A CRÓNICA: LÁ VAI UM, LÁ VÃO DOIS… TRÊS JOGOS A GANHAR
Podíamos estar a falar das pombinhas da Catrina, mas é a Académica quem está a voar na Liga Portuguesa de Basquetebol. A equipa de Coimbra arrecadou a terceira vitória consecutiva frente ao CAB Madeira e parece ter-se encontrado consistentemente com os bons resultados.
Num fim de semana de jornada dupla, o Pavilhão Multidesportos Dr. Mário Mexia recebeu um duelo entre duas equipas envolvidas na mesma luta, o que se notou na intensidade imposta por ambas. De um lado, com duas vitórias consecutivas e a viver o melhor momento da temporada, a Académica, do outro, a tentar reerguer-se do desaire frente ao Imortal, o CAB Madeira.
O primeiro quarto teve sinal mais do CAB. Um ataque agressivo e uma defesa que apanhou a Académica desprevenida foram os fatores que levaram a este bom início. Ivo Rego, técnico da casa, parou o jogo cedo para travar o ímpeto dos visitantes. E assim foi, a Académica melhorou, mas foi o CAB a sair na frente do primeiro período com uma vantagem de 22-21.
Relvão, vindo do banco, e McCoy foram os responsáveis pelo melhor rendimento da Académica no segundo quarto. O primeiro trouxe maior domínio nas zonas interiores e o segundo assumiu as despesas ofensivas da equipa. No entanto, os triplos de Kolstad mantiveram o jogo favorável aos madeirenses. O resultado ao intervalo era de 41-34 para os visitantes.
Para quem queria recuperar de um resultado negativo, a Académica cometeu muitos turnovers no início do segundo tempo. Depois, apareceu Diogo Gameiro de mão quente e a pautar com elegância o jogo da equipa orientada por João Paulo Silva. Num período de altos e baixos, os insulares pareciam ter tudo para fechar o jogo, mas não foi assim. A Académica subiu a defesa para campo todo e conseguiu vários roubos que deram pontos fáceis. Ainda assim, continuava o CAB na frente por 59-55.
A decisão do vencedor ficou assim guardada para o fim. A Académica deu continuidade ao seu bom momento e o CAB perdeu-se no jogo. Completamente galvanizados, os estudantes empenharam-se como nunca na partida e levaram de vencida o seu adversário. A equipa da Madeira teve o jogo na mão, mas deixou-o fugir. O resultado final foi 77-68.
A Académica permanece na senda dos bons resultados e marca posição frente a um adversário direto na luta pelos playoffs. No entanto, não é tempo para descansar. A Académica tem encontro marcado, no domingo, no Algarve (e não é para férias), onde vai jogar frente ao Imortal. O CAB tem que se despachar a fazer as malas e regressar à Madeira, onde, no mesmo dia, vai defrontar o Vitória SC.
A FIGURA
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— Robert McCoy (@RobsCampaign) January 13, 2018
Robert McCoy – Os 31 pontos que marcou valeram-lhe o título de melhor marcador do jogo. Foi o mais regular em toda a partida. Mesmo quando a Briosa esteve mal, foi ele a dar o sinal mais e contribuiu muito para a vitória final. Muito eficiente nos triplos (quatro concretizados em cinco tentados) e muito atlético para ajustar os seus tiros perto do cesto quando tinha jogadores mais altos à sua frente. Excelente exibição.
O FORA DE JOGO
“The name of the game is to live everyday.
To change both your future; and constantly improve your present.” Blessed to say that I have agreed to play for Associação Académica de Coimbra in the LPB 🇵🇹 Portugal’s Top League #WhatElse #Year1 #wetheones pic.twitter.com/i6BBBz8o6O— Ashford Golden (@GoldBlooded5) October 30, 2020
Ashford Golden – Demasiada desinspiração. Incapaz de desequilibrar através do tiro exterior, não encontrou outra arma para ser influente. Na defesa, ficou constantemente preso nos bloqueios dos adversários e foi demasiado soft.
ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICA AAC
Correr, correr, correr. Foi muito por aí que passou o plano de jogo da Briosa. Dois motivos para isso: não deixar a defesa zona do CAB ser montada e dificultar a vida na recuperação defensiva aos jogadores mais pesados e mais lentos do CAB, nomeadamente os lituanos Grabauskas e Gydra. Para atacar essa mesma zona, a equipa tentou promover passes rápidos pelos seus jogadores para tentar desmontar a estratégia do adversário.
No seu meio-campo, os estudantes ressentiram-se da ausência de Josh McNair e passaram mal na defesa do jogo interior. Para tentar contrariar as adversidades, o treinador da Académica também experimentou a defesa zona 2/3. Ainda assim, foi mesmo com a defesa a campo inteiro que foi buscar o jogo.
5 INICIAL E PONTUAÇÕES
Malcolm Richardson (5)
Ashford Golden (4)
Robert McCoy (8)
Krassimir Pereira (5)
Bakary Konate (5)
SUBS UTILIZADOS
Paulo Caldeira (6)
André Mendes (6)
Nuno Brito (-)
Daniel Relvão (5)
ANÁLISE TÁTICA – CAB MADEIRA
O CAB iniciou o jogo a tentar surpreender com uma defesa zona 2/3 que sortiu efeitos logo à partida, obrigando a Académica a adaptar-se. Em alguns momentos, também defendeu a campo inteiro e fez uso da defesa homem a homem, o que revela a panóplia de soluções da equipa para tentar parar o ataque adversário.
No ataque, os centímetros a mais que a equipa tem relativamente ao adversário foram bem explorados em alguns momentos. O CAB carregou dentro e levou vantagem nas áreas próximas do cesto. Foi uma paciente e conseguiu encontrar bons lançamentos para os seus jogadores. No final, a equipa pode ter-se ressentido do banco pouco profundo.
5 INICIAL E PONTUAÇÕES
Diogo Gameiro (8)
Mikkel Kolstad (7)
Davon Clare (6)
Arvydas Gydra (5)
Robertas Grabauskas (6)
SUBS UTILIZADOS
AJ Cheeseman (5)
Rui Nery (4)