Luka e o triunfo europeu

    Na Europa já era rei, nos Estados Unidos mantinha a dúvida. Com apenas dez jogos cumpridos, poucos são aqueles que podem dizer que mantêm as dúvidas em relação a Luka Doncic. O esloveno vai brilhando na NBA e provando que há bom basquetebol deste lado do Atlântico.

    Não era necessário ser um expert do basquetebol para olhar para Doncic no Real Madrid e perceber que o miúdo é bom. Afinal, não é qualquer um que se torna o mais jovem MVP da EuroLeague e MVP da Final 4 da mesma competição. Porém, nos Estados Unidos, o alerta mantinha-se, talvez ainda devido ao trauma resultante do fiasco Andrea Bargnani. Foi muito por aí que Luka acabou escolhido no terceiro lugar do draft (e, mesmo para isso acontecer, foi preciso os Mavericks trocarem com os Hawks).

    Mesmo os mais otimistas não imaginariam tão fácil adaptação de Doncic à NBA. O base, transformado em Power Forward (já lá vamos), segue com quase 20 pontos por jogo e mais de 6 ressaltos e 4 assistências por jogo, lançando quase a 50% de campo e 40% de três pontos. O ex-Real Madrid lidera a corrida ao título de rookie do ano, que, apesar do bom início de DeAndre Ayton e Trae Young, não é sequer renhida.

    Doncic com o seu treinador, Rick Carlisle
    Fonte: Dallas Mavericks

    Se os números de Doncic impressionam, experimentem vê-lo jogar. Eu, assumido adepto dos Miami Heat e, portanto, alguém que não gosta dos Mavs, já me vi “obrigado” a assistir a vários jogos da turma de Dallas esta temporada. Doncic não é rápido – longe disso -, ainda mais para os padrões da NBA. Contudo, joga à sua velocidade e faz todos os outros jogadores em campo jogarem à sua velocidade também. Isso, por si só, atesta a sua maturidade e qualidade acima da média. Rick Carlisle rodeou o novo poste da equipa, DeAndre Jordan, de jogadores que sabem ter a bola na mão no cinco inicial. Apesar de ter feito a sua carreira europeia como base, Luka é utilizado na posição 4, usufruindo de liberdade total para explorar os seus pontos fortes, que se baseiam muito na extraordinária capacidade que tem para ler as várias situações do bloqueio direto.

    A rápida adaptação de Doncic é, acima de tudo, a vitória do basquetebol europeu sobre o cetiscismo sentido nos EUA, um país que vive ainda assustado com acontecimentos passados e se recusa a aceitar a evolução dos europeus no basquetebol.

    Revisto por: Mariana Coelho

    Foto de Capa: Dallas Mavericks

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    António Pedro Dias
    António Pedro Diashttp://www.bolanarede.pt
    Tem 22 anos, é natural de Paços de Ferreira e adepto do SL Benfica. Desde muito pequeno que é adepto de futebol, desporto que praticou até aos 13 anos, altura em que percebeu que não tinha jeito para a coisa. Decidiu então experimentar o basquetebol e acabou por ser amor à primeira vista. Jogou até ao verão passado na Juventude Pacense e tem o Curso de Grau I de treinador de basquetebol desde os 19. O gosto pela NBA surgiu logo quando começou a jogar basquetebol e tem vindo a crescer desde então, com foco especial nos Miami Heat.                                                                                                                                                 O António escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.