Finais da NBA – o maior espetáculo desportivo do mundo! Sim, esqueçam a Champions, o Super Bowl ou o Mundial, este é o show a não perder. São no mínimo quatro jogos recheados de match-ups impactantes, ajustes defensivos e novas soluções no ataque, estratégia e combatividade no máximo. É de perder o folgo. Este ano os campeões Cleveland Cavaliers, de LeBron James e companhia, repetem o duelo das última duas épocas com os reforçados Golden State Warriors.
A equipa de Oakland confirmou o favoritismo inicial levando de vencidos os dois primeiros jogos. No primeiro a defesa de Cleveland foi simplesmente insuficiente. Permitiram demasiadas entradas para o cesto sem oposição. Kevin Durant apareceu com fome, encheu a casa com 38 pontos e foi a noite inteira uma dor de cabeça para os visitantes. Mas foram os turnovers a marcara a grande diferença, 20 para os Cavs e apenas 4 para Golden State.
Na segunda partida a defesa de Cleveland começou bem melhor, forçou o erro nos californianos, mas o ataque adversário acabou por se conseguir impor, e manteve a diferença. O trio ofensivo de GSW disse presente e quando assim é são praticamente imbatíveis, Curry, KD e Klay dominaram a partida. 18 triplos em jogo das finais é record, e 132 pontos não se via há mais de 30 anos. Além da boa prestação ofensiva, Durant esteve fantástico na defesa, blocos, roubos de bola e a capacidade de limitar adversários a um nível que só alguém com a sua envergadura consegue. Provou porque é para mim um dos melhores defesas do mundo na sua posição.
Quarta-feira temos mais! A caravana para em Ohio para o jogo três e a equipa do LeBron tem de elevar o patamar. Não, não está decidido – o ano passado a nesta altura também estava 2 – 0, e a diferença de resultados até tinha sido maior, e o no fim todos sabemos como acabou.
Os cavaleiros precisam de ajustar a defesa, limitar as poderosíssimas armas ofensivas do adversário, a linha de três tem de ser fechada, e o open-shot dado ao pior jogador adversário. O ataque tem de ser mais eficaz. Têm de conseguir massacrar o Curry, e o JaVale quando estiver em campo, no pick’n’roll. LeBron tem de atacar o garrafão, como só ele consegue, durante todo o jogo. Ele que esqueça o lançamento de três, há que forçar faltas e colocar a defesa dos Warriors em dificuldades. E claro, precisa de mais e melhores contributos: se Kevin Love tem estado num plano bem melhor do que era esperado, Kyrie Irving tem que dar muito mais à equipa. E as colaborações fora deste trio tem de ser muito maiores. JR Smith ainda não apareceu para jogar basquete, tem mais faltas que pontos nesta série, Tristan Thompson está muitos furos abaixo do que pode fazer. Elementos como Kyle Korver, Richard Jefferson ou Iman Shumpert têm que fazer o seu papel – toda a ajuda é necessária.
E fundamental, se querem encostar nos GSW a turma do Coach Lue tem de controlar o ritmo de jogo. Como os Spurs fizeram com Miami em 2014. Ataque posicional, lento, sem permitir os contra-ataques e correrias loucas que marcaram os primeiros dois jogos. O ressalto ofensivo deve ser uma ameaça, limitando as saídas rápidas, Tristan Thompson tem a palavra neste contexto. Não se combate fogo com fogo, é impossível bater o GSW no jogo deles, ataques rápidos e contra-ataques com lançamentos de 3 é a especialidade da equipa de Steven Kerr. Pode até acabar por ser insuficiente, mas abrandar o ritmo é a única forma dos Cavaliers terem alguma hipótese.
Foto de Capa: TRT World