O Atletismo português deu mais uma alegria ao país, com a conquista da I Liga do Campeonato da Europa de Equipas, subindo à divisão máxima, a Super Liga, que será em 2021 um ainda mais restrito grupo de elite.
Poucos se atreveram a colocar Portugal entre os favoritos antes do início da competição. Internacionalmente, os meios de comunicação foram unânimes em apontar a Noruega, a Holanda e a Bielorrússia como os grandes favoritos. Nacionalmente, o panorama não foi muito diferente.
Esse foi o diapasão da imprensa desportiva e até na previsão que nós próprios fizemos considerámos que poderíamos fazer uma pontuação na casa dos 300 pontos (303 mais concretamente…), mas que, provavelmente, isso não chegaria para a vitória. Chegou. Chegou e sobrou é caso para dizer! Na verdade, foram suficientes 302 pontos para colocar Portugal na Super Liga e até deixámos o segundo classificado a 21 pontos de distância, a Bielorrússia!
Ao logo do Campeonato, a comitiva portuguesa mostrou uma coesão e regularidade impressionante. Quem era favorito (Pedro Pichardo e Irina Rodrigues) venceu, quem se esperava que lutasse pelo 2º/3º lugar fê-lo e muitos outros se superiorizaram, conseguindo vitórias mais ou menos inesperadas (Carlos Nascimento nos 100 e Lorene Bazolo nos 200 não eram os principais favoritos).
E até quando as coisas não correram como o esperado – a Marta, foi por exemplo, “engolida” numa prova incrivelmente tática de 800 metros – a equipa soube reagir por cima e compensar com outras performances de excelente nível. Paulo Rósario num excelente 2º lugar nos 1.500, Mariana Machado em 3º nos 3.000 e 2º nos 5.000 ou Evelise Veiga em 3º no Triplo e 2º no Comprimento.
Ricardo dos Santos (3º nos 400), Cátia Azevedo (3ª nos 400) e André Pereira (2º nos 3.000 Obstáculos) foram outros atletas que terminaram nas 3 primeiras posições, sendo ainda de destacar as boas prestações das estafetas 4×100 e 4×400.
De qualquer forma, e apesar destes destaques, a verdade é que no geral toda a formação portuguesa cumpriu ou esteve acima das expectativas, algo que não aconteceu com aqueles que eram os grandes favoritos. Os anfitriões, a Noruega, desapontaram e terminaram no 3º lugar a 33 pontos de Portugal (!) e a Holanda ainda mais abaixo ficou com alguns maus resultados ou desistências, ficando-se a 43 pontos de Portugal!
Portugal irá juntar-se ao grupo temível da Super Liga que é, a partir de 2021, restrita a apenas 8 países (e por isso desceram 5 este ano…). As outras 7 nações são a Polónia (campeã 2019), a Alemanha, a França, a Itália, a Grã-Bretanha, a Espanha e a Ucrânia… certamente um campeonato muito diferente aquele que iremos ver daqui a dois anos.
Na verdade, a edição de 2021 terá 9 nações a participar, uma vez que a Organização foi previamente dada a Minsk e, como tal, a Bielorrússia participa como país organizador… assim sendo, em dois anos descem 3 nações à Primeira Liga (e sobem 2 daí para a Super Liga) e só a partir de 2023 passaremos a 8 nações. Confusos porque a Associação Europeia decidiu dar a organização a Minsk antes dos Campeonatos deste ano? Pois, também nós. Para já, parabéns a Portugal e à comitiva presente em Sandnes, na Noruega. Superaram-se e voltaram a ser o orgulho nacional!
Foto de Capa: FPA
Revisto por: Jorge Neves