A resposta para a ausência de destaque é de fácil perceção: não temos cultura de basquetebol em Portugal, os portugueses mal o conhecem e não venderia jornais e, por esses motivos, não seria uma decisão compaginável com a já parca sustentabilidade deste negócio.
A verdade é que se os jornais tivessem a coragem de cumprir o dever de informar, com a devida importância, aquilo que realmente importa, porventura, aos poucos, as três respostas seriam outras: Portugal criaria mais cultura desta ou de outra modalidade, os portugueses passariam, aos poucos, a querer comprar os jornais desportivos com diferentes conteúdos e, seguramente, esses mesmos portugueses passariam a conhecer e reconhecer o que foi, é e será uma lenda do Desporto, independentemente da modalidade que ela pratique.
Infelizmente, e apenas por terem tido o azar de ter escolhido praticar a modalidade errada no país errado, não foi dado destaque a este atleta internacional, como não foi nem é dado a muitos outros nacionais que tanto valor desportivo tinham e têm. Estes, antes e depois de morrerem, valiam mais do que o número de capas e destaques que tiveram. Depois da morte, já é, seguramente, tarde para os dar a conhecer ao país, mas ao menos o peso de tal perda para o Desporto deveria ter tido o devido reconhecimento público por parte de quem, ainda, tem o dever de informar.
Em algum momento ter-se-á que mudar a mentalidade, pois, balizar a cultura desportiva do país por baixo, e nada querer fazer por ela, é ser conivente com os interesses comerciais do mercado jornalístico e, sobretudo, conformista com a monocultura desportiva do país.
De resto, não são raras as vezes que apenas partindo a roda se poderá construir uma nova melhor.
Foto de Capa: FIBA Basketball World Cup
artigo revisto por: Ana Ferreira