RICKETTS NA NATA DA ELITE E ECHEVARRÍA JÁ VOA
Nos saltos de hoje, os grandes destaques vieram dos saltos horizontais, que nos deram excelentes marcas.
Na primeira prova do dia – bem antes da transmissão televisiva e ainda com pouco público, o que não faz sentido – o Triplo Salto feminino tinha a presença da portuguesa Patrícia Mamona. Mamona sabia que a vitória não era um dos seus objetivos hoje: além de um field muito forte, vinha de lesão e este meeting é mais uma etapa na sua preparação para Doha. Não correu mal. 14.24 metros foi o seu melhor salto (apenas dois válidos) e um 6º lugar numa prova que contava com a maioria dos principais nomes da disciplina, incluindo a campeã mundial e líder mundial, a venezuelana Yulimar Rojas.
Pois Rojas era superfavorita, mas esses também caem…a venezuelana até passou para a frente do concurso no último ensaio, com um salto de 14.74 metros, mas na última possibilidade, Shanieka Ricketts, da Jamaica, mostrou que, não só está em grande forma (nos últimos 6 meetings, o “pior” foi a 14.65!), como consegue responder muito bem em momentos de tensão, saltando a 14.93 metros, um enorme recorde pessoal. O triplo feminino está bem e recomenda-se.
The 💎 League women triple jump champion Shanieka Ricketts 14.93 0.0 a personal best for the full 👛 @kayraynor @kaystreete @BigBroDorian @HMV_2010 @hu_pow @Bonafide0821 @unclemiltywho @cool_876_guy @realpaulreid pic.twitter.com/BsAdCvVOtr
— THE DON CARLOS (@doncarlostheone) August 29, 2019
Na prova do Comprimento masculino, todo o destaque vai para Juan Miguel Echevarría. O jovem cubano, que voltou aos grandes saltos, fez logo no primeiro ensaio 8.65 metros, um novo recorde do meeting e novo recorde da Diamond League, além de ser a melhor marca do ano, a apenas 3cm do seu recorde pessoal (com vento legal). O campeão mundial, o sul-africano Luvo Manyonga, parece continuar a ter dificuldades em encontrar a sua melhor forma em 2019, ao ficar-se hoje pelos 8.19 metros, na 4ª posição.

Fonte: IAAF
Já nos saltos verticais, o Salto em Altura trouxe-nos mais um vencedor surpresa, um hábito nesta temporada que tem sido fraca para os padrões de elite. O ucraniano Andriy Protsenko venceu com um salto de 2.32 metros, numa prova em que Mutaz Essa Barshim regressou, mas voltando a mostrar muitas dificuldades, ao não passar com a fasquia a 2.24, ficando-se pelos 2.20 metros na 10ª posição.
Tivemos ainda um concurso de Salto com Vara masculino, que muito prometia tal a qualidade dos atletas presentes. Apesar da marca vencedora ter sido boa e conseguida na última tentativa possível – 5.93m de Sam Kendricks – podemos dizer que esperávamos mais do elenco presente em Zurique. Armand Duplantis e Piotr Lisek ficaram-se pelos 5.83m e Renaud Lavillenie pelos 5.73m. Queremos mais em Doha!
O DOMÍNIMO DAS CHINESAS MANTÉM-SE, O DOS ALEMÃES… NEM POR ISSO

Fonte: IAAF
No Lançamento do Peso, (mais uma) grande prova de Lijiao Gong, a campeã mundial, com os três melhores lançamentos da noite, o melhor a 20.31m, nova marca líder mundial. A norte-americana Chase Ealey, na 2ª posição, bateu a sua melhor marca pessoal, com 19.68m. Já no Dardo, sem surpresas, Lyu Huihui voltou a não dar hipóteses, com um lançamento a 66.88 metros a ser suficiente para conquistar o Diamante. A chinesa venceu as últimas 12 provas que disputou este ano.
Por último, no Dardo masculino, um evento que até há bem pouco tempo era totalmente dominado por 3 alemães, parece agora mais aberto do que nunca. Os principais alemães ficaram-se pelo 3º (Hofmann), 5º (Vetter) e 7º (Rohler) lugares, sem se conseguirem aproximar dos únicos que passaram dos 89 metros. Chao-Tsun Cheng liderou desde o primeiro lançamento, com uma marca de 89.05 metros, mas já no final, na última oportunidade, Magnus Kirt, da Estónia, conseguiu “roubar” o diamante, com uma “pedrada” a 89.13, apenas 7cm acima de Cheng.
Na próxima sexta-feira, dia 6 de setembro, teremos as restantes 16 finais da Diamond League, em Bruxelas, onde teremos presença portuguesa no Triplo, com a participação de Pedro Pablo Pichardo e Nelson Évora.
Foto de Capa: IAAF