Anda, JR… que tu lanças bem!

    Depois do famoso brain freeze num dos jogos mais célebres da sua carreira (que lhe custou imensas críticas) e de uma época encardida à posteriori, JR Smith está prestes a retornar ao alto nível do basquetebol.

    Resultado da Covid-19, neste retorno atípico da NBA, os jogadores não estão obrigados a deslocarem-se a Orlando para concluir a temporada 2019/2020. Avery Bradley foi um dos que renunciou finalizar a temporada com os LA Lakers, resultado de preocupações familiares. Um golpe duro para as aspirações da equipa comandada por Frank Vogel, que perde um atleta que oferece muito nas duas vertentes do campo. Bradley apresenta-se como um defensor acérrimo, de alta intensidade e de grande capacidade atlética, ao passo que no lado ofensivo é um jogador muito perigoso da linha dos três pontos, que poderá castigar as defesas que saiam na ajuda a LeBron ou Anthony Davis.

    Ora, apesar disso, segundo Adrian Wojnarowski (um dos jornalistas desportivos mais credíveis em solo americano), Frank Vogel e o “falso general manager”, LeBron James, estão muito perto de fechar a contratação de JR Smith, naquele que será um regresso muito aclamado pelos fãs da liga norte americana. Para muitos, contudo, parece à vista desarmada uma transferência inútil, na medida em que Smith não joga há cerca de dois anos e não parece estar preparado para o nível que os Lakers necessitam de momento.

    Apesar disso, quem afirma que JR não poderá trazer nada à equipa de Los Angeles, não reconhece as suas qualidades físicas e técnicas, ao passo que o norte americano é notável exatamente onde Bradley também o é. No lado ofensivo, tem um lançamento de três pontos extremamente polido, sendo uma autêntica ameaça no «recebe e lança». Aqui, aliás, Smith é superior e reconhecido como um autêntico «sharpshooter». Defensivamente, o norte americano não é tão bom como Bradley, não obstante já demonstrou ser bastante competente em manter o adversário na sua frente, sendo que quando eleva os seus níveis de concentração e intensidade torna-se muito complicado de ultrapassar.

    Relativamente ao seu tempo de paragem, é de facto evidente que dois anos é muito tempo sem atuar ao mais alto nível, contudo, já tivemos vários exemplos em que jogadores conseguiram responder no imediato. Recentemente, tivemos Carmelo Anthony, que renasceu enquanto jogador e encontrou em Portland um cenário quase perfeito para novamente demonstrar as suas habilidades. Nos Lakers, Dwight Howard, também muito criticado pelo seu desempenho (dentro e fora de campo) nos últimos anos, conseguiu calar a boca a muitos críticos, executando esta temporada médias de 7.5 pontos, 7.4 ressaltos com percentagens fantásticas de 73% em lançamentos de campo, demonstrando-se preponderante numa equipa que almeja o título.

    Em suma, JR Smith não deve ser associado perpetuamente pelo caso caricato que ocorreu nas finais de 2018 diante os Warriors, visto que o seu talento e competência ainda podem servir de feição às aspirações de qualquer equipa na NBA, sendo que nos Lakers podia atuar como suplente para saltar do banco e catalisar a ofensiva liderada pelo «king James».

    Foto de Capa: NBA

    Artigo revisto por Inês Vieira Brandão

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    Diogo Silva
    Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.