O Rei manda

    É impossível dizer que os Lakers não melhoraram a qualidade do seu plantel durante esta Free Agency. Uma equipa que consegue adquirir o melhor jogador da NBA fica, automaticamente, melhor. Foi essa a lógica dos Los Angeles Lakers quando contrataram LeBron, mas algo de estranho aconteceu depois.

    Sem dúvida que adicionar o King James à equipa foi um passo em frente na reestruturação do franchise, mas se esta foi uma jogada inquestionavelmente boa, existiram outras sobre as quais não se pode dizer o mesmo. Ora, Lance Stephenson, Michael Beasley, Rajon Rondo e JaVale McGee, todos contratados depois de James, são jogadores com histórias pessoais recheadas de acontecimentos incríveis e outros, digamos, menos bons. 

    Lance Stephenson já foi a surpresa da NBA, decorria o ano de 2013. Os Indiana Pacers, na altura primeiros classificados no Este, eram os grandes rivais dos então campeões Miami Heat… de LeBron James. A partir daí foi a descer para Lance: os Pacers nunca conseguiram ultrapassar LeBron e o base acabou por sair para os Hornets, e depois para os Clippers, e depois para os Grizzles, e depois para os Pelicans, e depois para os Timberwolves. Num espaço de cinco anos passou por quatro equipas. Acho que já deu para perceber a ideia, certo? 

    Rajon Rondo, que juntamente com Stephenson parece-me ser o que, deste grupo, mais pode ajudar a equipa, também já teve as suas picardias e rivalidades com LeBron. Quando representava os Boston Celtics – onde foi preponderante numa equipa campeã – era um dos jogadores mais incríveis da liga. Depois LeBron aterrou em Miami e os Celtics colapsaram. Desfizeram a equipa, porém, Rondo ainda ficou de verde por mais algum tempo. Acabou por ser trocado para os Mavs, onde a sua má relação com o treinador, Rick Carlisle, fez com que fosse dispensado. Seguiram-se os Sacramento, os Pelicans, os Bulls e os Pelicans. Não fez épocas más, só que nunca voltou a ter a mesma relevância e impacto no jogo.

     

    Uma das primeiras memórias que tenho da NBA é este lance onde Rondo engana LeBron, numa série dos playoffs em que os Celtics saíram vitoriosos muito devido à prestação do base.

    Muito para além das (relevantes) questões de química entre jogadores, é importante tentar decifrar quem vai ter a bola na mão. Tanto Rondo como Lance são jogadores que precisam de ter a bola na mão para serem eficientes. LeBron também, não tanto, mas também. E ainda há Lonzo Ball. O jovem base em que os Lakers apostaram há uma época. Depois de um rookie year em que não impressionou nem fez má figura, resta saber como vai ganhar o seu espaço. Rondo e Lonzo são jogadores parecidos: ambos não sabem lançar, têm boa capacidade de passe e visão de jogo, e são bons ressaltadores para a posição que ocupa.

    Faz sentido ter dois jogadores “iguais”? Aliás, numa liga em que cada vez todos têm de saber lançar, ainda há espaço na NBA para este estilo de jogadores? Na minha opinião… sim. Só que será que é esse o tipo de jogador necessário numa equipa para ganhar o título, principalmente numa equipa com LeBron? 

    Só a época nos vais responder a essa e a outras perguntas. O que eu tomo como certo é que LeBron teve direito a opinar quanto às contratações realizadas pela equipa após se ter comprometido com os Lakers. O Rei manda e o Rei mandou. A responsabilidade será sempre dele, quer corra bem quer corra mal.

    Foto de Capa: NBA

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    Gustavo Carvalho
    Gustavo Carvalhohttp://www.bolanarede.pt
    Gustavo é um sujeito moderadamente eloquente, só que no que toca ao desporto é inevitável mandar um bom bitaite. Jogou futsal federado e uma vez foi expulso porque cortou a bola com a mão em cima da linha de golo. O guarda-redes defendeu o penálti: um motivo para celebrar, não fosse o facto da equipa estar a perder 6-1. Para ele a mística de uma equipa é essencial, daí ser um fervoroso adepto do FC Porto e dos Boston Celtics. Consegue, orgulhosamente, ter conversas bem nerds sobre basquetebol. Tenta dar uns toques no humor, mas sem comprometimentos.                                                                                                                                                 O Gustavo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.