UAE Tour: Tadej Pogacar, o Sheik que não para de acumular fortuna

    Mudam-se os tempos, mas as vontades nem por isso. A UAE Team Emirates estava obrigada a vencer, e venceu, registando a segunda vitória em quatro possíveis na classificação geral do UAE Tour, novamente por intermédio de Tadej Pogacar.

    O dono e senhor dos “voltismos” do pelotão internacional nem sequer deu hipótese. Um bloco bem apetrechado, com João Almeida à cabeça, prometia. Confirmaram-se as expectativas e apenas Adam Yates, Pello Bilbao e Aleksandr Vlasov fizeram cócegas.

    Com um trajeto praticamente igual ao de outras edições, Pogi impressionou no contrarrelógio, dominou em Jebel Jais e acabou com a conversa em Jebel Hafeet. Rodeado por cada vez mais qualidade em torno de si, o esloveno não acusou a pressão, adiantou-se no esforço individual e decidiu por duas vezes com a meta à vista.

    João Almeida, na sua estreia pela equipa do médio oriente, fez parte deste comboio vencedor, terminando na quinta posição da geral individual, a 55 segundos do seu colega de equipa. Já Rúben Guerreiro esteve em primeiro plano em Jebel Jais (quarto posto), terminando na 21ª posição, a cerca de três minutos e 47 segundos de Tadej Pogacar depois de o azar lhe ter batido à porta na entrada para a subida final da prova.

    Dentro dos homens apostados em ameaçar a estrutura da UAE Team Emirates, sobressaiu-se Adam Yates, que mais uma vez demonstrou ser, por largos momentos, um ciclista capaz de enfrentar Tadej Pogacar neste tipo de terrenos. Pello Bilbao (terceiro), Carlos Verona (sexto), e Geoffrey Bouchard (oitavo) destacaram-se nos 10 mais.

    A disputa pela camisola verde, símbolo da classificação por pontos, constituiu-se como mais de metade da primeira prova do calendário World Tour. A primeira jornada viu Jasper Philipsen a vencer frente de nomes como Sam Bennet e Elia Viviani, num sprint que causou polémica.

    Em três chegadas em pelotão compacto, o belga da Alpecin-Fenix voltou a vencer na etapa número cinco, batendo Olav Kooij e aproveitando a roda de Sam Bennet, dando a machadada final na classificação por pontos.

    Estas exibições perante grande parte dos melhores sprinters do mundo certificam o regime de evolução do belga, cada vez mais à frente de Tim Merlier nas contas da Alpecin-Fenix e em direção ao topo do sprint mundial.

    A conquista da camisola verde por parte do jovem de 23 anos foi talvez a surpresa da corrida, mas Mark Cavendish também venceu – na cara do belga -, e isso será sempre algo digno de registo dado o “comeback” que o britânico protagonizou recentemente na sua carreira.

    Existe continuidade, velocidade e experiência. Muita discussão irá surgir em torno do sprinter da Quick-Step Alpha Vynil Team para a Volta à França: Mark Cavendish ou Fabio Jakobsen?

    Restam as vitórias de Mathias Vacek (em fuga) e Stefan Bisseger (no contrarrelógio) para fechar as jornadas pouco ou nada montanhosas. Se o primeiro integrou a fuga e garantiu uma vitória importante para a Gazprom-Rusvelo, o suíço da EF Education-EasyPost demonstrou mais uma vez toda a sua qualidade frente ao imponente Filippo Ganna (sete segundos) e a Tom Dumoulin (14 segundos), dois contrarrelogistas de elite que cada vez mais vão ter de contar com o rolador de 23 anos.

    Por fim, apontar nomes que se destacaram pela positiva: dentro do grande trabalho da UAE Team Emirates, João Almeida esteve a um nível soberbo de apoio ao seu líder, espelhado na classificação que obteve; Luke Plapp e Olav Kooij foram as promessas em evidência; A UAE Team Emirates e a Alpecin-Fenix foram as equipas com mais motivos para sorrir no final da jornada árabe.

    Foto de Capa: UAE Tour

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    Ricardo Rebelo
    Ricardo Rebelohttp://www.bolanarede.pt
    O Ricardo é licenciado em Comunicação Social. Natural de Amarante, percorreu praticamente todos os pelados do distrito do Porto enquanto futebolista de formação, mas o sonho de seguir esse caminho deu lugar ao objetivo de se tornar jornalista. Encara a escrita e o desporto como dois dos maiores prazeres da vida, sendo um adepto incondicional de ciclismo desde 2011.