Na prova de estrada, o norueguês Kristoffer Halvorsen venceu em sub-23, o dinamarquês Jakob Egholm foi o homem mais rápido na categoria de juniores e, na prova mais aguardada de todas, Peter Sagan mostrou que é um ciclista inigualável e conseguiu o bi-campeonato para si e para a seleção da Eslováquia. O britânico Mark Cavendish esteve perto, mas teve de se contentar com a medalha de prata. Ainda assim, o homem da Dimenson Data a provar, depois do que fez este ano, que os sprints continuam a ser “a sua praia”. Sendo que, por fim, foi muito bom ver um “veterano” como Tom Boonen a conseguir chegar ao último lugar do pódio e levar para casa a medalha de bronze. O experiente belga, de 36 anos, da Etixx superou ciclistas como Matthews, Nizzolo ou Kristoff e chegou à tão aguardada medalha.
Acrescentando a tudo isto, é verdadeiramente “monstruoso” o que o homem da Tinkoff e, a partir de 2017, da Bora, tem feito ao longo da sua carreira e esta foi mais uma conquista para adicionar ao seu vasto e impressionante currículo. É quase “razoável” começar a questionar-se se realmente Sagan é “deste planeta”… sem dúvida alguma, estamos na presença de um dos melhores ciclistas da história deste desporto e ainda iremos ver muito mais dele nos próximos largos anos (ainda “só” tem 26 anos).
Pelo segundo ano consecutivo, a camisola do arco-íris será dele, repetindo uma situação protagonizada, pela última vez, por Bettini e entrando num lote restrito de atletas que conseguiram este mesmo feito. O maior destaque da corrida vai para o momento da separação entre cerca de 25 corredores e o resto do pelotão, ainda a 150 km’s para o fim. O vento e a grande prestação da equipa da Bélgica – a Itália, a determinada altura, foi igualmente decisiva – ajudaram a esta situação de corrida ocorrer, sendo que os mais prejudicados e os maiores derrotados foram mesmo os alemães e os franceses.
Depois de vitórias no Europeu de Ciclismo, GP do Quebec, Tour de Flandres, Gent-Wevelgem e de muitas outras camisolas e etapas conquistadas (inclusive, 3 no Tour), Peter Sagan termina da melhor forma o ano, juntando o campeonato do mundo à vitória no ranking anual de ciclismo. Mais uma espetacular época para um dos melhores ciclistas da atualidade e um dos melhores de sempre!
Por fim a organização. A prova teve muito pouco público a assistir, as temperaturas foram adversas, o percurso da prova de estrada foi praticamente plano (e, mesmo assim, o Sagan venceu) e, provavelmente, o lucro superou o espetáculo. Que é de destacar essa suposta “preferência” pela parte financeira em detrimento do público, do desporto em si e do espetáculo. Se realmente é algo que deveria ou não acontecer…
Foto de capa: Carro Vassoura