Schachmann volta a vencer após vários azares de Roglic | Paris-Nice

    O dia seguinte, voltava a ser palco de nova vitória de Roglic. Uma etapa muito ondulada, com vários sprinters a ficarem afastados da vitória. Um sprint num grupo restrito, com o terreno inclinado, acabou por culminar na vitória do esloveno, que bateu Laporte e Michael Matthews, e alargou a vantagem para 41 segundos, sobre o segundo classificado Schachmann. Ion Izaguirre passava para a terceira posição da geral, a 50 segundos da liderança.

    A sétima etapa marcava a derradeira oportunidade de fazer diferenças para a geral. Gino Mader foi uma das figuras do dia. O suíço esteve na fuga do dia, praticamente desde o quilómetro zero, e foi alcançado apenas a 200 metros do fim, por um titã chamado Roglic. A Jumbo-Visma controlou bem a corrida, levando o seu líder a nova vitória. Na geral, Schachmann passava a estar a 52 segundos, e Vlasov a 1m11s. Parecia tudo fácil, a equipa Jumbo-Visma controlava as etapas de maior dificuldade, e Roglic apresentava-se numa forma espetacular, alcançando três triunfos na prova.

    O último dia foi o cabo das tormentas para o esloveno. Acabou por ir duas vezes ao chão, uma no início de etapa, onde acabou por deslocar o ombro, mas regressaria ao pelotão, e outra mais na parte final, mas que seria fatal às suas aspirações de vencer a geral. Na segunda queda, a corrente acabou por sair da bicicleta. Uma etapa encurtada, de 92,7 quilómetros, aparentemente sem dificuldades de maior para a classificação geral, revelou-se um calvário para o esloveno, que ainda tentou fazer um contrarrelógio individual nos últimos 20 quilómetros. A sua equipa já estava para trás, e o esloveno teve de seguir numa jornada solitária.

    “Depois do Primoz ter caído na primeira descida, acabou por conseguir regressar muito rapidamente ao pelotão. Quando escorregou, novamente, na mesma descida, a corrente também se soltou. Acabou por estar a menos de vinte metros do pelotão, mas depois teve de ceder e acabou. Só podemos culpar-nos a nós próprios. Penso que o Primoz é muito forte mentalmente e que também sairá bem desta situação. Ele já provou isso antes. É uma pena por agora, mas também ganhámos três etapas e a camisola verde. É claro que viemos aqui para ganhar a classificação final, mas de agora em diante temos de olhar para a frente e para as próximas corridas”, disse o diretor desportivo da Jumbo-Visma Grischa Niermann.

    As equipas da Astana, Bora-Hansgrohe e Cofidis aceleravam no grupo principal. As pretensões à etapa e ao ataque à geral eram evidentes. No final, apesar dos ataques, o grupo entrou compacto no último quilómetro. Magnus Cort foi o corredor mais forte, num grupo já reduzido. Christophe Laporte e Pierre Latour foram segundo e terceiro, respetivamente. O dinamarquês Cort Nielsen mostrou porque adora estas chegadas em grupos reduzidos.

    Roglic voltava a perder, assim como na Volta a França, a prova nos últimos dias de competição. Schachmann terminou a etapa no grupo principal, garantindo a vitória na prova, com 19 segundos de vantagem para o russo Vlasov, e 23 segundos para Ion Izaguirre, ambos da Astana. Roglic chegava na 56.ª posição, a 3m08s, e passava de primeiro para o 15.º lugar da geral, a 2m16s da liderança. Apesar da derrota do esloveno, acaba por ser evidente a sua boa forma física e autoridade com que vence as etapas. Neste momento, para além de Roglic, só Pogacar consegue arrebatar etapas e classificações gerais desta maneira. A Eslovénia tem na atualidade duas figuras de peso do ciclismo mundial e que vão continuar a marcar a modalidade nos próximos anos.

    “Não era a etapa que eu esperava. Hoje cometi alguns erros. O primeiro acidente deslocou-me o ombro, e depois da segunda queda fiquei tão atrasado que não consegui voltar à corrida. Foi uma enorme luta até ao fim, na qual dei tudo de mim. Estou desapontado, mas isto também faz parte do nosso desporto. No entanto, também trago coisas positivas deste início de temporada, para o restante que aí vem. Certamente lembrar-nos-emos destes momentos. Precisamos de aprender com esta edição do Paris-Nice e fazer planos para os próximos objetivos. Vou agora recuperar e tentar preparar-me para as corridas que se avizinham”, disse Primoz Roglic no final da corrida.

     

    TOP 10 FINAL

    1.º lugar- SCHACHMANN Maximilian (BORA – Hansgrohe) 28h:49m:51s

    2.º lugar- VLASOV Aleksandr (Astana – Premier Tech) +0:19s

    3.º lugar- IZAGIRRE Ion (Astana – Premier Tech) +0:23s

    4.º lugar- HAMILTON Lucas (Team BikeExchange) +0:41

    5.º lugar- BENOOT Tiesj (Team DSM) +0:42s

    6.º lugar- MARTIN Guillaume (Cofidis, Solutions Crédits) +1m:14s

    7.º lugar- HAIG Jack (Bahrain – Victorious) +1m:18s

    8.º lugar- JORGENSON Matteo (Movistar Team) +1m:29s

    9.º lugar- PARET-PEINTRE Aurélien (AG2R Citroën Team) +1m:31s

    10.º lugar- MÄDER Gino (Bahrain – Victorious) +1m:32s

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    André Filipe Antunes
    André Filipe Antuneshttp://www.bolanarede.pt
    O André é licenciado em Marketing e Publicidade e um fã incondicional de ciclismo. Começou desde pequeno a ter uma paixão pelo desporto, através do futebol. Chegava a saber os plantéis de todas as equipas da Primeira Liga! Com o tempo, abriu-se o horizonte e o interesse para outros desportos, como o Ciclismo, o Futsal e, mais recentemente, a NBA. Diz que no Ciclismo existem valores e táticas que mais nenhum desporto possui e ambiciona um dia ter a oportunidade de assistir ao vivo a um evento deste calibre.