Os recordes britânicos da velocidade
100m (M): 9.87 (+0.3), Linford Christie, 15 de Agosto de 1993
A marca de Linford Christie que dura há mais de 25 anos encontra-se sob séria ameaça. Linford, que tem a particularidade de ter sido suspenso por doping já numa fase terminal da sua carreira, afirma que, por vezes, é colocado de parte pela Federação nacional por essa suspensão, que o mesmo continua a afirmar ter sido injusta.
Muita gente na Grã-Bretanha deseja que esta marca caia e depois de ter sido tão ameaçada por outro (comprovado) atleta dopado (Dwain Chambers) é de bom grado que se vê vários atletas já na casa dos 9.9x prontos para atacar este recorde. Reece Prescod ou Zharnel Hughes parecem as apostas mais seguras.
200m (M): 19.87 (+1.8), John Regis, 31 de Julho de 1994
A marca de Regis é de topo mundial, mas só há 3 britânicos a terem baixo dos 20 segundos e dois estão em atividade. Mitchell-Blake e Gemili tiveram o seu melhor momento em 2016, mas parecem prontos para voltar a atacar este recorde. Ainda assim, Hughes teve próximo de baixar dos 20 segundos em 2015, com apenas 20 anos, e pode procurar aqui também fazer história. Irá depender muito das apostas de cada atleta. Os britânicos têm profundidade para diferentes tipos de apostas para o triénio que se aproxima.
400m (M): 44.36, Iwan Thomas, 13 de Julho de 1997
É um recorde que corre o sério risco de cair já em 2019 e que até se previa que poderia ter caído em 2018. Apenas Matthew Hudson-Smith tem condições para o bater, e já ficou bem próximo quando correu em 44.48 nos Jogos do Rio. Por esta altura já se esperava que o tivesse feito, mas falhou esse objetivo em Berlim, apesar do título europeu. Apesar de tudo, parece uma inevitabilidade.
4×100 (M): 37.47 (Ujah, Gemili, Talbot, Mitchell-Blake), 12 de Agosto de 2017
Com a evolução dos sprints britânicos, é lógico que esta marca andará sempre sob constante ameaça. Parece tentador retirar Talbot da equação e colocar um dos homens mais rápidos do ano (Hughes ou Prescott), mas estafetas não é apenas a soma dos melhores tempos e há atletas que se adaptam melhor à prova, a determinado percurso e à passagem do testemunho, sendo que até a altura do atleta a passar e/ou a receber pode significar a diferença entre um sucesso ou um desastre. Ainda assim, surpreenderia muito que nos próximos 2 anos esta marca se mantivesse.
4×400 (M): 2:56.60 (Thomas, Baulch, Richardson, Black), 3 de Agosto de 1996
Aqui a questão é muito diferente da prova individual. Se acreditamos que Hudson-Smith vai bater o recorde dos 400 em breve, não parece existir uma grande profundidade na distância para a tentativa imediata do recorde das estafetas. Martyn Rooney, Yousif e Cowan foram semi-finalistas em Berlim, mas os 3 + Hudson-Smith não parece ser o suficiente para ameaçar esta marca. Há ainda assim novos nomes que prometem despontar, como Cameron Chalmers ou Thomas Staines. A médio prazo pode voltar a ser uma possibilidade.
100m (F): 10.85 (0.0), Dina Asher-Smith, 7 de Agosto de 2018
A marca de Dina Asher-Smith, em Berlim, marca o começo de uma nova era no sprint feminino britânico, mas as fabulosas marcas da campeã europeia podem no futuro ser ameaçadas pelas chegadas de Imani Lara-Lansiquot e Kristal Awuah, que tiveram um ano de 2018 fantástico. A curto prazo, Asher-Smith apenas poderá ser batida por…Asher-Smith.
200m (F): 21.89 (+0.2), Dina Asher-Smith, 11 de Agosto de 2018
Se a marca dos 100 metros é enorme, o que dizer da dos 200 metros. A 2ª mais rápida inglesa da história (Kathy Cook) correu o seu melhor pessoal em 22.10 e a 3ª, Jodie Williams, fê-lo em 22.46, quando ainda muito prometia. Nos últimos 23 anos, Dafne Schippers foi a única europeia a correr mais rápido do que Dina. Será a detentora da marca por muitos anos, resta saber se a poderá melhorar.
400m (F): 49.41, Christine Ohuruogu, 12 de Agosto de 2013
Parece ser o recorde mais seguro por alguns anos. Ohuruogu é uma estrela local e há boas razões para isso.
É uma das 5 britânicas que baixou dos 50 segundos e foi campeã olímpica e mundial. Laviai Nielsen promete muito, mas não parece ainda ter o que é preciso para chegar ao nível de Ohuruogu.
4×100 (F): 41.77 (Philip, Henry, Asher-Smith, Neita), 19 de Agosto de 2016
8 das 9 melhores marcas foram obtidas nos últimos 3 anos, o que permite perceber a consistência pós-Maguire. Com o aparecimento em força de novos nomes como Lansiquot ou Awuah, a melhoria da marca será algo natural. O recorde não durará muito tempo. Se será com a mesma (ou semelhante) equipa não o sabemos. Mas, mesmo que seja exactamente o mesmo quarteto, essa é uma grande possibilidade.
4×400 (F): 3:20.04 (Ohuruogu, Okoro, McConnell, Sanders), 2 de Setembro de 2007
Tal como na prova individual, este é um recorde que não cairá tão cedo. Por muito bem que esteja a ser feito o trabalho nas estafetas, sem ovos não se podem fazer omeletes. Neste momento, a Grã-Bretanha não consegue ter uma seleção de atletas para correr na casa de 3:20 ou andar lá perto. Veremos o que reserva o futuro, que, para além de Nielsen, tem nomes como Zoey Clark, Hannah Williams ou Cheriece Hylton, que dependendo da evolução, podem fazer sonhar.
Foto de Capa: European Athletics
Artigo revisto por: Rita Asseiceiro