O ciclismo português foi abalado pela suspensão provisória por parte da UCI de Raul Alarcon, ciclista da W52/FC Porto e vencedor da Volta a Portugal em 2017 e 2018. O espanhol alega inocência, mas os casos de suspensão provisória da UCI que não acabam em sanção definitiva são praticamente inexistentes. De nada serve entrarmos em especulações sobre as maiores ou menores suspeitas que recaiam sobre as exibições de Alarcon, mas esta situação envolvendo um dos ciclistas de maior sucesso em terras lusas nos últimos anos não abona nada em favor do ciclismo nacional.
Na mesma semana, a Radio Popular – Boavista aproveitou para anunciar um dos seus reforços para 2020, Alberto Gallego. O “curioso” é tratar-se de um atleta que regressa agora após longa suspensão por doping após se ter destacado nos axadrezados e, transferindo-se para a Caja Rural, não se ter chegado a estrear pelo conjunto espanhol por ter sido apanhado nas malhas do doping.

Fonte: Bola na Rede/José Baptista
Aliás, a equipa portuense confirma, mais uma vez, a sua reputação de ser um second chance saloon para onde vão os regressados destas paragens forçadas. Basta relembrar como ainda o ano passado Daniel Silva retornou a meio da temporada para ter logo lugar de destaque no conjunto.
A juntar a estas situações, temos a inesgotável fonte de suspensões que acabam por não dar em nada e que já atingiram grandes nomes como Luís Mendonça, Rui Vinhas ou César Fonte. E o mesmo do outro lado da fronteira com o líder do Louletano, Vicente De Mateos, a também já ter estado debaixo da alçada da AEPSAD, a agência anti-dobagem espanhola, mas a também acabar por se ver livre de acusações.
A todos estes casos é comum a forma pouco esclarecida como foram resolvidos e as muitas dúvidas que ficaram no ar. Perante este acumular de situações, Portugal é hoje visto com algum desdém no estrangeiro, que não consegue ver no nosso país garantias de um trabalho sério no combate à batota.
Os derrotados somos todos nós e é importante que todos os responsáveis acordem para esta realidade. Que os líderes das equipas sejam mais responsáveis, que a Federação seja mais interventiva e assertiva e que a ADoP se deixe de politiquices e faça por merecer o respeito que tem perdido nos últimos anos.
Foto de Capa: Bola na Rede/José Baptista
Revisto por: Jorge Neves