O ressurgimento da velocidade britânica

    As atletas a destacar

    Dina Asher-Smith (23 anos)

    PB (100m): 10.85 (0.0)

    PB (200m): 21.89 (+0.2)

    É talvez o principal rosto da velocidade britânica e parece pronta a intrometer-se nas disputas de título em eventos globais. Não se pode propriamente dizer que Dina Asher-Smith não ameaçou chegar ao patamar em que se encontra, mas as marcas que obteve em Berlim nos Europeus deste ano foram marcas impressionantes, que representam recordes nacionais nos 100 e nos 200 metros.

    https://www.youtube.com/watch?v=D1q6JZtLrdc

    Foi campeã mundial júnior em 2014 na distância de 100 metros e é a recordista nacional britânica nos 100 e 200 também nesse escalão. Como sénior, também já conta com uma medalha de Prata nos 60 metros Indoor dos Europeus de Praga. Já ficou muito próxima de pódios em Mundiais e Jogos Olímpicos, mas depois de ultrapassada a lesão que a afetou durante grande parte de 2017, será uma surpresa caso não entre num pódio dos 3 próximos eventos globais. Continua a ser treinada por John Blackie, técnico que a acompanha desde os 8 anos de idade.

    Asha Philip (28 anos)

    PB (100m): 11.10 (+1.8)

    É a atleta mais experiente desta lista e continua a mostrar uma fiabilidade e consistência considerável. Em tempos, foi campeã mundial sub-20 nos 100 metros e tem conquistado várias medalhas como sénior nas estafetas. Já ficou à beira do pódio em Europeus seniores ao ar livre e Mundiais de Pista Coberta, mas a sua grande medalha como sénior foi o Ouro nos Europeus de Pista Coberta (60 metros) de Belgrado, distância onde já foi por 5 vezes campeã nacional.

    Também nos 100 metros, ao ar livre, já venceu o título nacional por 4 vezes e depois de um 2018 a meio-gás (o pior SB desde 2012) deverá voltar em força em 2019. Está sob a orientação de Steve Fudge, em Londres.

    Desirèe Henry (23 anos)

    PB (100m): 11.06 (+1.5)

    PB (200m): 22.46 (+0.1)

    As lesões do início da sua carreira sénior têm afetado o rendimento de Henry e terão pesado na sua quase inexistente época de 2018. Ainda assim, a atleta que em 2011 se tornou campeã mundial juvenil nos 200 metros, tem ainda muitos anos pela frente para provar aquilo que desde cedo prometeu.

    Para já, ainda não tem qualquer medalha internacional sénior a nível individual no seu palmarés, mas se voltar à regularidade na casa dos 11.0x isso poderá ser uma realidade. Treina na Holanda, no mesmo grupo de Christian Taylor ou Dafne Schippers, orientada por Rana Reider.

    Imani-Lara Lansiquot (21 anos)

    PB (100m): 11.11 (+0.1)

    Foi 4ª nos Mundiais Juniores de há 4 anos nos 100 metros e já venceu um Ouro nas estafetas 4×100 nos Europeus Juniores. Ainda assim, parece claro que o que Imani Lansiquot tem de mais excitante é o futuro que lhe se augura. Este ano, já foi 6ª nos Europeus, poucas semanas depois de ter batido o seu recorde pessoal em Londres.

    Como júnior, correu em 11.17, deixando-a com uma marca colada (agora) a Awuah e a Asher-Smith. É já a 6ª britânica mais rápida de sempre nos 100 metros e o seu treinador projeta que andará na alta-roda por, pelo menos, 10 anos, afirmando que é diante das melhores que se sente mais confortável. Aos comandos de Steve Fudge, em Londres.

    Daryll Neita (22 anos)

    PB (100m): 11.14 (-0.4)

    Foi triplamente segunda classificada nos Nacionais britânicas e ainda não alcançou uma medalha individual internacional, embora nas Estafetas 4×100 já tenha duas Pratas (Mundiais e Europeus) e um Bronze (Jogos Olímpicos). Sabe que à sua frente está Dina Asher-Smith e sabe da chegada de mais promessas a uma distância que possui uma profundidade impressionante a nível interno, confessando estar farta de segundos lugares.

    Tem a curiosidade de normalmente obter as suas melhores marcas em casa, mas poderá ter que elevar o nível para atingir o estrelato internacional. Foi semi-finalista nas meias-finais dos Mundiais em casa, à beira de atingir a final (correu em 11.16), na melhor performance de uma atleta britânica em Mundiais. É treinada por Jonas Dodoo, em Londres, num grupo de treino que conta, por exemplo, com Reece Prescod.

    Bianca Williams (12/1993)

    PB (100m): 11.17 (+1.0)

    PB (200m): 22.58 (+0.4)

    Finalista por duas vezes dos 200 metros em Europeus, ficou à beira do pódio em 2014 (4ª). Este ano, conseguiu a sua primeira medalha de Ouro em Europeus, sendo parte integrante da equipa dos 4×100, repetindo uma medalha que já havia ganho no início do ano nos Jogos da Commonwealth.

    É bem possível que Bianca Williams entenda algumas das palavras que aqui escrevemos…
    Fonte: Bianca Williams/Nike

    Ambos os recordes pessoais (100 e 200) já persistem desde 2014, o seu melhor ano da carreira, quando conquistou, além de outra medalha nas estafetas, a medalha de Bronze individual nos Jogos da Commonwealth nos 200 metros. Esteve presente nos últimos Jogos Olímpicos e Mundiais e é a 6ª britânica mais rápida da história no duplo hectómetro. É treinada por Lloyd Cowan em Enfield Town, Londres.

    Kristal Awuah (19 anos)

    PB (100m): 11.16 (-0.1)

    A cumprir a sua última época de júnior, Kristal Awuah foi terceira nos Mundiais de Sub-20 de Tampere, mas atrás de dois nomes que muito prometem (a jamaicana Briana Williams e a norte-americana Twanisha Terry). E aí ainda a atleta britânica não tinha mostrado todo o seu esplendor. Mais tarde, em Julho correu em 11.20 na Holanda e fechou o ano com 11.16 no ISTAF de Berlim, uma marca de “gente grande”, ficando muito próxima do recorde júnior britânico de Dina Asher-Smith (11.14).

    É certamente um dos nomes mais entusiasmantes do momento e será interessante perceber como será o seu crescimento ao longo destes 3 anos, prometendo roubar uma vaga a algumas das mais experientes atletas. Treina em Streatham, Londres, sob as orientações de Matthew Thomas.

    Laviai Nielsen (22 anos)

    PB (400m): 51.21

    É a única integrante dos 400 metros nesta lista e não deverá ter grande concorrência a nível interno nos próximos tempos. É o evento da velocidade em que as britânicas parecem estar menos confortáveis e onde não parecem igualar os níveis de outrora, embora existem outros nomes que podem despontar em breve. Para já, Nielsen é a maior esperança, tendo este ano sido 4ª classificada nos Europeus de Berlim, depois do título europeu júnior há 3 anos na Suécia.

    Conquistou a Prata nos 4×400 dos Mundiais de Londres e a mesma medalha nos Europeus Indoor de Belgrado, onde na prova individual foi 4ª. Antes deste ano tinha um recorde pessoal de 52.25 (desde 2015) e este ano correu em 51.21 em Berlim, provando uma enorme evolução, no primeiro ano em que foi treinada por Christine Bowmaker, também ela uma ex-sprinter.

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.