O significado dos 19.65 metros de Auriol Dongmo | Atletismo

    Como se compara esta marca com as melhores dos últimos anos em grandes competições?

    Talvez seja melhor começarmos por falar das marcas que deram os últimos títulos europeus e mundiais em pista coberta: Radoslava Mavrodieva foi campeã europeia, em Glasgow, há dois anos com 19.12 metros. Anita Marton venceu o título mundial, em Birmingham, há 3 anos, com uma marca de 19.62 metros, na que era a marca líder mundial indoor desse ano. Sim, os 19.65 metros chegariam para o Ouro nos últimos campeonatos europeus e mundiais em pista coberta!

    No que diz respeito aos Europeus de Pista Coberta, temos que recuar até 2002 para a marca ser apenas Prata, dando para vencer todas as últimas 8 (!) edições. Já em relação aos Mundiais de pista coberta, o cenário é claro que aperta, pois o leque de adversárias de elite também sobe. Ainda assim, tem que se recuar até 2003 para termos a primeira vez que a atleta falharia o pódio. Assim sendo, esta marca daria para ser medalhada nas últimas 8 (!) edições de Mundiais Indoor, sendo seis vezes o suficiente para a Prata, uma para o Bronze e outra para o Ouro.

    Talvez Gong tenha que fazer algo mais para o Ouro em Tóquio…
    Fonte: World Athletics

    E agora vocês perguntam-se: e ao ar livre? Pois bem, a marca vencedora nos Europeus de Berlim foi 19.33 metros (por Paulina Guba) e nos Mundiais de Doha, Gong Lijiao chegou aos…19.55 metros para o Ouro. Ou seja, 19.65 metros chegariam para o Ouro em todos os mais recentes Campeonatos Europeus e Mundiais, ao ar livre ou em pista coberta!

    A marca teria também dado para a Prata nos Mundiais de Londres e, quanto a Europeus, temos que recuar até 1990 (!) para a marca não dar medalha ao ar livre, chegando várias vezes para o Ouro.

    Quanto a Jogos Olímpicos, é certo que cheiraria o pódio, mas não entraria nele no Rio. Ainda assim, a marca seria suficiente para um Bronze em Londres, uma Prata em Pequim ou um Ouro em Atenas (depois da desqualificação de resultados de atletas dopados).

    O futuro imediato – com Torun já ali e Tóquio não muito distante

    É claro que não dá para tirar ilações diretas entre uma marca num meeting e o que pode ser feito numa final de uma grande competição internacional. Há muitos factores em jogo. A pressão, a forma física, a forma dos adversários, condições climatéricas (caso seja ao ar livre), um “dia-não”. Sim, tudo isso pode acontecer. Mas o que sabemos, e bem positivo é, é que o potencial está lá todo. Auriol tem a marca em si e já a fez, sendo um recorde nacional que poderá durar uma eternidade, caso…não seja ela a batê-lo! Há o sonho dos 20 metros…

     

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    A atleta com o seu técnico a festejarem o sucesso por terras alemãs

    Os Europeus de Torun em pista coberta são já daqui a um mês. Caso Auriol faça parte da comitiva, deverá partir como uma das favoritas. Sendo, provavelmente, a atleta com a melhor marca do ano a nível europeu ou até mundial. Claro que tudo pode acontecer, mas as expectativas também podem e devem existir, sendo as perspetivas animadoras.

    Mais tarde, em Agosto, chegam os Jogos Olímpicos de Tóquio. E, quem sabe, com eles chega uma possibilidade de medalha que ninguém teria nas suas previsões em 2017. É deixá-la lançar e que o Peso voe mais ainda.

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.