INEOS, temos um problema | Ciclismo

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    Há uma forte razão para a segunda temporada da serie Netflix “Tour de France: Unchained” não ser uma enorme desilusão para os apreciadores de Ciclismo. Essa razão é a primeira temporada ter sido ainda pior. Desta feita não houve uma suposta luta aguerrida pelo podium entre dois ciclistas que acabaram separados por mais de seis minutos, mas o episódio com maior destaque para a INEOS Grenadiers voltou a roçar o surreal, com uma descrição das expectativas para Tom Pidcock e Carlos Rodriguez de fazer revirar os olhos a qualquer pessoa que acompanhe a modalidade.

    Ainda assim, as imagens dos bastidores e os comentários de ciclistas e staff dão-nos algumas pistas sobre o funcionamento da equipa e os sinais não são animadores. Mesmo não duvidando que haja partes exacerbadas para efeitos da narrativa cinematográfica, não dá para certas cenas apresentadas nem algumas das declarações do Diretor Desportivo Steve Cummings.

    Durante anos, de Wiggins e Bernal, a antiga SKY dominou o panorama ciclístico mundial e impôs a sua vontade ao pelotão de forma constante através do seu famoso comboio. Contudo, passada a sua época de ouro, o conjunto britânico parece ter ficado algo parado no tempo e é visível na estrada que a mentalidade da equipa ainda não está adequado à sua nova realidade, o que muitas vezes lhes corta as pernas a maiores sucessos.

    Na serie, o cenário com que nos deparamos é ainda pior, sendo nos mostrado uma equipa completamente perdida, que atira completamente ao lado quer na avaliação das potencialidades dos seus ciclistas quer em como aproveitar taticamente as situações de corrida em seu proveito.

    Agora, um novo Tour de France está aí à porta e a INEOS partirá de Firenze com uma equipa competitiva, levando Carlos Rodriguez à cabeça, flanqueado por Egan Bernal e Tom Pidcock. Com Pogacar a sentir o peso do Giro nas pernas e Vingegaard ainda em processo de recuperação, poderá haver espaço para uma surpresa no Tour. No plano teórico, a equipa britânica tem as armas para a aproveitar, mas conseguirão finalmente gerir os seus talentos de forma a tirar deles o melhor proveito? Os fans certamento esperarão que sim, mas os sinais são ambíguos e só a estrada o dirá.

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    José Baptista
    José Baptistahttp://www.bolanarede.pt
    O José tem 24 anos e é de Direito. Adora escrever e, para ele, o desporto deve ser em quantidade e em variedade. O Ciclismo é a sua grande paixão e em 2015 redescobriu o Wrestling.                                                                                                                                                 O José escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.