Durante toda a semana eu soube que este artigo teria como estrela principal o Rui Costa. Foi a semana da Volta à Suiça e, sendo uma prova talismã para o ciclista português, era impossível não olhar para ela com especial foco no desempenho do campeão do mundo. É uma prova bastante difícil de ganhar uma vez, portanto ganhar três vezes seguidas seria uma loucura. Por esse motivo, apesar de ter sempre uma grande esperança no novo líder da Lampre, estava mentalmente preparado para escrever um artigo sobre a Volta à Suiça e todas as suas incidências. No entanto, o incrível aconteceu mesmo. A dois quilómetros e meio do fim da prova, Rui Costa arrancou para a vitória, deixou toda a concorrência para trás, passou a meta de peito ao vento e roubou a camisola da liderança a Tony Martin (que tinha passado toda a prova com ela vestida). Subiu ao lugar mais alto do pódio e mais uma vez ouviu-se “A Portuguesa” em terras helvéticas.

Fonte: newslocker.com
Assim sendo, este artigo será um pouco mais curto do que o habitual. Será apenas para agradecer e pedir desculpa ao Rui Costa. Agradecer por mais uma vez ter levantado a nossa bandeira, por ter colocado o desporto nacional no patamar mais alto possível, por nos ter permitido viver, mais uma vez, imensas emoções (e o que é o desporto senão emoção?) que desaguaram todas numa imensa alegria. Quero, no entanto, também pedir desculpa por mais uma vez termos uma estrela a brilhar altíssimo no mundo do desporto e ninguém estar a olhar. Existiram pouquíssimas (se algumas) refêrencias durante toda a semana à tua prestação e, agora que acabou, olhando para o histórico recente, mesmo ganhando (e é pela terceira vez consecutiva, caramba!) pouca esperança tenho de que haja um décimo do destaque que certamente haverá do jogo da selecão de futebol. O único consolo que tenho é que sei que terás muito destaque em publicações estrangeiras, o que também te acarinhará o ego, mas que obviamente não é o mesmo que sentir o orgulho vindo do teu país.
Enfim, infelizmente já estarás habituado a isso, mas temos de continuar a apontar o dedo e a bater com o punho na mesa exigindo que algo mude. A Volta à França está aí a chegar e acredito que poderás novamente fazer algo de belo. Da minha parte, só tenho mais uma coisa a dizer: “Obrigado, Rui!”.