CAPÍTULO 5: O COLAPSO
A offseason de foi quando tudo começou a desmoronar. Os Pacers ofereceram a Lance um contrato avaliado em 44 milhões de dólares por cinco anos. Mas Stephenson não estava pronto para permanecer imediatamente em Indiana, pelo que decidiu recusar a oferta e testar outras equipas no mercado.
No final, acabou por aceitar um contrato de dois anos e de 18 milhões de dólares dos Charlotte Hornets. Em Charlotte, Lance jogou apenas 61 jogos no total pela equipa, marcando mais de 20 pontos apenas uma vez durante toda a sua estadia antes de ser trocado para o Clippers por Spencer Hawes e Matt Barnes no verão de 2015.
Já David West, um dos elementos mais subestimados desta histórica equipa dos Pacers, optou por receber apenas 11 milhões de dólares em 2015 para jogar pelos Spurs, na esperança de ganhar um título.
Outra razão para o colapso desta equipa foi a drástica quebra de produção de Roy Hibbert. Em 2012-13, mesmo com a derrota diante dos eventuais campeões, o sistema defensivo dos Indiana Pacers passou a ser enaltecido como um dos mais fortes da liga e até mesmo da história, com Hibbert sendo apontado como a «âncora» dessa defesa.
Roy Hibbert has been trending in Indy tonight, and it might be because of this dunk: http://t.co/2Wznt6XSUp pic.twitter.com/1ZrbiN370a
— Indiana Pacers (@Pacers) April 25, 2013
Duas vezes selecionado para a equipa do All-Star Game e membro da All-Defensive Team de 2013, Hibbert parecia estar encaminhado para uma possível carreira digna do “Hall of Fame”. Mas quando as equipas da NBA começaram a transitar para um estilo de jogo mais focado nos lançamentos de média e longa distância, as melhores qualidades de Hibbert – o seu tamanho e comprimento – foram desvalorizados e o seu estilo de jogo lento foi rapidamente ofuscado pelos melhores e mais atléticos pivots que lhe sucederam.
Após sair dos Pacers para os Los Angeles Lakers em 2015, Hibbert saltitou de lá para Charlotte, de Charlotte para Milwaukee e de Milwaukee para Denver, com médias de 5.5 pontos e míseros 4.3 ressaltos por jogo.
Por fim, talvez o argumento mais utilizado para justificar a queda dramática de Indiana seja a horrível lesão de Paul George. A 1 de agosto de 2014, George, que se encontrava em preparação para o Mundial de Basquetebol, sofreu uma fratura catastrófica na perna direita (tíbia e fíbula) enquanto tentava marcar o companheiro de seleção, James Harden.
Devido à gravidade da lesão, o extremo perdeu toda a temporada de 2014-15 e os Pacers terminaram a época com um recorde de 38-44, não se classificandopara os playoffs. “PG 13” ainda recuperou totalmente a tempo de integrar a equipa do All-Star Game de 2015 e de conduzir Indiana aos playoffs com um recorde de 45-37.
Apesar do registo vitorioso, Larry Bird anunciou que o contrato do técnico Frank Vogel não seria renovado, citando a necessidade de “uma nova voz” para liderar os jogadores. No mesmo mês, o ex-treinador dso Seattle SuperSonics e Portland Trail Blazers, Nate McMillan, foi promovido para substituir Vogel.
Os Pacers voltaram a classificar-se para os playoffs da NBA em 2016 com um recorde de 42-40, o que lhes rendeu a 7ª melhor campanha da Conferência Este. Porém, foram eliminados rapidamente por Lebron James e os futuro campeões, Cleveland Cavaliers, em quatro jogos.
A 30 de junho de 2017, depois de anos sem conseguir voltar às finais de conferência, Paul George foi negociado com os Oklahoma City Thunder em troca de Victor Oladipo e Domantas Sabonis, um negócio que foi alvo de várias críticas por parte do mundo da NBA. Até 2020, os Pacers permaneceram como presença assídua nos playoffs, mas sem nunca conseguir ultrpassar a primeira eliminatória.
Agora, em 2022, Indiana prepara-se para aquela que deverá ser a sua terceira temporada sem se classificar para a fase eliminar da NBA. O que poderia, e possivelmente deveria ter sido, o início de uma dinastia para os Pacers terminou antes mesmo de atingir todo o seu potencial.
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