Mas a prova mais aguardada por todos estava reservada para o dia de hoje com a prova de estrada à culminar uma semana de emoções.
Dos grandes favoritos um nome sobressai de todos os outros, Peter Sagan, bicampeão mundial, o eslovaco perseguia em Bergen uma tripla inédita. Quando questionado se tinha feito o estudo do percurso, o eslovaco respondeu com a sua habitual desenvoltura que tinha muitas voltas para estudar o percurso, resposta típica do eslovaco que se mostra tão à vontade com as palavras como em cima da bicicleta.
Falando do percurso, são 276.5km divididos em 12 voltas, com a subida a Salmon Hills à ser a grande dificuldade e podendo assumir um papel preponderante no desenrolar da prova.
As seleções de Itália, França, Bélgica, Holanda, e Polónia, quer pela equipa que levavam, quer pelos seus favoritos, tinham clara obrigação de ir mexendo na corrida, por um lado, eliminavam a concorrência (Peter Sagan) por outro tentavam levar os seus melhores corredores em condições à última fase da corrida.
Uma corrida que foi muito atacada mas que não formou uma fuga definitiva, o pelotão sempre atento foi anulando aqui e ali as fugas mais perigosas, Rui Costa antigo campeão do mundo andou sempre bem colocado não perdendo de vista os melhores ciclistas.
A 10km do fim na última dificuldade do dia, acontecem muitos ataques mas há dois ciclistas que se destacam dos demais, Julien Alaphilippe e Gianni Moscon, os dois ciclistas jovens tomaram a dianteira do grupo de fugitivos conseguindo alargar a diferença nos quilômetros seguintes, tendo mesmo o francês conseguindo desembaraçar-se do italiano e partindo isolado para a meta. O que aconteceu a seguir não pode ser testemunhado porque a realização nos últimos quilômetros não mostrou mais imagens da prova filmando apenas os últimos metros criando um enorme suspense sobre a corrida.
E para espanto de todos, quando se pensava que seria o francês a aparecer nas câmaras, surge um pequeno grupo que se veio a formar na perseguição ao ciclista francês, grupo esse que levava entre outros, o ciclista da casa Kristoff, Van Avermaet, Matthwes, Trentin e claro Sagan.
Num grupo destes com chegada ao sprint a indefinição do vencedor era grande mas já se sabe que em grupos assim Sagan não costuma perdoar, e numa luta titânica com Kristoff, Sagan arranca a vitória a ferros, conseguido à terceira vitória consecutiva, algo inédito na história em mundiais.

Fonte: Cyclingnews
Quanto aos portugueses, Rui Costa, pese embora ter terminado no grupo dos favoritos, e ter também atacado,terminou na 19ª posição, Nelson Oliveira no 56º lugar, Tiago Machado e Vilela em 65º e 66º respectivamente, José Gonçalves 131º lugar e Ruben Guerreiro não terminou a prova.
Resumindo foram mundias muito bem organizados, a cidade de Bergen e a organização estão de parabéns, o público também esteve à altura formando uma moldura humana que veio mostrar a força do ciclismo no país escandinavo.
Cumpriram-se as expectativas no contra-relógio e na prova de estrada, Sagan e Dumoulin foram os mais fortes com maior ou menor dificuldade mostraram a sua supremacia. Para o ano em Innsbruck , à história poderá ser diferente já que o percurso será mais duro mas com Sagan nunca se sabe!
Foto de Capa: Visitbergen