Harmstring Injury. O termo inglês já se tornou tão frequente de ouvir no nosso desporto que até tive que pesquisar para saber explicar em português: os Isquiossurais, também conhecidos no Brasil por músculos do jarrete, compõem um agrupamento muscular muito utilizado em desportos de explosão. Estes músculos localizam-se na parte póstero-lateral da coxa, isto é, atrás do joelho e lateral ao mesmo. Foi nesse agrupamento muscular que Usain Bolt se lesionou na última prova da carreira em Londres (4×100), foi no mesmo agrupamento que Andre de Grasse se lesionou antes desses mesmos Mundiais do ano passado. Em Abril de 2013, Yohan Blake sofreu a sua primeira lesão nesta região. Parou, voltaria a correr nos Trials jamaicanos, mas a lesão na coxa direita impossibilitá-lo-ia de marcar presença nos Mundiais de Moscovo no Verão.

Fonte: medicinenet
Apesar do fraco arranque da temporada 2014, Blake nunca sentiu que essa lesão o incapacitasse de voltar ao mais alto nível. No entanto, nas palavras do próprio, o atleta sentiu que o ponto de viragem foi no Meeting de Glasgow, em Julho de 2014, quando uma nova lesão na mesma região o afectou. Desta feita, a lesão foi na coxa contrária, a esquerda, e o atleta teve que abandonar a pista em cadeira de rodas.

Fonte: Dailymail
Agora, Blake não escapou a uma intervenção cirúrgica e os médicos afirmaram que o mesmo não voltaria ao mais alto nível em, pelo menos, dois anos. Mas por algum motivo, o seu nickname foi durante muito tempo “The Beast”, alcunha atribuída pelos fãs, depois de assim Usain Bolt se ter referido a ele. É que Blake é conhecido pela sua ética de trabalho, pelo empenho e entrega, e quem o conhece diz que trabalha normalmente o dobro dos seus companheiros. O jamaicano considerou que já estava em condições de começar a competir em 2015, mas a época foi um autêntico desastre para os padrões de Blake, que nem sequer conseguiu marcar presença na final dos 100 metros nos Nacionais jamaicanos, falhando a participação nos Mundiais de 2015.
Por esta altura, o atleta confessa que ponderou o abandono da carreira. É o próprio que afirma: “mentalmente, foi a pior parte. Fisicamente já estava melhor, mas mentalmente não me sentia bem. Corria com dúvidas, com a sensação que algo poderia acontecer e em todas as corridas tinha que dizer para mim próprio que tudo iria correr bem”. O próprio treinador, Glen Mills, reparou nos receios do atleta e chegou a dizer-lhe que “sabes, se vais correr dessa forma, nunca irás ser competitivo da forma como um dia foste. Tens que ir lá para dentro e se tiveres que te lesionar, lesionas-te, mas não podes estar sempre a pensar nisso”. Estas passagens constam de um interessante trabalho feito pela revista norte-americana Let’s Run, onde abordam, em especial, esta fase da carreira do atleta.

Fonte: PDS