Derrick Rose | Um novo começo em Nova Iorque?

    Foi no passado domingo, dia 7 de Fevereiro, que o universo NBA teve finalmente a confirmação dos rumores sobre Derrick Rose. Nesse dia, o base de 32 anos saiu de Detroit rumo a Nova Iorque. Em troca, estiveram envolvidos o jovem base Dennis Smith Jr e uma escolha de segunda ronda do Draft de 2021.

    Para Rose e os Detroit Pistons, a época não começou da forma esperada. Com algumas partidas falhadas por parte de Blake Griffin e com a equipa a apostar no jovens talentos, as derrotas foram se acumulando. Os Pistons encontram-se no fim da tabela classificativa da Conferência Este, com um recorde de 6-19. Assim, com Rose, apesar do historial de lesões e de ainda ter muito para contribuir para uma equipa, pelo menos, candidata a um lugar nos Playoffs, ambas as partes chegaram à conclusão de que seria mais favorável seguirem rotas diferentes.

    Qual o melhor sítio para Rose? Neste caso, o futuro será com uma cara conhecida como treinador principal, Tom Thibodeau, e uma cidade onde outrora brilhou (apesar de menos do que em Chicago). Com Rose a desempenhar o mesmo papel de mentor e base da velha guarda, a poder passar conhecimento aos mais novos, os Knicks podem ser a “chama” na carreira de Derrick Rose de que este precisava.

    Isto acontece, depois de há dois anos nos ter relembrado de que ainda podia voltar a ser incrível. Num jogo, anotou 50 pontos, mas por uma equipa que também não competia por um lugar nos Playoffs, os Minnesota Timberwolves.

    Rose irá continuar no papel de veterano e mentor para os jogadores jovens como Immanuel Quickley.
    Fonte: New York Knicks

    Apesar de Derrick Rose não estar a ter uma temporada muito chamativa para aquilo a que nos habitou, o seu registo como reserva (apenas 14.1 pontos por jogo, com 4.1 assistências e 1.9 ressaltos) pode acrescentar à rotação dos New York Knicks. O base adaptou-se ao seu papel de jogador a sair do banco e poderá vir a ser uma mais valia numa segunda unidade.

    Neste momento, o banco dos Knicks conta com jogadores como o jovem Immanuel Quickley, que já mostrou pontualmente aquilo que consegue fazer, e Alec Burks, jogador também com mais experiência. Além destas unidades, têm velhas caras conhecidas da liga, como Austin Rivers, Nerlens Noel e Taj Gibson.

    Esta junção de juventude com velha guarda, se usada corretamente, poderá vir a ser uma fórmula de sucesso para esta equipa dos Knicks. Rose tem pela frente, nesta segunda remontada com a equipa de Nova Iorque, um desafio diferente. Existem expectativas mais baixas mas, nesta fase da sua carreira, encontra o desafio que procurava: crescer numa equipa jovem, contribuindo a partir do banco.

    Além de um cinco inicial com bastante margem de rotação naquilo que são as posições de base e segundo base, existem jogadores sólidos nas posições de extremo, como Julius Randle e, aos poucos, RJ Barrett. Esta segunda oportunidade de Rose poderá permitir-lhe brilhar mais do que em 2017 e de uma forma mais surpreendente, contribuindo para que a equipa ganhe mais jogos e se classifique para os playoffs.

    Rose conseguiu evoluir o seu jogo ao ponto de, também devido à “confusão ofensiva” que era o jogo dos Detroit Pistons, controlar o ritmo da partida e escolher os seus lançamentos e as suas penetrações acrobáticas nos momentos mais precisos do jogo. Cada vez mais tem vindo a aperfeiçoar a sua forma de “jogar sem bola” e de se movimentar para os sítios corretos dentro de campo, bem como em assumir os lançamentos necessários em momentos do jogo nos quais os mais jovens simplesmente não conseguem brilhar, pois ainda não têm a experiência necessária.

    O mesmo Rose que vimos nos Timberwolves, com uma abordagem mais perfeccionista e com um número diferente, poderá repetir aquilo que alcançou na época passada – criar uma hipótese de ser um “All Star”. Apesar de a época já ir a meio, esta é, com certeza, a chama que Rose necessitava para melhorar e acelerar a sua produção ofensiva. Na época passada, numa equipa na qual também Blake Griffin e Andre Drummond sofreram lesões, Rose conseguiu manter a turma a lutar pelo sétimo e oitavo lugar praticamente até fevereiro, com médias de 18.1 pontos por jogo e 5.6 assistências, em apenas 25 minutos por jogo.

    Para colocar estes números em perspectiva, seria o equivalente a, em 36 minutos, fazer 25.1 pontos por jogo, com 7.7 assistências. São números equivalentes ao seu ano de MVP, apesar de numa equipa, verdade seja dita, péssima.

    No seu primeiro jogo, na passada terça-feira, em 20 minutos, apontou 14 pontos, em 5/9 de lançamentos de campo, três assistências e ainda um roubo de bola, juntamente com um desarme de lançamento. Apesar da derrota por 98-96 frente ao Miami Heat, a jovem equipa conseguiu manter o jogo disputado e renhido até aos últimos segundos.

    Em conversa com o seu então treinador em Detroit, Dawyne Casey, Derrick Rose revelou: “quero estar numa situação em que possa atingir os playoffs este ano”.

    Derrick Rose muda assim (novamente) a página na sua carreira, sendo que, esta época, parecia já não ter muito por onde “brilhar” mais. Desta forma, poderá adicionar algo à sua história, com a qual todos estamos familiarizados. Resta-nos apenas esperar para perceber como Rose encaixa nesta nova equipa e como se desenrola a época dos New York Knicks.

    Foto de Capa: New York Knicks

    Artigo revisto 

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    Vicente Tigre Avelar
    Vicente Tigre Avelarhttp://www.bolanarede.pt
    Pratica desporto desde os cinco anos, idade em que começou a jogar Basquetebol. Jogou ao serviço da Associação Desportiva Ovarense durante 12 anos (nos quais três foi campeão distrital de Aveiro). É licenciado em Gestão (ensino em Inglês) pelo ISEG e estudante no Mestrado de Finance pela mesma instituição. Instituição pela qual ainda pratica Basquetebol, tendo conseguido chegar ao Top-8 Nacional em duas épocas consecutivas. É uma pessoa com uma paixão pela modalidade e com uma forte opinião sobre a mesma, sempre aberto a diferentes visões e novas experiências.                                                                                                                                                 O Vicente não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.