Está na hora de perder

No pós-All Star chega a altura das decisões da NBA. A vantagem caseira ou a simples entrada nos playoffs, nem que seja para conseguir fazer mais uns quatro míseros jogos na temporada, estão em jogo para várias equipas. Mas não são apenas essas que contam. Na cauda da tabela, perder é a palavra de ordem para quem quer assegurar o futuro. E este ano, a NBA tem tido equipas a perder como nunca.

São oito no total (o que seria um recorde da NBA) as equipas que, aparentemente não chegarão às trinta vitórias na temporada 2017/18. Umas porque assim o planificaram no início da temporada, outras porque simplesmente não têm qualidade para mais. Um objetivo as une neste momento: ficar o mais abaixo possível na tabela classificativa para ter a maior chance de conseguir a escolha mais alta no próximo draft da NBA. A isto os americanos chamam de tanking e muitos adeptos têm olhado para o fenómeno com quase tanto entusiasmo como olham para o título. Porque os campeões sempre precisaram de ser maus para se tornarem bons. Os Warriors foram buscar Curry, Thompson e Green no draft. Os Cavaliers escolheram LeBron, apesar deste ter saído e voltado a Cleveland. Os Spurs escolheram Duncan, Parker e Ginobili. Os Heat escolheram Wade. Os Mavericks optaram por Nowitzki. E podia ficar aqui o dia todo…

Há, este ano, mais equipas que já o sabiam e que planearam toda a época a pensar em Doncic, Ayton, Bagley ou Porter Jr.. Os Phoenix Suns, que parecem andar em remodelação todos os anos e que têm em Devin Booker a única peça capaz de mudar a equipa no futuro. Booker que foi, curiosamente, escolhido pelos Suns no draft no ano em que falharam os playoffs por uma unha negra. Os Hawks viram toda a equipa sair em dois anos sem receberem nada em troca (excetuando no caso de Korver) e que necessitam de mudanças extremas. Os Chicago Bulls trocaram a sua maior estrela, Jimmy Butler, por uma escolha no draft (Lauri Markkanen) e duas esperanças para o futuro (Lavine e Dunn). E os Sacramento Kings, que trocaram DeMarcus Cousins há um ano para poderem voltar a renovar o plantel e com aparentes passos na direção certa, depois de vários anos na mediocridade.

Dennis Smith Jr. e De’Aaron Fox, dois dos novatos mais explosivos da NBA
Fonte: Dallas Mavericks

No entanto, há equipas cujo planeamento parece confuso ou que, simplesmente, não sobrestimaram as suas capacidades. Os Dallas Mavericks partiram para a nova época com intenções de lutar pelos playoffs, mas não foram necessários muitos jogos para se perceber que isso não aconteceria. Os Orlando Magic continuam um gigante pedaço de nada, sem rumo aparente e a viverem há demasiados anos à espera de algo que nunca chega. Para que se perceba a dimensão do vazio que têm sido os Magic, a turma de Orlando não é relevante na liga desde a saída de Howard, quando ainda era o melhor poste da NBA. Os Memphis Grizzlies viram boa parte dos seus veteranos procurarem outras paragens, despediram o treinador cedo na temporada e tiveram de terminar a época do base Mike Conley mais cedo do que o esperado. Os Brooklyn Nets são os únicos que não beneficiarão de perder, já que a sua escolha no draft irá para os Cavs, mas que simplesmente não têm qualidade para mais. O negócio com os Celtics continua a assombrar o Barclays Center e os Nets só desejam sair desta situação o mais rapidamente possível.

Para sete destas oito equipas, começa agora o sprint na direção das derrotas, para que, com uma boa escolha no draft e alguma sorte, possam um dia voltar à luta pelo anel que hoje em dia parece tão longe. Apenas os Nets deverão continuar a lutar pela vitória, mas isso continua a ser bem diferente de ganhar.

Foto de Capa: NBA

António Pedro Dias
António Pedro Diashttp://www.bolanarede.pt
Tem 22 anos, é natural de Paços de Ferreira e adepto do SL Benfica. Desde muito pequeno que é adepto de futebol, desporto que praticou até aos 13 anos, altura em que percebeu que não tinha jeito para a coisa. Decidiu então experimentar o basquetebol e acabou por ser amor à primeira vista. Jogou até ao verão passado na Juventude Pacense e tem o Curso de Grau I de treinador de basquetebol desde os 19. O gosto pela NBA surgiu logo quando começou a jogar basquetebol e tem vindo a crescer desde então, com foco especial nos Miami Heat.                                                                                                                                                 O António escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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