“TU NÃO ME CONHECES, IRMÃO”
Paolo Banchero: “You wasn’t supposed to hit that three-ball.”
Neemias Queta: “You don’t know me, bruh.” pic.twitter.com/gF52bPA2h3
— ESPN (@espn) July 9, 2022
Foi desta forma que Queta respondeu aquando confrontado pela primeira pick no draft deste ano – Paolo Banchero – que imputou que o poste luso não deveria ter sido o homem encarregue de marcar um dos triplos que fechou o tempo regulamentar (“You wasn’t supposed to hit that three-ball”). De relembrar que os Orlando Magic, nesse mesmo jogo, tinham uma vantagem de seis pontos a sensivelmente sete segundos do fim (SETE!!!), sendo que Queta e Murray foram os protagonistas que colocaram tudo na estaca zero num final de loucos.
Another look at the clutch buckets from @nemi1599 and @keegan3murray 😨 pic.twitter.com/Dj489Gh2PZ
— Sacramento Kings (@SacramentoKings) July 10, 2022
Apesar disto, excetuando esta partida, o jovem de 23 anos não voltou a exibir números tão vistosos, contudo, apresentou-se mais amadurecido, experiente e claramente a um nível acima dos seus colegas de posição.
Estatisticamente, Queta, em 2021, teve médias de cinco pontos (50.0% FG, 55.6% FT), 4.6 ressaltos, 0.8 assistências, 0.6 roubos de bola, 1.0 desarmes de lançamento e ainda 1.4 turnovers, ao passo que em 2022 elevou o seu jogo para 12.8 pontos (67.9% FG, 55.0% FT), 6.5 ressaltos, 1.5 assistências, 0.5 roubos de bola, 2.8 desarmes de lançamento e ainda 2.5 turnovers. Dados que elucidam bem o crescimento do jovem português, e a importância que repercutiu na equipa de Sacramento.
Para além do jogo monstruoso diante dos Magic, destaco também a excelente exibição no seu último jogo da competição onde obteve 15 pontos (100% FG), 10 ressaltos, 1 assistência e 1 desarme em 26 minutos.
JÁ CHEGA DE G-LEAGUE

No ano passado escrevia que o Neemias devia ter paciência. Para além disso, que deveria perceber que o seu trabalho na G-League iria acabar por trazer frutos. Mas, agora, já não faz sentido. Neemias deve procurar mais minutos (na NBA) e um contrato melhor (seja nos Kings, ou noutro franchise qualquer).
Ignorando um pouco estas questões paralelas, e olhando um pouco mais para o seu desempenho de forma apreciativa, é possível afirmar que Queta voltou a mostrar que será ao nível defensivo (e dentro daquilo que oferece em termos físicos) que se irá diferenciar dos demais, ainda que, do ponto de vista ofensivo tenha também mostrado argumentos que podem solidificar o poste luso como um jogador optimizável na NBA de hoje em dia. E porquê? Ora, aquele triplo foi apenas uma pequena amostra, mas Queta já demonstrou invariavelmente que poderá desempenhar mais funções de frente para o cesto, não só ao nível do lançamento, mas também do passe. Não obstante, as características de “poste tradicional” permaneçam intactas, ao passo que é em ações sem bola/de costas para o cesto/como ”roll man” que o português se sente mais à vontade.
Tudo somado, notou-se uma evolução evidente em comparação com o ano transato, sendo que a Summer League foi uma ótima montra para toda a gente levantar a questão sobre o porquê de Neemias ainda não ter despedido o agente(?). Temos exemplos de vários jogadores com menos talento e com (muitos) menos créditos a conseguirem contratos de vários anos a receber +5 milhões, portanto, fica a questão: Porquê que os Kings e Queta alinharam num contrato de valor tão baixo?
Já chega de G-League para Neemias…