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Tour de France #2 | Só o melhor Pogacar de sempre conseguirá destronar Vingegaard da amarela

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UM TOUR COM MUITA HISTÓRIA PARA ESCREVER

Pogacar quebrou. Essa será, por ventura, a maior ilação que a segunda semana de Tour trouxe ao mundo do ciclismo. E agora? O cenário é novo e a imprevisibilidade imensa. De um lado temos o bicampeão do Tour, Tadej Pogacar, reconhecidamente como o melhor voltista do pelotão.

Depois da primeira grande quebra desde que assumiu o topo da ribalta desportiva, o novo fenómeno tem pela frente um jovem dinamarquês predestinado a assombrar o reino do líder da UAE Team Emirates.

Do outro lado da barricada… Jonas Vingegaard. O príncipe da Jumbo-Visma é o camisola amarela da Volta a França depois de ter sido, efetivamente, aquele que aproveitou totalmente o desfalecimento do campeão atual do Tour, também por ação da sua equipa durante praticamente toda a etapa 11, uma das melhores da história contemporânea do Tour.

Na passada quarta-feira, uma corrida totalmente aberta, potenciada pelas táticas implementadas pela Jumbo-Visma, isolou Pogacar em diversos momentos da etapa.

O excesso de energia despendido na resposta a ataques de Vingegaard e do próprio Primoz Roglic (na altura a menos de três minutos da liderança) revelaram-se essenciais na perda de tempo no Col du Granon. O fator coletivo, aliado aos próprios contra-ataques do esloveno foram chave para a discrepância de forças registada, no entanto, a situação é agora diferente.

Até então, Pogacar e Vingegaard igualaram-se nas tentativas de recuperação de tempo do esloveno.

As forças estão equilibradas e o facto da UAE Team Emirates ter a equipa limitada, já sem dois elementos, pesava a favor da Jumbo-Visma de Vingegaard, contudo, essa realidade tornou-se a da equipa holandesa, depois de uma pequena queda do camisola amarela e da retirada de Roglic e Steven Kruijswijk (no passado domingo): dois ciclistas fulcrais no controlo da camisola amarela em terrenos mais acidentados.

Uma corrida bastante aberta é aquilo que se espera, dada a falta de força de ambos os coletivos no auxílio aos seus líderes. A Ineos Grenadiers de Geraint Thomas e Adam Yates entra, assim, ainda mais na equação.

Apesar de não se mostrar com grande ambição para além do lugar mais baixo do pódio, o coletivo britânico poderá ter uma oportunidade e algo a dizer, mesmo na luta pela vitória, assim como Romain Bardet (Team DSM), que se encontra no teto dos três minutos de diferença na classificação geral.

A segunda semana de Tour colocou cada líder no seu lugar, mas também ofereceu outras respostas: Wout van Aert (Jumbo-Visma) é cada vez mais “verde”, tendo 196 pontos de diferença para o segundo ciclista com mais pontos e a classificação pontual do Tour praticamente assegurada.

Jasper Philipsen (Alpecin-Deceuninck) foi o melhor sprinter na única chegada em pelotão compacto durante a semana inteira; Thomas Pidcock (Ineos Grenadiers) realizou uma das exibições mais impressionantes, vencendo no Alpe d´Huez e crescendo cada vez mais na estrada; Simon Geschke (Cofidis) é líder da camisola da montanha mas prevê-se uma luta interessante nos Pirenéus.

Roglic é a grande baixa registada, depois da lesão provocada na quinta etapa, que o impossibilitou de continuar, no entanto, outros nomes importantes, como Mathieu Van der Poel (Alpecin-Deceuninck), Warren Barguil (Team Arkéa Samsic) ou Ben O´Connor (AG2R Citroen Team) abandonaram no decorrer da semana.

 

AS ESTRELAS DO TOUR


Magnus Cort Nielsen (EF Education – EasyPost) abriu a semana em grande estilo. O finalizador dinamarquês foi o mais forte no sprint duríssimo que culminou com o final da 10ª etapa, em Megève. No mano a mano com Nick Schulz (Team DSM), foi o puncher da equipa de Rúben Guerreiro (abandonou ainda na primeira semana) a reclamar a vitória.

Seguiu-se o ponto alto da edição número 109 da Volta a França. O rei do Granon foi Jonas Vingegaard, e de que maneira… A etapa começou a jogar-se bem cedo, com a inclusão de Wout van Aert na frente, e ainda que não tenha sido totalmente eficiente em alguns momentos, o que é certo é que o plano da Jumbo-Visma, no geral, obteve resultados incrivelmente proveitosos.

Na subida final, Nairo Quintana e Romain Bardet foram os primeiros a arrancar numa altura em que Rafal Majka impunha ritmo em prol do seu líder, Pogacar.

A ausência de movimentação do esloveno a estas mexidas foi o gatilho que faltava a Vingegaard, que apesar de isolado, tinha um reservatório infindável de forças, suficiente para ganhar de forma completamente clara, com uma vantagem de dois minutos e 51 segundos para Pogacar.

O descuido na alimentação terá sido outro dos fatores que influenciou a exibição de Pogi, que enfrenta agora a maior batalha da sua curta carreira. Se há conclusão que se pode tirar, é a solidez do maior adversário que o esloveno encontrou até hoje no Tour, assim como o único dia mau de Pogacar: ainda assim, um dia que lhe pode perfeitamente custar a corrida mais importante do mundo.

Com uma classificação geral revirada, seguiu-se a etapa que terminou no Alpe d´Huez e com uma grande vitória de um talento em ascensão: Thomas Pidcock, da Ineos Grenadiers.

O talento do ciclo-cross tem vindo a descobrir a sua verdadeira vocação na estrada, juntando uma bela ponta final a uma capacidade interessante nas altas montanhas, o que lhe vai valendo uma posição dentro dos dez primeiros classificados.

Nota também para a grande exibição de Chris Froome (Israel – Premier Tech), pela primeira vez a um nível aceitável desde a queda, em 2019, que o limitou de forma severa nos últimos anos. Louis Meintjes da Intermaché-Wanty Gobert foi outro dos beneficiados: terminou em segundo e encontra-se agora dentro do top10 depois de outra incursão na fuga, sendo um candidato válido a terminar numa das posições mais importantes.

Na geral, o primeiro grande teste de Pogacar não surtiu efeitos. As grandes conclusões do dia chegaram através das dificuldades de Aleksandr Vlasov (Bora-Hansgrohe), Nairo Quintana (Team Arkéa Samsic) e do próprio David Gaudu (Groupama-FDJ): ciclistas que poderiam almejar o pódio, mas que têm tido dificuldades em seguir com o lote dos cinco primeiros.

As duas etapas que terminaram com fugas vitoriosas aconteceram logo a seguir. Mads Pedersen e Michael Matthews, dois homens rápidos, liquidaram duas vitórias importantes para as respetivas estruturas. Se o dinamarquês da Trek-Segafredo foi o homem mais forte no duelo com Fred Wright da Bahrain-Victorius e Hugo Houle da Israel – Premier Tech), em Saint-Étienne, o australiano de 31 anos venceu depois de um embate espetacular com Alberto Bettiol (EF Education-EasyPost).

Os primeiros sinais de equilíbrio de forças em termos de coletivo foram dados na subida que antecedeu o final desta etapa. Vingegaard encarou o ataque de Pogacar sozinho, e a tendência é para acontecer outra vez, dados os desenvolvimentos que se originaram na jornada seguinte.

A desistência dos dois tubarões da equipa holandesa foi a grande nota de destaque de uma etapa onde Wout van Aert também tentou a sua sorte, juntamente com Mads Pedersen, no entanto, desta vez seria uma estreia a vencer no Tour: Jasper Philipsen venceu a primeira para a Alpecin-Deceuninck.

A terceira semana reserva uma tripla de etapas nos pirenéus para os ciclistas da geral e um contrarrelógio de 40 km a anteceder a etapa final, em Paris. Vingegaard parte com uma vantagem sólida, mas não é qualquer um que ameaça a sua vitória.

Pogacar pode juntar-se em grande estilo ao leque curtíssimo de ciclistas que venceram o Tour por três vezes: são eles Phillipe Thys, Louison Bobet e Greg Lemond. Só se uma grande surpresa acontecer, é isso ou o segundo triunfo dinamarquês no Tour, depois de Bjarne Riis, em 1996.

 

Ricardo Rebelo
Ricardo Rebelohttp://www.bolanarede.pt
O Ricardo é licenciado em Comunicação Social. Natural de Amarante, percorreu praticamente todos os pelados do distrito do Porto enquanto futebolista de formação, mas o sonho de seguir esse caminho deu lugar ao objetivo de se tornar jornalista. Encara a escrita e o desporto como dois dos maiores prazeres da vida, sendo um adepto incondicional de ciclismo desde 2011.

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