ano (92.06 – 91.78). A vitória provavelmente será decidida entre os germânicos, embora não possamos esquecer a presença de Magnus Kirt, da Estónia, que foi Bronze em Berlim e que este ano já lançou 89.75 metros (recorde pessoal) em Rabat! Pode ser um dos pontos altos da tarde.