Com a chegada da decisiva etapa, todos os olhos estavam postos em Richie Porte, mas a verdade é que isso não trouxe quaisquer problemas ao ciclista da BMC, sendo que, assim que a oportunidade ideal surgiu, saiu do grupo dos favoritos e, apesar da tentativa de perseguição de Henao e Chaves, nunca mais ninguém o apanhou.
A segunda vitória em etapas para Porte, a (quase) confirmação da sua primeira vitória nesta corrida e o confirmar de que o australiano está em forma e será um adversário a ter ainda mais em conta para as Grandes Voltas deste ano. Para a BMC, acredito que tenha sido entusiasmante observar esta prova de Richie e veremos se não será mesmo o líder da equipa já no Giro d’Itália.
Ainda assim, destaque para a qualidade apresentada por Nathan Haas e Jay McCarthy, dois australianos que merecem uma análise mais atenta para o que será esta temporada e comprovaram isso mesmo nesta prova, estando igualmente em equipas que poderão ter um papel interessante ao longo da época (Dimension Data e Bora-Hansgrohe, respetivamente).
O ciclista da Bora conseguiu, devido às bonificações intermédias, o último lugar no pódio, mas ambos os ciclistas demonstraram uma excelente versatilidade, intrometendo-se nas lutas pelas etapas ao sprint e pelas etapas de montanha. O colombiano Esteban Chaves, com o segundo lugar da geral, mostrou que também está a começar a época com uma boa forma e é mais outro elemento a juntar aos possíveis nomes para disputar a vitória do Giro deste ano, depois do segundo lugar no ano passado.
Em relação aos ciclistas portugueses, Tiago Machado esteve algo discreto ao longo da prova, provavelmente ainda sem o ritmo necessário para conseguir exibir-se ao melhor nível, sendo que José Gonçalves e, principalmente, Rúben Guerreiro mostraram-se ao público australiano e saem com nota positiva desta prova. Uma melhor nota para Guerreiro, ainda assim, visto que o jovem português do Montijo esteve perto de conseguir alguns grandes resultados em certas etapas. Mais interessante foi verificar a multiplicidade de qualidades que o ciclista de 22 anos da Trek apresentou, conseguindo intrometer-se nas lutas pelas etapas ao sprint e pelas etapas de montanha. Um dos portugueses a ter mais em atenção durante este ano!
Por fim, a última etapa voltou a ser ganha por Caleb Ewan e, novamente, com Peter Sagan a ter de se contentar com o segundo lugar. Um incrível início de época para o jovem prodígio australiano e que deixa qualquer adepto da modalidade e, principalmente, fã deste ciclista com imensas expetativas para o que poderá ser a época do ciclista da Orica!
Foto de capa: steephill.tv
Artigo revisto por: Francisca Carvalho