LaMarcus Aldridge é um Hall Of Famer? | NBA

    Sem aviso e qualquer indício, LaMarcus Aldrige retirou-se da NBA. Numa pequena nota nas redes sociais, o jogador que agora atuava nos Brooklyn Nets anunciou que tem um problema cardíaco. Um pequeno alarme foi o suficiente para arrumar as sapatilhas e afastar-se da borracha laranja e preta, pelo menos a nível profissional. “Por 15 anos, coloquei o basquetebol em primeiro lugar, agora é hora de colocar a minha família e saúde em primeiro lugar”, foi a frase mais marcante do comunicado.

    Aos 35 anos e com um contrato assinado há poucos meses, vê a carreira terminar e com ainda algo para dar. Em 15 temporadas na liga, LMA teve médias de 19.4 pontos, 8.2 ressaltos e duas assistências por partida. Nesse período, vestiu três camisolas distintas: foi escolhido pelos Portland Trail Blazers, onde passou nove épocas. Seguiram-se os San Antonio Spurs, franchise que representou por seis temporada e ainda chegou a completar cinco jogos pelos Brooklyn Nets.

    A título coletivo ainda não conta com qualquer campeonato conquistado (veremos se ainda será este ano), mas Aldridge acabou com alguns prémios individuais. Na prateleira contém, além das sete presenças em All Star Game, duas vezes participações na segunda equipa e, por três ocasiões, da terceira na seleção anual do All-NBA.

    Estes números e conquistas são suficientes para LaMarcus Aldridge fazer parte do Hall Of Fame? 

    Esta pergunta, ao contrário de algumas, não tem uma resposta certa. Apesar de ser um jogador que marcou uma parte da história da NBA, também faz parte de um lote sobre os quais esperávamos um pouco mais. Nunca foi muito fustigado por lesões no início da carreira, mas teve de esperar até aos 26 anos para conseguir ser um All-Star. Talvez por não ser o jogador com as jogadas mais vistosas, demorou um pouco mais até recolher essa distinção.

    Escolhido em 2006, acompanhou uma mudança radical na forma de jogar da NBA. Como um extremo/poste old-school, adaptou bastante o estilo na transição do College para a liga. Ao assistirmos aos primeiros jogos na NBA, reparamos na propensão para estar em terrenos mais próximos do cesto, mas com o tempo melhorou muito o jogo exterior, mas principalmente o mid-range.

    Entretanto, no que não sabíamos ser o final da carreira, foi jogando cada vez menos depois de uma espécie de “braço de ferro” com os Spurs. O buyout que decorreu no final do passado mês de maio trazia um novo alento quanto à nova fase que poderia vir a passar. Numa equipa cheia de estrelas como os Nets, LaMarcus Aldridge seria mais uma peça rumo ao título.

    Na minha opinião, o caminho para o Hall Of Fame ficou mais complicado com este “E se ele ajudasse os Nets a chegar ao título?”. Apesar de achar que, pelo menos, o atleta deve estar nas conversações para um possível lugar. Até lá, nomes como Chris Webber, por exemplo, também fazem parte do mesmo lote de possíveis candidatos, tendo em conta que até jogaram nas mesmas posições.

    Não seria a primeira, nem a última vez que um jogador demorava um pouco mais até ver a carreira valorizada num local onde poucos conseguem estar. A falha de não conseguir conquistar o campeonato é uma pedra no sapato, mas existem argumentos que conseguem limpar essa espécie de “cadastro” limpo. LMA esteve a apenas 50 pontos de bater a marca de 20.000 pontos na liga, não é qualquer jogador que sonha sequer chegar a esse nível.

    É uma questão complexa e muito difícil de desbloquear. Há muitos argumentos que o colocam na elite, mas existem alguns contras nesta decisão. A única certeza é que LaMarcus Aldridge marcou uma geração de apaixonados pela NBA. Provavelmente não entrou na liga na altura certa, mas fez para ser recordado nos livros da melhor liga de basquetebol do mundo.

    Foto de Capa: San Antonio Spurs

     

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    Clara Maria Oliveira
    Clara Maria Oliveirahttp://www.bolanarede.pt
    A Clara percebeu que gostava muito de Desporto quando a família lhe dizia que estava há muito tempo no sofá a ver Curling. Para isso não se tornar uma prática sedentária, pegava na caneta e escrevia sobre o que via e agora continua a fazê-lo.                              A Clara escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.