No segundo dia do evento, a velocidade feminina dominava as atenções com um elenco de luxo e podemos dizer que os 100 metros não desapontaram. Logo nas meias-finais, a britânica Dina-Asher Smith (com 10.91) e a jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce em fáceis 10.95 deram sinais de força, sendo que a costa-marfinense Ta Lou também baixou logo dos 11 segundos, com 10.96.
A final, essa, começou com uma falsa partida (e desqualificação) para a holandesa Dafne Schippers. Depois seguiu-se mais uma demonstração de explosão e potência por parte da “mamã mais rápida do mundo”, como já é apelidada a jamaicana Fraser-Pryce, que voltou a provar estar na sua máxima força e correu a final em 10.78 segundos, tornando-se na atleta com mais sub-10.8 da história! Dina Asher-Smith, a estrela da casa e campeã europeia, chegou em 2º com 10.92 e Ta Lou voltou a correr rápido, em 10.98.
Também no masculino, a velocidade esteve em destaque, que mesmo sem os principais nomes, deu-nos uma enorme surpresa com os 19.88 segundos de Zhenye Xie, que tornaram o chinês no novo recordista asiático!
Nos 5.000 femininos assistimos a outra prova fantástica, com 15 (!) atletas abaixo dos 15 minutos, igualando o máximo de sempre numa prova. Foram batidos 11 (!) recordes pessoais, 2 recordes nacionais e a vencedora foi a queniana Hellen Obiri (a campeã mundial) que correu em 14:20.36. Com uma ponta final demolidora, regressou à melhor forma com marca líder mundial deste ano e recorde do meeting. A holandesa Sifan Hassan melhorou ainda o recorde da Europa no 3º lugar, com 14:22.12. Numa prova em que 8 das 9 primeiras foram quenianas, o que faz antever uma fantástica prova nos próximos Trials da potência africana.
Outras marcas de destaque em Londres foram outros dois recordes do meeting, com o sueco Daniel Stahl a lançar 68.56 metros no Disco e a alemã Malaika Mihambo a saltar 7.02 metros no Comprimento, batendo a campeã mundial e olímpica, a norte-americana Brittney Reese. Ambos os atletas são os atuais líderes mundiais das suas disciplinas.
Em relação à organização, mais uma vez nada a apontar, como é habitual, em Londres. Tudo afinado ao pormenor e com um público à altura do desafio sempre bastante entusiasmado e conhecedor do que se ia passando em pista. Ainda assim, na nossa opinião, o Meeting ganharia mais em condensar os principais eventos num único dia de evento. Criando um programa tão forte como os melhores meetings para esse dia, deixando o formato de 2 dias, que espaça bastante os eventos de pista. Quem sabe se não será esse o caminho a seguir já no próximo ano, com as remodelações da Diamond League previstas para 2020.
Foto de Capa: IAAF