Portugal regressa esta semana ao palco principal do basquetebol europeu, o EuroBasket, após 14 anos de ausência. Apesar do sorteio não ter sido amigo da Seleção Nacional, os adeptos lusos estão confiantes na passagem à próxima fase da competição, e têm razões para isso.
Esta qualificação marca a nossa quarta participação da sua história moderna (1951, 2007, 2011 e agora 2025) na EuroBasket. A melhor classificação até hoje foi o 9.º lugar alcançado em 2007.
No sorteio, a equipa ficou integrada no Grupo A, onde irá disputar os encontros em Riga, Letónia, entre 27 de agosto e 3 de setembro. Este grupo é constituído por Sérvia, Turquia, Letónia (anfitriã), República Checa e Estónia. Ainda que se trate de um grupo exigente, com a Sérvia a ostentar o 2.º lugar no ranking mundial, seguida por equipas como a Letónia (9.º), a Turquia (27.º), a República Checa (19.º) e Portugal (56.º), a seleção portuguesa não abdica de lutar pelas quatro vagas de qualificação para os oitavos de final.

No núcleo desta equipa está Neemias Queta, o grande trunfo português. Com 2,11 m, o poste é o único atleta luso na NBA, onde joga nos Boston Celtics. É a primeira vez que disputa um grande torneio com a seleção A, mas já demonstrou que tem capacidade para ser uma ameaça de “duplo–duplo” em qualquer partida.
Essa condição foi confirmada no torneio de preparação em Málaga, onde Portugal protagonizou uma surpreendente reviravolta frente ao campeão europeu em título, Espanha, vencendo por 76–74. Queta terminou com 15 pontos, 9 ressaltos (cinco ofensivos) e 3 assistências, incluindo a enterrada decisiva nos segundos finais. Esse triunfo, ainda que num amigável, é um sinal de ambição real e aumenta a confiança da equipa.
O objetivo do grupo, como reafirmado pelo armador Rafael Lisboa, é claro desde o início: avançar da fase de grupos. A boa preparação, com vitórias notáveis contra Espanha e mais dois triunfos em Braga (contra Islândia e Suécia), alimenta a convicção de que este apuramento é possível.
Ainda assim, os adversários de Portugal têm mais experiência nestes grandes palcos, o que pode revelar algum nervosismo por parte dos atletas lusos nos momentos decisivos. Contudo, apenas uma vitória pode ser o suficiente para o objetivo de ultrapassar a fase de grupos ser concretizado, o que seria um grande triunfo na história do basquetebol português.