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Vitória de Sagan ensombrada por morte de Michael Goolaerts

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No início do ano Peter Sagan marcou como objectivo pessoal a vitória no Paris-Roubaix e mostrou essas intenções à entrada do Mons-en-Pévèle, segundo sector de cinco estrelas que os ciclistas passavam, para desferir um ataque que ninguém no grupo de favoritos soube responder, um pouco à imagem do que aconteceu no Tour de Flandres, quando Terpstra também desferiu um ataque longe da meta e ninguém respondeu.

Contando com o duo que ia na frente Jelle Walays (Lotto Soudal) e Silvian Dillier (Ag2R La Mondiale), Peter Sagan consegue aumentar a sua vantagem para o grupo dos favoritos. Lá atrás o holandês Nicky Terpstra endureceu o ritmo com Van Avarmaet e Sep Vanmarcke, entre os grandes favoritos tentando encurtar distâncias, para quando se aproximasse o sector do Carrefour de l´Arbre, fazerem a junção.

Mas tal não aconteceu.

Na frente Wallays não aguentava o ritmo de Sagan, restando apenas o campeão suíço  Silvan Dillier que já ia em fuga quase desde o início da corrida. No grupo perseguidor não havia entendimento e o tempo mantinha-se praticamente inalterado. Talvez para espanto de Sagan, o campeão suíço mantinha-se agarrado à esperança de conseguir a vitória e ia-se aguentando na frente da corrida, uma situação que foi bem aceite por Sagan que em conjunto com o suiço uniram esforços e levaram a sua fuga avante.

Os últimos kms foram emocionantes, tanto na frente da corrida, porque a qualquer momento Sagan podia ir embora, como quer na luta pelo pódio e pelo top-10, onde vimos muitos grupos formados em lutas titânicas. O jovem Van Aert com um problema mecânico ficaria arredado da luta pelo pódio ficando no grupo que iria lutar pelo top-10, grupo onde estavam Stybar, Debusschere e Oliver Naessen, nos nomes mais sonantes.

Pelo pódio Terpstra, que levava consigo Van Avarmaet, Stuyen e Vanmarcke ligava o turbo, e conseguia fugir indo directamente para o terceiro lugar, uma pequena consolação para o ciclista holandês que pelo que mostrou poderia ter feito um lugar melhor.

Na chegada ao velódromo, pelas suas características, Sagan era o grande favorito mesmo tendo Dillier feito parte da sua carreira em pista, mas a maior experiência do eslovaco em situações destas faria com que de forma categórica se impusesse ao sprint conseguindo um dos monumentos que tanto almejava na sua carreira.

Uma palavra para Dillier que bateu-se grandemente com Sagan, mesmo vindo muitos quilómetros em fuga, não facilitando a vida a Sagan negando-lhe a hipótese de chegar isolado ao velódromo. E o que dizer de Sagan, consegue um dos seus objectivos desta época, acrescentando ao seu currículo um dos monumentos mais conceituados e que tão bem lhe assenta.

Sociedade Sagan/Dillier a dar frutos na chegada ao velódromo de Roubaix
Fonte: Paris-Roubaix

37 anos depois a camisola de arco-íris envergada por Sagan volta a brilhar no velódromo de Roubaix depois de em 1981 Bernard Hinault ter sido o último ciclista campeão do mundo a vencer esta prova com esta camisola, mostra bem quão importante foi esta vitória do eslovaco.

Nos destaques, pela positiva agradou me a prestação de Tony Martin (Team Katusha – Alpecin), pese embora a classificação, o ciclista alemão apareceu sempre na frente nos sectores de pavê impondo o ritmo por diversas vezes e deixando muitos ciclistas em maus lençóis. Outro grande destaque vem de outro alemão também da Team Katusha – Alpecin,  Nils Politt com um belo 7º lugar um feito do jovem alemão que talvez nem se esperasse um lugar nos 20 primeiros. Também no top-10 e de forma que ninguém esperava, Taylor Phinney (Education First-Drapac Cannondale), ele que já venceu esta prova nos juniores, tem andado arredado dos lugares de topo aparece aqui em grande forma sendo também uma boa ajuda ao seu companheiro de equipa Sep Vanmarcke.

Por fim mencionar novamente o jovem Wout Van Aert, não fosse a avaria que teve já em fase decisiva da prova e talvez tivesse conseguido um grande resultado, mesmo assim o seu 13º lugar mostra que é um nome que vamos ver muito nestas andanças, ele que no ano de estreia fez top-10 no Tour de Flandres e na Gent-Welvegen, fica à porta do top-10 aqui em Roubaix mas mostra que aos belgas que tem aqui um futuro campeão.

Pela negativa quero destacar a Quick Step, que jogou mal tacticamente, se num primeiro momento pareceu-nos que ao lançar vários ciclistas à vez para a frente de corrida fosse uma boa opção, o mesmo não podemos dizer no momento do ataque de Sagan, onde nada fizeram para encurtar o espaço para Sagan, quando tinham em Terpstra um elemento que podia muito bem ter acompanhado o eslovaco e ficando resignados a um 3º lugar do holandês.

Também dizer que Greg Van Avarmaet tem passado claramente ao lado destas clássicas, não parecendo o mesmo que venceu a edição do ano passado deste Paris-Roubaix, nem dos jogos olímpicos, tem sido para já para esquecer esta época para o belga.

Goolaerts, do inferno para o Paraíso
Fonte: Véranda’s Willems – Crelan

Finalizo como comecei, com a morte do jovem Michael Goolaerts que deixará marcada na história desta prova como um momento terrível, uma mancha nesta bela prova que se faz através do esforço hercúleo dos ciclistas nas condições mais adversas,levando ao olimpo aquele que triunfa, e ao inferno aqueles que vão caindo prostrados perante a dureza de tal percurso.

Clavículas partidas, hematomas, fraturas de qualquer espécie, são meras marcas que os ciclistas levam para o resto da sua vida, lembranças que um dia já passaram pelo inferno, já o mesmo não poderá dizer Goolaerts, o jovem belga levou todas essas marcas diretamente para o céu!

Em nome do Bola na Rede as minhas condolências à família, amigos e colegas de Goolaerts, que descanse em paz.

Foto de Capa: Paris-Roubaix

Tiago Silva Ferreira
Tiago Silva Ferreirahttp://www.bolanarede.pt
O Tiago é uma pessoa que adora desporto, em especial futebol. Tendo praticado andebol e basquetebol, viu que o seu grande talento era a Playstation e por aí ficou! Adora o ciclismo.                                                                                                                                                 O Tiago não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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